Díli,
26 jan (Lusa) - O primeiro-ministro timorense considerou hoje que promover e
consolidar a unidade nacional em Timor-Leste é essencial para a estabilidade e
desenvolvimento do país e para evitar crises como a que ocorreu em 2006.
Intervindo
num seminário em Díli sobre identidade e memória, Xanana Gusmão, considerou
ainda que as "desigualdades de oportunidade, económicas e sociais" são
uma "ameaça grave" à reconstrução.
"Desigualdades
que levam, obviamente, a insatisfações e estas ao conflito e à
instabilidade", afirmou, considerando essencial a formação e investigação,
o estudo e a produção de conhecimento, para criar uma sociedade "capaz de
ultrapassar sentimentos de ódio e vingança" mas sem apagar memórias.
"Em
Timor-Leste temos que valorizar a tolerância e promover a unidade da
diversidade, que é essencial para a estabilidade e desenvolvimento",
disse, dirigindo-se a uma plateia dominada por jovens estudantes.
"Os
nossos jovens devem perpetuar essa tradição de reconciliação e de diálogo,
unindo os timorenses para uma causa maior que é o desenvolvimento do país, como
os vossos pais e avós se uniram no passado pela causa da libertação
nacional", sublinhou.
Xanana
Gusmão disse que os timorenses devem aprender com os erros do passado,
especialmente com a crise política de 2006, que "revelou a fragilidade das
instituições" com os "conflitos de ordem económica, política
sociocultural a aumentar o sentimento de instabilidade", causando
"incalculáveis danos financeiros e políticos".
"Temos
que recuperar o orgulho de ser timorense. Não no sentimento de resistência, mas
para a agenda do desenvolvimento e afirmação internacional, criando um Estado
pacífico, tolerante e unido", disse.
Xanana
Gusmão falava no arranque de uma conferência de dois dias sobre a memória e a
identidade nacional que pretende analisar experiências nesta matéria em
Timor-Leste e noutros países da CPLP.
Promovido
pelo Arquivo Museu da Resistência de Timor-Leste o seminário junta
especialistas de Portugal, Timor-Leste, Cabo Verde, Moçambique e Angola, além
de vários dirigentes históricos timorenses
ASP
// JCS
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