quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Portugal: UM BANQUETE PERVERSO



Mário Dias Ramos – jornal i, opinião

A nossa classe política espelha-se na comunicação social que temos e vice-versa

Misérias e falsas grandezas dos políticos são fabricadas com os mesmos ingredientes com que estes constroem, por sua vez, as misérias e falsas grandezas dos jornalistas quantos deles alimentados pelos próprios políticos.

Neste quadro há, como em tudo na vida, excepções que servem para confirmar a regra.

De facto, nem todos os jornalistas deste país estão interessados em sujar as mãos enquanto certos políticos, desesperadamente, as tentam limpar esfregando-as nas costas de certos jornalistas.

E não pensem que este fenómeno é exclusivamente português. Os mais bem informados com o que ocorre no mundo de hoje, na sociedade mediática e na classe política, sabem perfeitamente que, na Europa como na América o fenómeno é igual.

Em Portugal dá mais nas vistas pelas razões que se conhecem: o País é pequeno e o espírito não tem por onde se expandir.

Fácil, pois, concluir que no compromisso partidário onde políticos e jornalistas vão bebendo da mesma água inquinada e do mesmo púcaro, algumas promiscuidades hão-de afectar, por força do inevitável, quem menos culpa tem dos “caldinhos” cozinhados por ambas as partes, tudo praticado com total despudor.

Estou-me a referir aos cidadãos, contribuintes e eleitores, que pagam e não bufam o nefasto e perverso banquete.

Jornalista

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