Macau,
China, 25 Jan (Lusa) - Macau conta atualmente com cerca de 10.000 muçulmanos,
uma comunidade que as associações islâmicas do território e de Hong Kong
acreditam estar em pleno crescimento, em grande parte devido à chegada de
empregadas domésticas da Indonésia.
"Está
a crescer muito, cada vez há mais pessoas a vir à mesquita à sexta-feira",
afirmou à agência Lusa o imã Uthman Yang, que apesar de pertencer à União
Islâmica de Hong Kong, se desloca a Macau todas as sextas-feiras para conduzir
os rituais religiosos.
A
mesquita da cidade está sem líder há cerca de um ano e meio, quando o imã
faleceu.
Sem
meios de financiamento, a Associação Islâmica de Macau conta, desde os anos
1980, com o apoio da união de Hong Kong, de onde chegam 200.000 dólares de Hong
Kong (cerca de 22.000 euros) anuais para custos de manutenção da mesquita.
"Somos
duas organizações diferentes, mas estamos gratos a Macau e estamos a
retribuir", explicou Rahmatullah Mohamed Omar, secretário-geral da União
Islâmica de Hong Kong, uma cidade com uma comunidade muçulmana de cerca de
300.000 membros.
Durante
a II Guerra Mundial, muitos muçulmanos de Hong Kong fugiram para Macau,
aproveitando o facto de Portugal ser neutro no conflito. Foi o caso de Omar:
"Estive cerca de quatro anos em Macau, onde fomos pedir refúgio. Era muito
pequeno, tinha dois ou três anos".
"Trataram-nos
muito bem e estamos muito agradecidos. Por isso agora tentamos ajudar os
muçulmanos de Macau o máximo possível", esclareceu.
As
duas associações esperam que, no futuro, Macau consiga gerar alguns fundos, não
só através da cantina que querem abrir no novo centro islâmico - a aguardar
aprovação das Obras Públicas - mas também através do serviço de certificação de
restaurantes 'halal'.
Atualmente,
é Uthman Yang que atribui essa certificação em Macau, mas a função pode passar
a ser desempenhada localmente quando for contratado um novo imã.
A
questão da comida 'halal' - que implica que os animais sejam mortos de acordo
com a lei islâmica - é salientada como essencial para o bem-estar de residentes
e turistas muçulmanos.
Macau
conta agora com cinco restaurantes certificados, três indianos e dois chineses.
"Há
um número crescente de muçulmanos a visitar Macau e procuram restaurantes
'halal' [por isso] há cada vez mais restaurantes a pedir informações sobre as
certificações", garantiu Ali Mahomed, porta-voz da Associação Islâmica de
Macau, indicando que esta é uma tendência que se tem acentuado nos últimos
"dois ou três anos".
ISG//
PJA
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