Díli,
18 mar (Lusa) -- O Presidente timorense, Taur Matan Ruak, disse hoje que o país
é uma democracia eleitoral "participada e vibrante" em que a
cidadania demonstra "uma opção clara pela estabilidade e democracia"
com uma aposta na "transparência e rigor" dos atos eleitorais.
"A
participação das agências do Estado é um fator chave nos êxitos dos processos
eleitorais. Mas o ambiente social e a confiança dos cidadãos são os fatores
verdadeiramente decisivos", considerou Taur Matan Ruak.
"A
transparência eleitoral, a prestação de contas, a transparência na vida pública
em geral são condições essenciais (...) para a boa governação",
acrescentou o chefe de Estado.
Taur
Matan Ruak falava na abertura de uma conferência internacional em Díli sobre o
sistema eleitoral e democrático, organizada pela CNE, no âmbito do Asian
Electoral Stakeholder Forum (AESF), um encontro de "amigos com prioridades
e preocupações comuns".
O
encontro que decorre até quinta-feira é um dos primeiros em que Timor-Leste
serve de 'ponte' entre a Ásia Pacífico e a CPLP, reunindo os órgãos e agentes
da administração eleitoral dessas regiões.
Uma
oportunidade de "aprofundar o contacto entre o continente" asiático e
"a família da CPLP, a que Timor-Leste preside até 2016, e que permitirá e
encontrar sinergias entre os vários órgãos eleitorais nacionais, disse Taur
Matan Ruak.
Timor-Leste,
recordou, é um país com 12 anos de independência, uma "democracia
eleitoral participada e vibrante" e instituições ainda a ser consolidadas,
mas já com uma experiência de oito atos eleitorais e só em 2012, três atos
eleitorais sucessivos.
"Eleições
altamente participadas e pacíficas, reconhecidas como transparentes e rigorosas
por todos. Um trabalho que resulta da firme determinação dos nossos cidadãos,
com uma opção clara pela estabilidade e democracia", disse.
Taur
Matan Ruak destacou a importância da cidadania nos processos, dando como
exemplo a Guiné-Bissau onde "os cidadãos se mostraram determinados em
recuperar a normalidade constitucional e expressar a sua vontade
democrática".
Intervindo
na abertura do encontro, José Agostinho da Costa Belo, presidente da Comissão
Nacional de Eleições (CNE) timorense, recordou que Timor-Leste deverá celebrar
este ano eleições locais de 'sucos' e municípios e, em 2017, presidenciais e
legislativas.
Para
isso, afirmou, Timor-Leste deve garantir que os cadernos eleitorais estão
"em conformidade" e são credíveis e que o processo é conduzido com
total transparência, com acesso total da cidadania.
Para
garantir a mais credibilidade ao processo José Belo defendeu ainda que devem
ser as comissões eleitorais independentes a supervisionar todo o processo, com
o apoio do Secretariado Técnico Administrativo Eleitoral (STAE) - financiada
pelo Governo - a ser apenas "prático" e "sem interferência
governamental no processo".
Para
Damaso Magbual, presidente do Asian Network for Free and Fair Elections
(ANFREL), o êxito dos processos eleitorais não dependente apenas das comissões
eleitorais mas sim do "trabalho conjunto" de todas as partes envolvidas
no processo.
"Não
há eleições perfeitas. O desafio é todos trabalharem em conjunto, com o mesmo
objetivo que é conduzir eleições livres e democráticas", afirmou.
Ao
longo dos próximos dois dias os participantes no encontro analisarão temas como
os desafios eleitorais da Ásia e na CPLP, o fortalecimento do direito do voto,
o financiamento de partidos políticos, inovações do processo eleitoral e a
promoção "de eleições democráticas e de processos eleitorais
responsáveis".
Participam
no encontro representantes de, praticamente, todos os países da CPLP.
ASP
// JCS
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