O
secretário-geral do PCP afirmou hoje que todos estão a empurrar "uns para
os outros" as responsabilidades sobre o caso BES e que o presidente do BPI
se fez de 'morto' para "deitar a mão à presa".
Em
Évora, Jerónimo de Sousa disse que "empurram todos uns para os outros as
responsabilidades" e fazem-se "de mortos ou vêm dizer que nada
sabiam, depois de muito terem perorado acerca da solidez do banco",
referindo-se ao Presidente da República, Governo, Banco de Portugal e a PS, PSD
e CDS-PP.
"Só
Fernando Ulrich, o tal banqueiro do 'ai aguenta, aguenta', é que veio dizer que
não era preciso ser Sherlock Holmes para ver o que se passava no BES. Sabia
tanto e também se fez de 'morto' à espera de deitar a mão à presa",
afirmou o líder comunista no encerramento da 8.ª Assembleia da Organização
Regional de Évora do PCP.
Jerónimo
de Sousa assinalou que Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, e António José
Seguro, líder do PS, "tentam colocar o contador das responsabilidades das
suas formações partidárias a zero", mas que "um e outro acabam de
descobrir nos seus partidos gente ligada aos negócios e de dedo em riste e
discursos inflamado para português acreditar anunciam-lhes uma guerra sem
quartel".
"Podíamos
dizer que mais vale tarde do que nunca, mas tratam-se infelizmente de
hipócritas encenações sem reais consequências", considerou, realçando
também "a mesma cínica encenação de lavagem de mãos protagonizada por
Paulo Portas, que admite questionar a 'troika' sobre o BES".
O
líder comunista considerou que a operação em torno do Novo Banco "acaba
agora de receber um novo impulso do Governo e do Banco de Portugal, com a
nomeação da nova administração, de desvalorização dos ativos com vista a
facilitar a sua venda imediata".
Para
Jerónimo de Sousa, esta situação "agrava os riscos de transformar o BES
num novo BPN, onde uns ficam com um património valioso a preço de saldo e
outros a pagar a negociata com desemprego e com os seus impostos".
O
PCP já anunciou que vai apresentar uma iniciativa no parlamento para ouvir de
urgência a ministra das Finanças sobre o Novo Banco.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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