Portugal
está a perder oportunidades de negócio em Cuba, aproveitadas por países com
“posições mais agressivas”, considerou a embaixadora cubana, Johana Ruth de La Torre.
“A
relação entre os dois países, mesmo que positiva, deve ser aprimorada e
ampliada para aumentar as trocas comerciais”, frisou a diplomata, durante uma
visita à Câmara de Comércio Portugal - Cuba, no Porto.
A
área dos moldes e das embalagens, da construção civil, do calçado e do têxtil
são oportunidades de negócio “prioritárias” das quais Cuba “tem falta” e onde
Portugal tem “conhecimento, trabalho feito e experiência”, afirmou.
A
agricultura e a agro-indústria são outros dos setores onde é necessário
investir porque Cuba tem uma “extravagante desproporção” na importação de
alimentos que atinge os dois mil milhões de euros, considerou Johana Ruth de La Torre.
“Quem
produzir em Cuba o que importamos vai ter sucesso e retorno económico”,
realçou.
As
trocas comerciais entre os dois países rondam os 90 milhões de euros, enquanto,
por exemplo, com a Holanda chegam aos 400 milhões de euros.
Na
sua opinião, existe um grande potencial de parceria entre portugueses e cubanos
devido às suas semelhanças, em termos geográficos, populacionais e históricos.
“Por
isso, é importante fortalecer esta relação”, ressalvou.
Facilidades
burocráticas, regime tributário “atrativo”, capital humano qualificado,
estabilidade política, social e jurídica, segurança e setores industriais
“virgens” são motivos enumerados pela embaixadora cubana para o aumento do
investimento português na ilha liderada por Raúl Castro.
Apesar
de constatar que o interesse e o investimento por parte dos portugueses em Cuba
estão a aumentar, é “preciso mais”, entendeu.
A
embaixadora sublinhou que “nenhuma” empresa portuguesa estabelecida na ilha
caribenha perdeu, “antes pelo contrário”.
Johana
Ruth de la Torre
lembrou que Cuba tem uma nova Lei - 118 - que prevê um conjunto de incentivos
ao investimento estrangeiro, assim como a zona especial de Mariel, a 47 quilómetros de
Havana (capital), com condições específicas para a fixação de indústrias.
A
participação de Portugal na Feira Internacional de Havana no passado mês de
novembro, que contou com a presença de 30 empresas e membros do Governo,
permitiu estabelecer e impulsionar as “missões empresariais”.
“Agora,
há um calendário de visitas de Portugal a Cuba e vice-versa”, salientou.
Esta
semana, os Estados Unidos e Cuba restabeleceram as relações diplomáticas,
congeladas desde 1961.
Lusa,
em jornal i
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