segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Defesa da soberania implica consolidar funcionamento responsável do Estado - Xanana




Díli, 01 dez (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje que a defesa da soberania implica consolidar a autonomia e o funcionamento responsável de todas as instituições do Estado para garantir a "proteção do bem comum".

"Timor-Leste está determinado em fazer vencer a sua vontade política coletiva, consubstanciada nos valores democráticos que partilhamos e que estão plasmados na Constituição, e, a defesa da nossa soberania implica também a consolidação da autonomia e funcionamento eficiente, profissional e responsável de todas as instituições do Estado", disse Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense discursava no parlamento nacional no início da discussão do Orçamento Geral do Estado para 2015, que deverá terminar no próximo dia 18.

"Se um destes órgãos se encontra debilitado, toda a máquina do Estado é afetada e exige uma ação imediata para a proteção do bem comum. É por isso imperativo garantir que onde são detetadas fragilidades no funcionamento do Estado como um todo, se atue com vista ao seu fortalecimento, usando da interdependência de poderes", salientou.

Xanana Gusmão referia-se, embora sem nunca o afirmar diretamente, às recentes resoluções aprovadas pelas autoridades timorenses que determinaram uma auditoria ao setor da Justiça por razões de "força maior e interesse nacional", que culminaram com a expulsão de magistrados portugueses do país.

"Muitos talvez não compreendam isto e não entendam os mais altos valores de soberania que temos de defender. Muitos ainda não compreenderam os desafios que se colocam a um país jovem como o nosso que foi construído a partir do nada", sublinhou, no discurso de 18 páginas.

Segundo Xanana Gusmão, as particularidades e o futuro de Timor-Leste e os sacrifícios do povo "exigem por vezes tomadas de posição rigorosas ainda que incompreendidas à escala das ditas democracias modernas e seculares".

"Ao que outros chamam de arrogância é, no entanto, para nós timorenses, meramente o reconhecimento da necessidade premente de corrigir aquilo que não nos serve e de reformar aquilo que não protege os interesses superiores da Nação", explicou Xanana Gusmão.

MSE // SB

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