Mário
Dias Ramos – jornal i, opinião
A
nossa classe política espelha-se na comunicação social que temos e vice-versa
Misérias
e falsas grandezas dos políticos são fabricadas com os mesmos ingredientes com
que estes constroem, por sua vez, as misérias e falsas grandezas dos
jornalistas quantos deles alimentados pelos próprios políticos.
Neste
quadro há, como em tudo na vida, excepções que servem para confirmar a regra.
De
facto, nem todos os jornalistas deste país estão interessados em sujar as mãos
enquanto certos políticos, desesperadamente, as tentam limpar esfregando-as nas
costas de certos jornalistas.
E
não pensem que este fenómeno é exclusivamente português. Os mais bem informados
com o que ocorre no mundo de hoje, na sociedade mediática e na classe política,
sabem perfeitamente que, na Europa como na América o fenómeno é igual.
Em
Portugal dá mais nas vistas pelas razões que se conhecem: o País é pequeno e o
espírito não tem por onde se expandir.
Fácil,
pois, concluir que no compromisso partidário onde políticos e jornalistas vão
bebendo da mesma água inquinada e do mesmo púcaro, algumas promiscuidades
hão-de afectar, por força do inevitável, quem menos culpa tem dos “caldinhos”
cozinhados por ambas as partes, tudo praticado com total despudor.
Estou-me
a referir aos cidadãos, contribuintes e eleitores, que pagam e não bufam o
nefasto e perverso banquete.
Jornalista
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