Díli,
01 dez (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje
que a defesa da soberania implica consolidar a autonomia e o funcionamento
responsável de todas as instituições do Estado para garantir a "proteção
do bem comum".
"Timor-Leste
está determinado em fazer vencer a sua vontade política coletiva,
consubstanciada nos valores democráticos que partilhamos e que estão plasmados
na Constituição, e, a defesa da nossa soberania implica também a consolidação
da autonomia e funcionamento eficiente, profissional e responsável de todas as
instituições do Estado", disse Xanana Gusmão.
O
primeiro-ministro timorense discursava no parlamento nacional no início da
discussão do Orçamento Geral do Estado para 2015, que deverá terminar no
próximo dia 18.
"Se
um destes órgãos se encontra debilitado, toda a máquina do Estado é afetada e
exige uma ação imediata para a proteção do bem comum. É por isso imperativo
garantir que onde são detetadas fragilidades no funcionamento do Estado como um
todo, se atue com vista ao seu fortalecimento, usando da interdependência de
poderes", salientou.
Xanana
Gusmão referia-se, embora sem nunca o afirmar diretamente, às recentes
resoluções aprovadas pelas autoridades timorenses que determinaram uma
auditoria ao setor da Justiça por razões de "força maior e interesse
nacional", que culminaram com a expulsão de magistrados portugueses do
país.
"Muitos
talvez não compreendam isto e não entendam os mais altos valores de soberania
que temos de defender. Muitos ainda não compreenderam os desafios que se
colocam a um país jovem como o nosso que foi construído a partir do nada",
sublinhou, no discurso de 18 páginas.
Segundo
Xanana Gusmão, as particularidades e o futuro de Timor-Leste e os sacrifícios
do povo "exigem por vezes tomadas de posição rigorosas ainda que
incompreendidas à escala das ditas democracias modernas e seculares".
"Ao
que outros chamam de arrogância é, no entanto, para nós timorenses, meramente o
reconhecimento da necessidade premente de corrigir aquilo que não nos serve e
de reformar aquilo que não protege os interesses superiores da Nação",
explicou Xanana Gusmão.
MSE
// SB
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