A
Guiné Equatorial proibiu os seus meios de comunicação estatais de noticiar a
queda do Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, que foi destituído do
cargo por pressão popular depois de 27 anos no poder.
"No
dia da saída do Presidente Blaise Comparoé (a 31 de outubro), selecionamos este
caso para o jornal da uma, mas o diretor da rádio disse para não noticiar o
assunto", declarou à agência francesa de notícias AFP, sob anonimato, um
jornalista da Radio e Televisão da Guiné Equatorial (RTVGE).
"O
diretor disse-me que os ministros mandaram não divulgar" as informações
sobre a crise no Burkina Faso, acrescentou.
As
autoridades de Malabo já haviam bloqueado a difusão nos meios de comunicação
estatais de informações sobre a "Primavera Árabe" ou a crise na Costa
do Marfim.
"Nós
não interferimos nos assuntos internos de outros Estados", justificou
Malabo.
"Os
meios de comunicação do Estado estão ao serviço exclusivo do Governo, é preciso
liberta os media do Estado", reagiu este fim de semana Esono Ondo, secretário-geral
do principal partido de oposição equato-guineense, a Convergência para a
Democracia Social (CPDS).
A
22 de outubro, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang -- no poder
desde 1979 -- aprovou uma "amnistia geral" aos opositores no exílio
com vista a um novo "diálogo nacional", a quinta organizada por este
governo.
Os
trabalhos oficiais da mesa de negociação nacional começou este fim de semana,
mas sete partidos de oposição, incluindo o CPDS, recusaram-se em participar,
exigindo nomeadamente a libertação de "todos os prisioneiros
políticos".
O
Governo qualificou esta posição de "gesto premeditado".
As
autoridades da Guiné Equatorial são fortemente criticadas pelas organizações
não-governamentais por não respeitar os direitos humanos e pela corrupção.
O
país, de língua espanhola, entrou para a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), a 23 de julho deste ano.
Lusa, em Notícias ao Minuto
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