As
abordagens às dificuldades criadas para o ensino do português em Timor-Leste têm
sido algumas no Página Global. Em quase todas deixamos transparecer a existência
de forças lobistas que querem ver a língua portuguesa excluída da Constituição
timorense assim como das escolas. Não é portanto novidade.
Foi
há cerca de um ano que aqui nos referiam existir no próprio Parlamento Nacional
timorense um lobie que tinha por objetivo cumprir a primeira meta acerca da língua
portuguesa no país: dificultar a aprendizagem. Posteriormente outra meta era
evidenciada: excluir a língua portuguesa das escolas e sua constância na
Constituição timorense. Algumas vezes parece que a realidade dá toda a razão a
quem nos referiu tal tramóia.
Para
além do alegado lobie parlamentar também foi referido a sua presença em
elementos do próprio governo, conselheiros e assessores.
O
facto é que os responsáveis timorenses não se entendem quanto ao ensino da língua
portuguesa. Facto também que existem forças externas, neste caso anglófonas,
que estão por detrás dos ataques à língua portuguesa em Timor-Leste. Usando
agentes timorenses que até podem afirmar publicamente que defendem o português
em Timor-Leste mas tendo por convicção e missão erradicá-lo do país.
É
dentro deste cenário a raiar o paradoxo e a ação de baralhar e dar de novo que
encontrámos na edição do Sapo TL um comentário que em poucas palavras diz
bastante sobre o tema. O comentário é feito em referência à notícia da Lusa que
inclui a vice-ministra da educação, Dulce Soares. Nada mais para acrescentar a
não ser o comentário que reproduzimos na íntegra:
“A
realidade timorense é que nem com o sistema de aprendizagem do português desde
o 1º ano as crianças aprendem bem o português e em português, o que se deve a
múltiplos factores e não à língua por si. Ao retirar a hipótese das crianças
aprenderem português desde cedo, protelando a sua aprendizagem em ambiente
escolar, a única possível em Timor-Leste, esta política da língua materna
implica, no médio prazo, que a «realidade» se transforme na cada vez maior
incapacidade de entender português. A «realidade» fará com que o português
deixe de todo de ser estudado nas escolas (talvez apenas como opção curricular)
e, a prazo, estripado da Constituição, porque não corresponde à «realidade»
Esta senhora tem muita lábia, mas, na realidade, por detrás dela está a
Austrália, o Banco Mundial e uma ONG de evangélicos com ligações à Central
Intelligence Agency e a grandes corporações norte-americanas que já causaram
grandes problemas na Amazónia.”
*Na
imagem: Principais línguas maternas em Timor-Leste (16, mas há mais)
AV / PG
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