Filipe
Baptista – jornal i, opinião
Pouco
restará em breve para privatizar. A energia controlada a oriente e as
comunicações sabe Deus onde irão parar. A saúde apetecível, a Caixa já faltou
mais, a água porque não? E agora num último fôlego pré-natal entrega-se a TAP.
Acena-se
com demónios! Argumenta-se com a inefável eficiência do privado sobre o
público. Porventura a mesma que conduziu o planeta à maior crise financeira da
nossa história. Malandros dos trabalhadores que nos vão estragar as férias de
Natal e ano novo! Não há direito - ouve-se de forma uníssona da boca dos
comentadeiros. Como diria Francisco de Sá de Miranda, "m'espanto às vezes,
outras m'avergonho".
Mas
objectivamente acredita-se assim neste argumento da eficiência? Do lucro versus prejuízo?
Curiosamente, no caso da privatização dos CTT esta lógica esteve invertida.
Dava lucro e era uma das empresas mais eficientes e modernas do sector no
mundo. Ou na PT, que nos últimos 11 anos distribuiu mais de 11 mil milhões de
dividendos aos accionistas?
Mas
é a transportadora que dá prejuízo? Ou é a TAP - Manutenção e Engenharia
Brasil, S.A.? Alguém foi ver? Enquanto isso, o povo assobia para o lado. São
todos iguais - dizem. E vai afogando as frustrações no cartão de crédito
confiante de que o Natal e o ano novo levarão as frustrações.
Mas
pergunto-me se o caminho para a salvação é a privatização. Se queremos
prosperidade, eficiência e garantia dos postos de trabalho, por que razão não
havemos de privatizar a República? Chiu... Baixinho... Não vá esta gente ter
ideias.
Secretário
da ARCTEL- CPLP - Escreve ao sábado
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