domingo, 25 de janeiro de 2015

Macau tem cerca de 10.000 muçulmanos e a comunidade continua a crescer -- associação




Macau, China, 25 Jan (Lusa) - Macau conta atualmente com cerca de 10.000 muçulmanos, uma comunidade que as associações islâmicas do território e de Hong Kong acreditam estar em pleno crescimento, em grande parte devido à chegada de empregadas domésticas da Indonésia.

"Está a crescer muito, cada vez há mais pessoas a vir à mesquita à sexta-feira", afirmou à agência Lusa o imã Uthman Yang, que apesar de pertencer à União Islâmica de Hong Kong, se desloca a Macau todas as sextas-feiras para conduzir os rituais religiosos.

A mesquita da cidade está sem líder há cerca de um ano e meio, quando o imã faleceu.

Sem meios de financiamento, a Associação Islâmica de Macau conta, desde os anos 1980, com o apoio da união de Hong Kong, de onde chegam 200.000 dólares de Hong Kong (cerca de 22.000 euros) anuais para custos de manutenção da mesquita.

"Somos duas organizações diferentes, mas estamos gratos a Macau e estamos a retribuir", explicou Rahmatullah Mohamed Omar, secretário-geral da União Islâmica de Hong Kong, uma cidade com uma comunidade muçulmana de cerca de 300.000 membros.

Durante a II Guerra Mundial, muitos muçulmanos de Hong Kong fugiram para Macau, aproveitando o facto de Portugal ser neutro no conflito. Foi o caso de Omar: "Estive cerca de quatro anos em Macau, onde fomos pedir refúgio. Era muito pequeno, tinha dois ou três anos".

"Trataram-nos muito bem e estamos muito agradecidos. Por isso agora tentamos ajudar os muçulmanos de Macau o máximo possível", esclareceu.

As duas associações esperam que, no futuro, Macau consiga gerar alguns fundos, não só através da cantina que querem abrir no novo centro islâmico - a aguardar aprovação das Obras Públicas - mas também através do serviço de certificação de restaurantes 'halal'.

Atualmente, é Uthman Yang que atribui essa certificação em Macau, mas a função pode passar a ser desempenhada localmente quando for contratado um novo imã.

A questão da comida 'halal' - que implica que os animais sejam mortos de acordo com a lei islâmica - é salientada como essencial para o bem-estar de residentes e turistas muçulmanos.

Macau conta agora com cinco restaurantes certificados, três indianos e dois chineses.

"Há um número crescente de muçulmanos a visitar Macau e procuram restaurantes 'halal' [por isso] há cada vez mais restaurantes a pedir informações sobre as certificações", garantiu Ali Mahomed, porta-voz da Associação Islâmica de Macau, indicando que esta é uma tendência que se tem acentuado nos últimos "dois ou três anos".

ISG// PJA

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