O
Presidente da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e Chefe de
Estado, José Eduardo dos Santos, defendeu ontem, em Luanda, que os graves
problemas da região “requerem uma resposta consensual, cabal e eficaz”, a fim
de os superar rapidamente.
José
Eduardo dos Santos discursava na abertura da cimeira, que reuniu ontem em Luanda Chefes de
Estado e de Governo da República do Congo, da República Democrática do Congo,
do Ruanda e do Uganda e como convidados especiais os Presidentes da África do
Sul e da Tanzânia.
O Presidente José Eduardo dos Santos disse que é preciso tomar medidas para neutralizar as forças rebeldes activas na região, porque “o tempo passa e cada minuto que se perde são mais vidas humanas que desaparecem, mais recursos que são gastos e menos disponibilidade temos para fazer frente a outras dificuldades que entravam o nosso desenvolvimento e o bem-estar dos nossos povos”.
O Presidente José Eduardo dos Santos acrescentou que “se as soluções que encontrámos para a situação difícil da Região dos Grandes Lagos já não reúnem consenso, temos de reanalisá-las, reajustá-las e restabelecer a unidade de pensamento e de acção, para garantirmos a consolidação da paz e da estabilidade”.
O Chefe de Estado recordou que “duas questões fulcrais que punham em causa esses objectivos eram a do M23, que mereceu já o tratamento previsto na Declaração de Nairobi, e a das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, que permanecem um problema à espera de solução, concretamente o seu desarmamento e repatriamento forçado ou rendição incondicional imediata”.
Concretizar as decisões
José Eduardo dos Santos lembrou que foram adoptadas “importantes deliberações” na última reunião em Luanda, em Março, mas que “só têm razão de ser se forem levadas à prática e produzirem bons resultados\".
O Chefe de Estado sublinhou que “para isso acontecer necessitamos de acatar e implementar as deliberações que nós próprios adoptámos\", acrescentando que as deliberações são o resultado da estratégia e das opções operacionais entre o diálogo e a a´cção directa para a resolução definitiva para a questão da Região dos Grandes Lagos e a consolidação da paz no leste da República Democrática do Congo.
A cimeira de Luanda serviu para os Chefes de Estado e de Governo presentes fazerem o balanço da execução das deliberações saídas da última reunião realizada em Luanda sobre a República Democrática do Congo e das reuniões dos ministros da Defesa dos países representados. A estabilidade na Região dos Grandes depende da neutralização das “forças negativas” que ainda actuam na região.
A paz em cada um dos países, lembrou o Presidente da República, é incompatível com quaisquer ameaças reais ou potenciais à segurança da região. E as ameaças das “forças negativas continuam, ainda que numa escala diferente do passado recente.
“Cada um de nós, cada um dos nossos Estados deve constituir-se na garantia de segurança dos outros a fim de criarmos um clima de boa vizinhança e de estabelecermos relações estáveis e duradouras entre nós, necessárias para o desenvolvimento e para a nossa afirmação no plano internacional\", disse o Presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos. O Presidente José Eduardo dos Santos assume desde Janeiro deste ano a presidência rotativa da organização regional.
Jornal
de Angola - Fotografia: Francisco Bernardo
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