A
Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, afirmou hoje ter dúvidas
em relação à imparcialidade das missões de observação eleitoral que integrarem
líderes religiosos moçambicanos, acusando-os de falta de idoneidade.
Em
conferência de imprensa hoje em Maputo, o porta-voz da Renamo (Resistência
Nacional Moçambicana), António Muchanga, afirmou que o movimento não acredita
na independência de alguns líderes religiosos na observação do processo
eleitoral em curso, tendo como base a alegada exclusão do partido do programa
comemorativo que organizaram para o aniversário do Acordo Geral de Paz (AGP),
assinalado no passado dia 04.
"Pode
acreditar-se na parcialidade dos líderes religiosos, quando excluem um dos
protagonistas principais do Acordo Geral de Paz?", questionou Muchanga,
acusando alguns líderes religiosos de se terem alegadamente associado ao
Governo para "humilhar" a Renamo nas festividades alusivas ao Dia da
Paz.
Segundo
o porta-voz da Renamo, no programa organizado pelo Conselho Cristão de
Moçambique (CCM), para o culto ecuménico alusivo ao Dia da Paz, não foi
reservado espaço para uma intervenção do partido, na qualidade de signatário do
AGP, que, em 1992, pôs termo a 16 anos de guerra civil em Moçambique.
"O
mais grave ainda é que a cerimónia de Maputo era dirigida pela sociedade civil,
onde se destacaram os membros do Observatório Eleitoral, que se fizeram
representar pelo presidente do Conselho Cristão de Moçambique, secretário-geral
do Conselho Cristão de Moçambique, novo bispo da igreja anglicana e outras
personalidades religiosas bem conhecidas o país", segundo a Renamo.
"Estas
personalidades falam em nome de Cristo e do amor, mas o que vimos naquele dia
não tem nada de cristianismo, pois Cristo ensina-nos boas práticas, ensina-nos
a valorizar os outros e o que nos foi dado a assistir no dia da Paz foi um
desprezo, uma tentativa de humilhar e excluir os dirigentes do partido Renamo,
os mesmos que são signatários dos dois Acordos", apontou António Muchanga.
Muchanga
acusou alguns prelados de supostamente estarem a violar a Lei Eleitoral,
mobilizando os seus fiéis a votar na Frelimo, nas eleições gerais de 15 de
outubro (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais), durante os
cultos religiosos.
Para
a Renamo, as missões de observação eleitoral que integrarem alguns líderes
religiosos moçambicanos não oferecem garantias de imparcialidade, uma vez que
estão alegadamente associados à Frelimo.
"A
sua falta de imparcialidade poderá caracterizar o seu trabalho na observação
eleitoral. Queremos alertar o país para essa conduta por parte de alguns
líderes religiosos", destacou o porta-voz do principal partido da oposição.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário