sábado, 2 de agosto de 2014

CHINA INDICIA CONHECIDO ACADÊMICO POR SEPARATISMO




Ilham Tohti foi preso em janeiro de 2004 - EUA pedem libertação de defensor da comunidade muçulmana uigur

China acusou formalmente nesta quarta-feira (30) um proeminente professor da etnia uigur de promover o separatismo, segundo informa a Reuters.

A polícia havia detido em janeiro o conhecido economista Ilham Tohti, que defende os direitos da comunidade muçulmana uigur, da região de Xinjiang. Ele foi posteriormente levado para a capital regional, Urumqi e acusado de promover e apoiar a independência de Xinjiang da China - uma posição inaceitável para o governo chinês, que considera a região parte inseparável do país.

Tohti foi preso em janeiro de 2014.

Nesta quarta, uma breve declaração no microblogue oficial do Ministério, em Urumqi, informou que o caso de Tohti havia sido entregue a um tribunal da cidade, cumprindo-se assim o próximo passo legal necessário antes que ele possa ser levado a julgamento. Não foram dados mais detalhes.

A mulher dele negou as acusações, e o caso tem atraído interesse de autoridades nos Estados Unidos e na Europa.

O indiciamento de Tohti é o mais recente sinal do endurecimento do governo chinês sobre a dissidência em Xinjiang, onde tumultos desde o ano passado já mataram mais de 200 pessoas, incluindo vários policiais, segundo a mídia estatal.

EUA pedem libertação

Os Estados Unidos pediram à China a libertação do intelectual e professor de Economia, reportou a France Presse.

"Estamos preocupados com as informações de que a China condenou o eminente professor de Economia Ilham Tohti", disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado americano, Marie Harf, à imprensa.

"Pedimos às autoridades chinesas que libertem" Thoti e outros seis estudantes também detidos.

O governo dos Estados Unidos está "particularmente preocupado com a falta de transparência sobre seu bem-estar e acesso à representação legal", acrescentou Harf.

Violência

Também nesta quarta a China aumentou o contingente das forças de segurança em Xinjiang, no extremo oeste do país, em meio a mais denúncias de violência depois do que o governo disse ter sido um ataque terrorista na segunda-feira. A medida foi tomada depois que dezenas de atacantes armados de facas foram mortos a tiros, no início da semana.

A imprensa estatal informou que uma gangue armada com facas atacou primeiro uma delegacia de polícia e órgãos do governo na segunda-feira, na cidade de Elixku, condado de Shache, a cerca de 200 km da cidade de Kashgar, na antiga Rota da Seda, no oeste distante da China.

Alguns se dirigiram depois para a cidade vizinha de Huangdi, onde atacaram civis e incendiaram seis veículos, no que a agência estatal de notícias Xinhua chamou de "ataque terrorista organizado e premeditado". Segundo a agência, a polícia matou na segunda-feira a tiros "dezenas de membros da gangue".

G1, São Paulo

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