Representantes
de trabalhadores rurais de todo o país estão sendo treinados em Brasília para
atuarem na prevenção e no combate ao trabalho escravo em seus estados. As
palestras são oferecidas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O
objetivo do encontro é intensificar a participação dos trabalhadores para
prevenir e detectar situações análogas à escravidão.
Para
a OIT, o trabalho escravo está generalizado no mundo. O órgão estima que o
total de vítimas do trabalho forçado em todo o planeta chega 20 milhões de
pessoas. Andrea Araújo, do Programa de Combate ao Trabalho Forçado da OIT, diz,
no entanto, que o Brasil é referência mundial no combate às situações análogas
à escravidão no trabalho.
“O
Brasil tem toda uma política nacional que conseguiu, desde 1995, reduzir os
números do trabalho escravo”, disse. Para Andrea, o país precisa, agora, focar
em trabalhos de prevenção e apoio aos trabalhadores resgatados. “É um tripé:
fomentar a prevenção, estimular a denúncia e aumentar a assistência aos
trabalhadores vítimas da prática. As pessoas que estão aqui hoje têm papel
chave em levar essa mensagem para as comunidades”.
Segundo
a Contag, entre 1995 e maio de 2014, mais de 45 mil trabalhadores vítimas de
trabalho escravo foram libertados no Brasil. De acordo com o órgão, foram
feitas 1.587 operações de fiscalização no período.
Para
o secretário de Assalariados da Contag, que cuida de assuntos relativos ao
trabalho escravo, os trabalhadores são submetidos a essa situação pela sua
condição de vida. “Os trabalhadores são vulneráveis devido à baixa
escolaridade, às dificuldades enfrentadas. Quando ele vai para o trabalho
escravo, vai com uma promessa boa e, quando chega lá, não é nada do que
imaginou”.
Um
dos estados com maior número de trabalhadores resgatados, segundo a Contag, é o
Pará. O trabalhador rural da cidade paraense de Castanhal, Valberto Maia, diz
que a prevenção, com ações educativas nas comunidades, é a principal forma de
combate ao trabalho escravo. “Quando alguém está com seus direitos trabalhistas
cerceados, tem que denunciar, não pode esperar ser maltratado para
procurar a Justiça ou os sindicatos”.
Agência
Brasil - Edição: Fábio Massalli
Sem comentários:
Enviar um comentário