Macau,
China, 16 mar (Lusa) - O economista Albano Martins defendeu hoje em declarações
à agência Lusa que o Produto Interno Bruto de Macau vai estar em 2015 em
recessão que pode chegar aos dois dígitos.
"Tudo
indica que as receitas do setor do jogo continuem em forte queda, pelo menos no
primeiro semestre. E essa descida vai influenciar negativamente o Produto
Interno Bruto de Macau", explicou Albano Martins ao recordar a
"elevada dependência" da economia local das receitas dos casinos.
O
mesmo responsável salientou que a queda do PIB acontecerá
"independentemente da manutenção do investimento (formação bruta de
capital fixo) dos casinos", embora esta vá naturalmente
"desacelerar" de alguma forma.
"Será
um ano de recessão para Macau porque o Governo pouco ou nada pode fazer para
contrariar a influência negativa que a queda das receitas dos casinos têm no
PIB porque a economia é pequena e a dimensão do setor público não possui um
peso significativo na comparação com o jogo", disse.
Só
nos primeiros dois meses do ano, as receitas dos casinos estão a cair em termos
homólogos 35,1% depois de uma descida de 17,4% em janeiro e de 48,6% em
fevereiro.
O
Produto Interno Bruto de Macau caiu 0,4% em 2014, naquela que foi a primeira
queda desde a transição em 1999 e num movimento potenciado pela descida, em
termos reais, de 17,2% no último trimestre do ano.
De
acordo com os dados dos Serviços de Estatística de Macau divulgados na
sexta-feira, a economia local cresceu 13,1% no primeiro trimestre, 8% no
segundo e iniciou um período de queda no terceiro trimestre com uma contração
de 2,3%.
No
último trimestre do ano, o Produto Interno Bruto diminuiu 17,2%.
O
Produto Interno Bruto foi de 443,3 mil milhões de patacas (51.848 milhões de
euros) e o PIB per capita de 713.514 patacas (83.451 euros), o que traduz uma
diminuição real de 4,79%.
Os
Serviços de Estatística associam a contração do PIB à queda de 7,9% nas
exportações de serviços de jogo já que a formação bruta de capital fixo
aumentou 35,2% ao longo do ano passado.
Já
a despesa de consumo privado e a despesa de consumo final do Governo aumentaram
em 2014, respetivamente, 20,7% e 16,7%.
JCS
// FV
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