Jornal
de Angola, editorial - 15 de Agosto, 2014
Os
deputados da Assembleia Nacional discutiram o tema da paz e da reconciliação
nacional durante longas horas
Mas
logo nos primeiros minutos foi possível ver quem está de armas aperradas
disparando contra uma sociedade pacífica, reconciliada e justa.Porque a guerra
não é apenas exércitos vomitando fogo e vidas ceifadas. Guerra é chamar Salazar
a um angolano que toda a sua vida se distinguiu como homem de cultura el
lutador pela liberdade do Povo Angolano e a Independência Nacional.
Guerra é mais do que despejar bombas sobre o Triângulo do Tumpo, a estrada que liga o Cuito Cuanavale a Menongue, sobre a Cahama, e tantos outros lugares sagrados de Angola. Guerra é também desprezar o Hino e a Bandeira Nacional ou difamar o Chefe de Estado. Quem ataca violentamente os símbolos da Nação está a fazer a guerra contra todos os que deram as suas vidas pela Pátria, contra os nossos Heróis, contra todo um povo. Quem ofende o Chefe de Estado está a ofender milhões de angolanos: todos os que votaram nele e no seu partido, que ganhou as eleições com mais de 70 por cento dos votos. Mais os cidadãos dos outros partidos e os que não têm partido mas que no dia seguinte às eleições passaram a ver
Guerra é acusar os vencedores das eleições de fraudes eleitorais que nunca existiram. Guerra permanente é colocar na agenda política, de tempos a tempos, acusações de fraude eleitoral, alegando a existência de provas que nunca foram apresentadas e que milhares de observadores nunca viram. Essa guerra insidiosa tem como fim tirar legitimidade democrática ao poder instituído. Ignorar o apoio dos eleitores às suas propostas políticas e programas de governo.
Guerra destruidora da paz e da reconciliação nacional é acusar o partido que venceu as eleições de cometer fraudes, golpes anti-democráticos, de contratar mercenários para combater a oposição. Como se quem conquista maiorias qualificadas nas urnas de voto precise de outra coisa que não seja exercer o poder com inteligência, sabedoria e respeitando o programa de governo sufragado pela vontade popular maioritária. Guerra sem quartel é estar fora do sistema democrático quando esse truque de baixa política lhe dá jeito e estar dentro quando precisa da protecção da Constituição da República. Políticos que no momento da votação abandonaram a Assembleia da República para não terem os seus nomes e os dos seus partidos à Lei Fundamental estão em guerra permanente com a paz e a reconciliação.
O partido UNITA não votou contra a Constituição da República. Não se absteve. Não votou a favor. Abandonou o Parlamento e com esse gesto demitiu-se da democracia, do Estado de Direito, da reconciliação, da paz e da reconstrução de uma Angola destruída pela guerra. E com a agravante de denegrir o Poder Judicial e passar um atestado de incompetência ou parcialidade aos magistrados judiciais. Guerra é agitar os demónios do racismo e do tribalismo. Na África do Sul, no Zimbabwe e na Namíbia, os regimes racistas foram arrasados pelos povos
O coração dos angolanos está aberto e profundamente reconhecido aos Heróis Nacionais que libertaram a pátria da agressão estrangeira e permitiram que a paz fosse o caminho que hoje trilhamos com confiança e fraternidade. Mas todas as muralhas se cerram à volta dos nossos corações, quando nos querem impor um criminoso de guerra, que cometeu repugnantes crimes contra a Humanidade e particularmente contra a Pátria Angolana. O seu nome: Jonas Savimbi. Guerra é usar a paz e a reconciliação nacional como arma de arremesso contra o regime democrático, o Chefe de Estado, a Constituição da República, o partido MPLA, vencedor de todas as eleições livres e democráticas, contra os jornalistas que não se intimidam com os assassinos do passado, contra a comunicação social livre, rigorosa e profissional.
A liberdade de imprensa é posta em causa sempre que o líder do grupo parlamentar da UNITA, Raul Danda, fala
Sem comentários:
Enviar um comentário