Macau,
China, 23 ago (Lusa) - Cinco nomes fortes da associação de trabalhadores dos
casinos Forefront of Macau Gaming foram acusados de desobediência qualificada
por terem, alegadamente, quebrado uma barreira policial durante o protesto
geral de 25 de agosto.
A
notícia foi avançada na segunda-feira à noite pela TDM, emissora pública de
Macau, e confirmada à agência Lusa pela polícia.
Ieong
Man Teng e Lei Kuok Keong, presidente e vice-presidente da associação,
respetivamente, foram constituídos arguidos pelo crime de desobediência
qualificada, juntamente com outros três líderes do grupo. Há cerca de dois
meses que a Forefront of Macau Gaming tem vindo a liderar manifestações contra
as operadoras de jogo.
Em
causa está o protesto geral de 25 de agosto, convocado contra todas as
operadoras de jogo, em que os manifestantes - que pediam aumentos salariais e
melhores políticas de progressão na carreira - terão quebrado uma barreira
policial.
Duas
semanas depois do protesto, os líderes da associação foram notificados, mas só
ontem divulgaram a situação.
"Se
a polícia achou que tínhamos cometido algum crime, podia ter-nos detido e
acusado naquele dia", disse à TDM Lei Kuok Keong.
À
Lusa, a polícia explicou que o percurso da manifestação foi acordado
previamente com os promotores, no entanto, chegada à altura, junto à Rua de
Sintra, onde se encontrava a barreira policial, os manifestantes "ficaram
muito agressivos e tentaram romper o cordão da PSP".
Esse
objetivo terá sido cumprido, dizem as autoridades, "causando um problema
de trânsito e um perigo à segurança dos peões".
Apesar
de os manifestantes terem regressado ao circuito original, "violaram a
lei", afirma a polícia. No mesmo dia, a PSP realizou um relatório e
denunciou o caso ao Ministério Público que abriu uma investigação criminal. Na
sequência desta investigação, os cinco membros da associação foram constituídos
arguidos, diz a polícia.
Em
declarações à TDM, Lei Kuok Keong garantiu que o grupo voltou ao trajeto
original "depois do último aviso da polícia".
Os
líderes da Forefront acusam a PSP de ter contactado as suas famílias, ao invés
de os notificar diretamente.
"Os
nossos familiares questionaram-se se também os estamos a implicar a eles, e se
existe culpa por associação. Os nossos pais já têm alguma idade. Se começarem a
ficar assustados, isso pode ser grave. Não percebo porque é que a polícia usa
este método e tenho medo que venha às nossas casas para falar com os nossos
familiares", disse o vice-presidente da associação à televisão de Macau.
A
polícia não quis prestar esclarecimentos sobre os contactos com os familiares
dos arguidos, apesar de a TDM ter noticiado que esta situação foi negada pela
PSP.
ISG
// JCS - Lusa
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