Fora
dos tradicionais meios, a campanha para as eleições gerais moçambicanas de 15
de outubro corre também nas redes sociais, onde os partidos "mais
velhos" batem em seguidores o Movimento Democrático de Moçambique (MDM),
associado às novas gerações.
O
número de seguidores dos três principais partidos políticos dados quebra a
retórica de que os mais novos são mais propensos para as novas tecnologia, com
os históricos Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e Resistência
Nacional Moçambicana (Renamo) a granjearem maiores atenções dos internautas nas
redes sociais do que o emergente MDM, cujos eleitores têm sido descritos por
analistas políticos como pertencentes a uma faixa etária compreendida entre os
18 e os 30 anos e oriunda dos meios urbanos.
Embora
com presença no Twitter, a ação propagandística dos "três grandes"
nas redes sociais está essencialmente concentrada no Facebook, que conta cerca
de 326,5 mil utilizadores em Moçambique, segundo dados da "Internet World
Stats", plataforma que estima que existam mais de 1,33 milhões de pessoas
que acedem à Internet no país, representando uma percentagem de cerca de 5,4%
da população - cerca de 24 milhões de pessoas.
Com
um número de seguidores claramente superior às demais candidaturas, a Frelimo
concentra a sua ação no seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, propondo duas
páginas personalizadas, a primeira com o nome do concorrente, a outra com a
campanha "Sou + Nyusi", que apresenta demonstrações de uma estratégia
montada por agências de comunicação especializadas em gestão de redes sociais.
Nos
perfis, fotos de figuras públicas ligadas ao atual executivo, como a ministra
dos Recursos Naturais, Esperanças Bias, de artistas, como a cantora Lizha
James, e de anónimos surgem segurando uma placa que ostenta a mensagem "Eu
sou + Nyusi", e convivem com outras ações promocionais, como uma meia
maratona de ciclismo e atletismo, batizada com o nome do candidato da Frelimo.
Tal
como o partido no poder, também a Renamo se coloca em segundo plano no
Facebook, privilegiando a página do seu candidato, que diariamente surge em
fotos que apresentam grandes concentrações de pessoas, de resto, uma
preocupação partilhada por todos os partidos.
"O
Facebook não é determinante para decidir uma eleição em Moçambique, mas influencia,
porque os poucos que têm acesso à Internet podem influenciar outras pessoas que
não têm. Por isso, não queremos descurar este meio", considerou à Lusa
Eduardo Namburete, cabeça de lista da Renamo pelo círculo eleitoral de Maputo.
Com
pouco mais de 20.000 seguidores, o MDM, tal como os demais partidos, socorre-se
das redes sociais para divulgar as suas ações de campanha e propostas
políticas, mas aproveita "a rede" para denunciar "os ataques
violentos" que a jovem formação política vai sofrendo em alguns pontos do
país, também noticiados pelos meios de comunicação moçambicanos e
internacionais.
No
somatório, as três campanhas contam mais de 189 mil seguidores no Facebook,
que, a serem tomados como eleitores, representariam cerca de 1,7% do total de inscritos
para a votação das presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais de
15 de outubro - 10,8 milhões de eleitores - longe, por isso, de serem
decisivos, como constata Eduardo Namburete.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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