O
aumento da velocidade da lava expelida pelo vulcão que assola desde domingo a
ilha do Fogo obrigou hoje de madrugada à evacuação do centro de operações de
segurança que monitoriza também a erupção em Chã das Caldeiras.
Em
declarações à agência Lusa, Nuno Oliveira, diretor das operações no terreno do
Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) cabo-verdiano, adiantou que o centro,
situado na escola de Portela, em Chã das Caldeiras, planalto que funciona como
base de vigilância junto das bocas da erupção vulcânica, tem as lavas a menos
de 50 metros .
Hoje
de manhã, era visível lava a sair de quatro bocas eruptivas do vulcão. Em
declarações à Lusa, Hélio Semedo, geólogo da Proteção Civil cabo-verdiana, indicou
que a velocidade da lava aumentou de três para cinco metros por hora, fruto da
intensificação das erupções e do relevo do terreno.
A
lava, disse Hélio Semedo, está perto de destruir a 16.ª casa em Portela, depois
de quarta-feira ter arrasado com 15 habitações, duas casas de apoio à
agricultura, 14 cisternas e 15 currais, matando também alguns animais de
criação.
Hoje
de madrugada, acrescentou o responsável, a lava avançou e destruiu uma vasta
área de cultivo, que "é muito difícil" de quantificar.
A
lava tem agora uma frente de cerca de 600 metros de largura a
caminho de Portela, de onde já fora retirada toda a população, mantendo-se,
porém, alguns jovens nas encostas da Bordeira, as "paredes" da grande
cratera de Chã das Caldeiras, com 11 quilómetros de extensão.
Às
primeiras horas de hoje, a Lusa observou o contínuo vaivém de carrinhas de
caixa aberta em que estão a ser retirados os pertences dos habitantes de
Portela, algo que prosseguiu pela madrugada fora e pela manhã.
"Ao
contrários dos dias anteriores, já não há populares a entrar ou a deslocarem-se
à Portela, porque finalmente ganharam consciência da seriedade da
situação", frisou novamente à Lusa Nuno Oliveira.
Na
maior cidade do Fogo, José Maria Neves é acompanhado pelas ministras
cabo-verdianas da Administração Interna, Marisa Morais, Infraestruturas, Sara
Lopes, Desenvolvimento Rural, Eva Ortet e do Ambiente, Antero Veiga, bem como
de autoridades militares, policiais e da proteção civil e da coordenadora
residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde , Ulrika Richardson-Golinski.
Quarta-feira,
em declarações à Lusa, o primeiro-ministro cabo-verdiano indicou que Portugal
disponibilizou-se para enviar uma fragata para apoiar as operações no Fogo,
que, disse hoje à Lusa fonte da embaixada de Portugal na Cidade da Praia, tem a
bordo um helicóptero, meios de comunicação por satélite (com 18 antenas),
equipamentos de proteção civil, medicamentos e especialistas em geofísica e
vulcanologia.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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