Martinho
Júnior, Luanda
Em
plena globalização o que se está a verificar é que não há guerras desconexas, “distantes”,
em contextos ou conjunturas próprias, ou “isoladas”.
O
que há na nossa “casa comum” e em pleno século XXI, é uma única
guerra, com todo o tipo de acções a irromperem num único “cadinho”, em
função de geoestratégias distintas, que se vão aglutinando segundo
essencialmente duas correntes concorrenciais que alimentam a disputa mais ou
menos feroz pela posse das riquezas disponíveis da Terra:
-
Uma procura a todo o transe e desde a IIª Guerra Mundial a exclusividade do
domínio, com base fundamentalmente na cultura anglosaxónica disseminada a
partir do domínio do império britânico;
-
A outra, uma amálgama de resistências e de culturas, que em função da
dialéctica dos processos, busca hoje com uma inusitada sofreguidão, a
emergência e a integração.
O
âmago da disputa reflecte-se com crueza variável nos interesses sobre o acesso,
a exploração, o transporte e a comercialização de petróleo, de gás e agora
também do carvão de xisto, todo esse fenómeno intimamente associado às questões
financeiras de fundo e reitoras de outros dinamismos que se interrelacionam.
As
acções combativas a que estamos a assistir na Líbia, no Iraque, na Síria, na
Palestina, na Ucrânia e em outras latitudes numa menor intensidade, são
cenários crispados duma mesma e única guerra, cujo fundamento responde a essa
disputa.
A
crispação entre os Estados Unidos e seus aliados por um lado, a Rússia, os
BRICS e a integração latino americana por outro, corresponde ao “nível
superior” dessa guerra!
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