Macau,
China, 13 set (Lusa) - Os trabalhadores da Sociedade de Jogos de Macau (SJM)
voltaram hoje às ruas em protesto e acusaram a operadora de não os deixar tirar
folga no dia da manifestação, uma acusação que a empresa rejeita.
"A
SJM cancelou todas as folgas de hoje", disse King Chan, supervisor de sala
no casino Grand Lisboa e um dos organizadores do protesto de hoje.
"As
pessoas que estão aqui, ou foram trabalhar de manhã ou vão à noite",
afirmou.
Segundo
Pun Weng Kuong, croupier daquele casino, adiantou que "há até pessoas que
estavam de folga e tiveram de ir trabalhar hoje. Ligaram-lhes a dizer:
'Desculpe, mas tem de vir trabalhar'".
Os
trabalhadores explicaram, no entanto, que não foi emitida nenhuma nota oficial
sobre esta matéria, sendo os contactos feitos apenas individualmente.
A
operadora de jogo nega as acusações.
"Não
é verdade. Podem tirar dias de folga, desde que seja acordado com o supervisor.
Se foram chamados a trabalhar e era o seu dia de folga, a empresa vai pagar de
acordo com a situação. E se quiserem, podem recusar fazê-lo, de acordo com a
lei laboral", explicou à agência Lusa o diretor executivo da SJM, Ambrose
So.
Os
trabalhadores queixam-se ainda de não conseguirem dialogar com a empresa mas
recusam, por agora, partir para a greve - um direito previsto na Lei Básica de
Macau mas que nunca foi regulamentado.
"Não
queremos perder o nosso emprego, não queremos sair da empresa, mas queremos
conversações pacíficas, porque somos trabalhadores normais e queremos falar com
os patrões. Vamos continuar a insistir de forma pacífica", afirmou Chan.
Entre
os cerca de 700 manifestantes estava também Shirley Sim, de t-shirt preta, o
uniforme escolhido para identificar os trabalhadores da SJM. O valor dos
salários foi o principal motivo que levou esta supervisora de sala do Grand
Lisboa a juntar-se ao protesto.
"Recebemos
menos 5.000 patacas (483 euros) que os trabalhadores das outras
operadoras", queixou-se.
Atualmente
a auferir um salário de 22.000 patacas (2.125 euros), Shirley Sim, de 48 anos,
pede também que sejam atribuídos 14 meses de salário e bónus no final de cada
ano.
O
pedido é secundado pelo croupier Pun Weng Kuong, que reclama, ainda, o aumento
dos dias de férias, dos 12 que goza atualmente para os 26 a que alguns trabalhadores
de escalões mais elevados têm direito.
Este
funcionário, de 34 anos, conta com um salário de 19.000 patacas (1.835 euros)
que considera insuficiente, tendo em conta que outras operadoras, diz, oferecem
22.000 patacas (2.125 euros) e a Wynn chega até às 30.000 patacas (2.898
euros), incluindo horas extra.
"Temos
de lutar pelos nossos direitos. Não há outra opção, temos de fazer isto",
afirmou.
ISG
// JLG - Lusa
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