A
China considera Portugal "um país amigo" e "um importante
parceiro", disse hoje o porta-voz do ministério chinês dos Negócios
Estrangeiros, Qin Gang.
Questionado
pela agência Lusa, em Pequim, sobre o 15.º aniversário da transferência de
poderes em Macau e o estado atual das relações luso-chinesas, Qin Gang
caracterizou também Portugal como "um bom amigo da China no seio da União
Europeia".
"China
e Portugal lidaram corretamente com o regresso de Macau (à administração
chinesa), através de consultas e negociações em pé de igualdade. É um marco
memorável na História das relações entre a China e Portugal", realçou o
porta-voz do MNE chinês.
Macau
("Ao Men", em chinês) foi integrado na República Popular da China no
dia 20 de dezembro de 1999, com o estatuto de Região Administrativa Especial e
segundo a mesma fórmula adotada em
Hong Kong , "um país, dois sistemas".
"O
regresso sem sobressaltos de Macau à China e a harmonia e prosperidade de que
tem gozado deve-se ao facto de a China e Portugal terem mantido boa
cooperação", disse Qin Gang.
"E
o sucesso de Macau também contribuiu para o bom desenvolvimento das relações
entre a China e Portugal", acrescentou.
A
China tornou-se nos últimos três anos um dos maiores investidores em Portugal,
comprando importantes participações em grandes empresas dos setores da energia,
seguros, saúde e banca.
"China
e Portugal mantêm enorme cooperação no domínio do investimento e noutras áreas.
Portugal tem uma atitude amigável face à China e é um importante
parceiro", assinalou o porta-voz chinês.
Qin
Gang evocou a "assistência e apoio" da China a Portugal durante a
crise da dívida soberana na Europa, há quatro anos, mas não precisou o montante
dos títulos do tesouro adquirido por instituições chinesas.
"Ambos
os países encontraram novas áreas para a cooperação e no futuro continuarão a
aprofundar essa cooperação", afirmou.
Segunda
economia mundial, logo a seguir aos Estados Unidos da América, a China tem
também as maiores reservas em divisas do planeta, estimadas em cerca de 3.88
biliões de dólares (3,15 biliões de euros).
Há
menos de duas semanas, a empresa financeira Haitong, sediada em Xangai, chegou
a acordo com o Novo Banco para comprar o BESI (Banco Espírito Santo
Investimento) por 379 milhões de euros.
Trata-se
do quarto grande investimento chinês em Portugal, depois de a China Three
Gorges ter pago 2.700 milhões de euros por 21,35% do capital da EDP, em 2012.
Os
outros três investimentos, que no conjunto somaram mais de 1.800 milhões de
euros, foram feitos pela State Grid (REN), também na área da energia, e pela
Fosun (Fidelidade), nos setores dos seguros e da saúde.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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