Ilham
Tohti foi preso em janeiro de 2004 - EUA pedem libertação de defensor da comunidade muçulmana uigur
A China acusou formalmente
nesta quarta-feira (30) um proeminente professor da etnia uigur de promover o
separatismo, segundo informa a Reuters.
A
polícia havia detido em janeiro o conhecido economista Ilham Tohti, que defende
os direitos da comunidade muçulmana uigur, da região de Xinjiang. Ele foi
posteriormente levado para a capital regional, Urumqi e acusado de promover e
apoiar a independência de Xinjiang da China - uma posição inaceitável para o
governo chinês, que considera a região parte inseparável do país.
Tohti
foi preso em janeiro de 2014.
Nesta
quarta, uma breve declaração no microblogue oficial do Ministério, em Urumqi,
informou que o caso de Tohti havia sido entregue a um tribunal da cidade,
cumprindo-se assim o próximo passo legal necessário antes que ele possa ser
levado a julgamento. Não foram dados mais detalhes.
A
mulher dele negou as acusações, e o caso tem atraído interesse de autoridades
nos Estados
Unidos e na Europa.
O
indiciamento de Tohti é o mais recente sinal do endurecimento do governo chinês
sobre a dissidência em Xinjiang, onde tumultos desde o ano passado já mataram
mais de 200 pessoas, incluindo vários policiais, segundo a mídia estatal.
EUA pedem libertação
Os Estados Unidos pediram à China a libertação do intelectual e professor de Economia, reportou a France Presse.
"Estamos
preocupados com as informações de que a China condenou o eminente professor de
Economia Ilham Tohti", disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado
americano, Marie Harf, à imprensa.
"Pedimos
às autoridades chinesas que libertem" Thoti e outros seis estudantes
também detidos.
O
governo dos Estados Unidos está "particularmente preocupado com a falta de
transparência sobre seu bem-estar e acesso à representação legal",
acrescentou Harf.
Violência
Também nesta quarta a China aumentou o contingente das forças de segurança em Xinjiang, no extremo oeste do país, em meio a mais denúncias de violência depois do que o governo disse ter sido um ataque terrorista na segunda-feira. A medida foi tomada depois que dezenas de atacantes armados de facas foram mortos a tiros, no início da semana.
A
imprensa estatal informou que uma gangue armada com facas atacou primeiro uma
delegacia de polícia e órgãos do governo na segunda-feira, na cidade de Elixku,
condado de Shache, a cerca de 200
km da cidade de Kashgar, na antiga Rota da Seda, no
oeste distante da China.
Alguns
se dirigiram depois para a cidade vizinha de Huangdi, onde atacaram civis e
incendiaram seis veículos, no que a agência estatal de notícias Xinhua chamou
de "ataque terrorista organizado e premeditado". Segundo a agência, a
polícia matou na segunda-feira a tiros "dezenas de membros da gangue".
G1,
São Paulo
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