Macau,
China, 25 mar (Lusa) -- O volume de marfim apreendido em Macau manteve-se baixo
nos últimos anos e desde janeiro não foi realizada qualquer apreensão no
território, informaram as autoridades, referindo que "a grande procura
está no interior da China".
"Acreditamos
que Macau é um mercado inexistente para o consumo doméstico, e por isso não é
uma região de destino", afirmaram os Serviços de Alfândega de Macau em
resposta à agência Lusa.
O
maior volume alguma vez apreendido em Macau remonta a 2008, quando os serviços
aduaneiros da região confiscaram 528,65 quilogramas de marfim em bruto,
"em rota de Macau para o interior da China por barco".
Já
em 2014 foram apreendidos 39,4 quilogramas de marfim em bruto, e no ano
anterior 50,2 quilogramas em três operações realizadas em meados de julho,
segundo a mesma fonte.
O
presidente da Câmara de Comércio Africana em Macau, Francis Nwachukwu, admite,
em declarações à agência Lusa, que a grande procura esteja no mercado do
interior da China, mas diz estar apreensivo com um eventual aumento do tráfico
através de Macau.
"Estou
um pouco preocupado, porque se os contrabandistas descobrem que não é proibido
(importar marfim esculpido) em Macau, então a região pode ser usada como rota
(para o tráfico) ", sublinhou.
Questionada
pela Lusa sobre um eventual aumento do contrabando, a secretaria para a
Segurança disse "não ter comentários".
Francis
Nwachukwu destaca pela positiva a proibição durante um ano, da importação de
marfim esculpido na China, uma medida que "pode ser simbólica", mas
está "na direção certa", porque "cria uma consciencialização nos
caçadores furtivos de que os governos estão a tentar combater o comércio
ilegal".
"O
primeiro passo foi dado. É bem-vindo por causa da caça furtiva. Para tornar a
medida mais efetiva deveria haver uma colaboração mais estreita com os governos
das duas regiões administrativas especiais", acrescentou o responsável
nigeriano, vincando que para alcançar melhores resultados "Macau e Hong
Kong deveriam também impor a proibição".
"Estes
animais estão a caminhar para a extinção, por isso Macau devia seguir a mesma
medida e não deixar alternativas aos caçadores furtivos. Por exemplo, se eles
não conseguirem entrar pela China, então vão procurar rotas alternativas para
levar (o marfim esculpido) para o interior da China: através de Hong Kong ou de
Macau", salientou.
FV
// PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário