sábado, 9 de agosto de 2014

Portugal: PS CONTINUA EM QUEDA E TEM PSD A 2%



Carlos Diogo Santos – jornal i

Socialistas e sociais-democratas separados por dois pontos, numa sondagem em que toda a esquerda desce. Brancos e nulos ganham adeptos

Se as eleições legislativas acontecessem agora PS e PSD estariam numa situação próxima do empate, ainda que os socialistas levassem uma pequena vantagem. Desde que entrou em disputa interna, em Maio, o PS não pára de cair nas intenções de voto. De acordo com o barómetro i /Pitagórica deste mês, apesar de os ânimos estarem mais calmos no Largo do Rato, o pico de 38,7% de votos registado em Abril continua a ser uma miragem para os socialistas: em Julho as intenções de voto fixavam-se nos 30%, apenas 1,9% à frente do PSD.

A perda de votos do PS foi, ainda assim, menos expressiva entre Junho e Julho, período em que se registou um decréscimo de 0,6% nas intenções de voto. No barómetro anterior os socialistas tinham registado uma queda de quase nove pontos.

Com o PSD estagnado na casa dos 28%, a CDU e o Bloco de Esquerda a perder votos face aos resultados de Maio e o CDS com uma ligeira subida, as intenções de voto dos portugueses deslocam-se para outros partidos, votos brancos e nulos - que, somados, alcançaram os 14,6% em Julho. Nas europeias os votos brancos e nulos alcançaram uns expressivos 7,4%.

Num barómetro em que toda a esquerda desce, a CDU, que verificou uma marcada subida nos votos entre Abril e Maio - mais de 4% -, foi a força política que mais caiu nos últimos dois meses: está agora com 12,7%. Já o Bloco de Esquerda mantém uma prolongada tendência descendente. As divergências internas e a saída de alguns elementos - em Julho a ex-deputada Ana Drago deixou o partido, na sequência da saída da Fórum Manifesto, uma das correntes fundadoras do BE (herdeira da Política XXI de Miguel Portas) - estará a afectar a confiança dos portugueses. Só no último ano, o partido caiu da casa dos 8% nas intenções de voto para os 4,2% que regista neste barómetro.

O parceiro de coligação do PSD é que tem aproveitado estas quebras para crescer nas intenções de voto. Mas trata-se de uma subida com pouca expressão. O partido liderado por Paulo Portas subiu três décimas entre Maio e Julho, após ter estado dois meses em queda acentuada - os centristas desceram mais de 2% nas intenções durante esse período.

De acordo com a sondagem i/Pitagórica, Marinho e Pinto registou uma ligeira queda de 0,2% entre Maio e Julho, fixando-se nos 3,5%. Ou seja, com menos 0,7% que BE. Marinho e Pinto, actual eurodeputado eleito pelo Partido da Terra, anunciou já que vai concorrer às próximas eleições legislativas por entender que o Parlamento Europeu tem "pouco poder" (ver página 4).

ACTUAÇÃO DO GOVERNO 

A avaliação dos portugueses ao desempenho do executivo de Passos Coelho não sofre grandes alterações desde o início do ano, mantendo-se sempre próxima dos 7 valores numa escala de 0 a 20. De acordo com esta sondagem, em Julho os portugueses avaliaram a actuação do governo com 6,7 valores. O pico mais alto do último ano aconteceu em Dezembro do ano passado, em que o governo foi classificado com 8.

A sondagem revela ainda que mais de metade dos inquiridos (54%) atribuiu uma classificação entre 0 e 8 ao governo de coligação PSD/CDS, mais 3,2 % que os registados em Maio. Para 34,7% dos portugueses, o desempenho do executivo tem uma avaliação entre 8 e 14 valores. Nesta faixa regista-se um decréscimo de 3,6% dos portugueses face ao apurado no mês de Maio.

A fatia mais pequena de portugueses é a que dá uma avaliação muito positiva ao trabalho da equipa liderada por Pedro Passos Coelho. Da amostra, 11,3% deu uma avaliação que varia entre 14 e 20. Ainda assim, foi uma percentagem superior à de Maio, mês em que se apenas 10,9% dos inquiridos atribuíram estes valores à actuação do governo.


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