Maputo,
25 mar (Lusa) -- A African Wildlife Foundation defende que Moçambique tem um
"papel fundamental a desempenhar no combate ao tráfico de animais
selvagens", uma atividade que diz estender-se à África do Sul e ser
facilitada nos portos moçambicanos.
"Os
governos de Moçambique e da África do Sul reconheceram publicamente a
necessidade de proteger a fronteira entre os dois países e assumiram
compromissos públicos para trabalhar em conjunto no combate à caça ilegal e
tráfico de animais selvagens em ambos os lados da fronteira. Ainda esperamos
ver um verdadeiro compromisso e dedicação de recursos para este fim pelo
governo de Moçambique", afirmou à agência Lusa a porta-voz da African
Wildlife Foundation.
"Caçadores
furtivos continuam a invadir os parques e reservas da África do Sul. Além da
porosa fronteira Moçambique-África do Sul, a fronteira com a Tanzânia também
carece de aplicação da lei sobre a vida selvagem, e os portos de Moçambique
facilitam o contrabando de chifres de rinoceronte, entre outros, para o
exterior. Portanto, Moçambique tem um papel decisivo a desempenhar",
acrescentou Kathleen Garrigan.
A
porta-voz da African Wildlife Foundation recordou que em 2013 foi anunciado que
Moçambique já não tinha rinocerontes, devido à ação dos caçadores furtivos.
"Também
foi alegado que os caçadores furtivos de rinocerontes podiam estar a atuar em
conluio com 'rangers' responsáveis pela proteção desses animais naquele país.
Atualmente, muitos dos caçadores matam rinocerontes na África do Sul,
especialmente no Parque Nacional Kruger, que se acredita que venham de
Moçambique", afirmou.
"Eles
parecem estar a operar com um grande grau de impunidade no outro lado da
fronteira, em Moçambique", sublinhou.
FV
// PJA
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