Luanda,
01 jul (Lusa) - Os representantes dos empresários dos cinco Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa (PALOP) reivindicaram hoje a criação de um fundo de
coesão económico e social com vista à "diminuição das assimetrias"
dentro da CPLP.
A
posição foi transmitida em Luanda, em conferência de imprensa, pela direção da
nova Confederação Empresarial dos PALOP, cuja constituição formal será feita a
16 de julho.
"Aliás,
nem diria criar [esta comunidade], nós estamos a confirmá-la", referiu o
presidente da comissão instaladora, Francisco Viana, a propósito dos quase 40
anos de atividade política ao nível dos PALOP.
Entre
os objetivos da nova confederação, explicou, sobressai o "desenvolvimento
de esforços" para criar um fundo de coesão "capaz de contribuir para
a diminuição da assimetria dentro da CPLP [Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa]", nomeadamente "fortalecendo a classe empresarial
africana e a sua independência económica".
O
dirigente defende que este fundo serviria para atenuar as
"diferenças" entre o tecido empresarial da África lusófona face ao
Brasil e a Portugal, situação que leva a "uma vida a duas
velocidades" dentro da mesma comunidade, desde a sua criação, há 18 anos.
"Essa
situação perdura até hoje. Daí estarmos a falar de um fundo de coesão económico
e social", disse o dirigente, igualmente presidente da Associação
Empresarial de Viana (Luanda), comparando este mecanismo aos fundos estruturais
que a União Europeia atribui para desenvolvimento dos Estados-Membros.
A
Confederação Empresarial dos PALOP envolve, além de Angola, representantes do
setor privado empresarial de Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe,
surgindo depois de constituído igualmente na capital angolana, na
segunda-feira, o fórum político deste grupo de países africanos, na presença
dos respetivos Chefes de Estado e de Governo.
O
I Fórum Económico dos PALOP, organizado por esta entidade, está já agendado
para 17 de julho, na capital angolana, e prevê a presença de uma delegação da
Guiné Equatorial, face à perspetiva de adesão do país à CPLP.
O
encontro servirá para recordar que este grupo de cinco países assinala em 2015
os 40 anos da independência do domínio colonial português, mas ao mesmo tempo
para apontar que a independência económica ainda está distante.
"Sabemos
que o investimento estrangeiro é sempre bem-vindo, qualquer nação que se queira
desenvolver precisa e dá as boas-vindas ao investimento estrangeiro. Mas também
é verdade que nenhuma nação se consegue desenvolver sem a colaboração dos seus
filhos, empresários, jovens, das suas mulheres empresárias. O nosso objetivo é
afirmar a classe empresarial africana no âmbito dos PALOP", enfatizou
Francisco Viana.
A
capacitação das associações e do empresariado africano nas suas vertentes
material, financeira, de recursos humanos, tecnologias e técnicas de gestão, é
igualmente objetivo da desta nova confederação, que pretende ainda fomentar a
"internacionalização" das empresas dos PALOP.
"Porque
se não nos cuidarmos, daqui a dez anos pode ser tarde demais", rematou o
dirigente.
PVJ
// EL - Lusa
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