A
violência regressou a Timor-Leste sem que disso os media prestem a atenção e a
divulgação devida. Ontem, em Baguia, um ataque à polícia e corpo de proteção do
presidente do Parlamento Nacional, Vicente Guterres, catapultou para títulos de
primeira página a ação de guerrilheiros timorenses que “são opositores ao atual
estado de degradação do país e desvios de fundos” que deviam reverter para as
populações mas são literalmente “roubados pelas elites que se governam em
Díli”, segundo argumentos dos grupos de guerrilheiros.
A
media nacional timorense e internacional, desta vez, fez a divulgação do ataque
por no local estar presente o presidente do Parlamento Nacional timorense com a
sua escolta de segurança a título particular e familiar. “Vicente Guterres não
era o alvo do ataque, somente os polícias”, afirmaram testemunhas do ocorrido. O
próprio presidente do Parlamento está convencido que o ataque não o visava. Assim
afirmou à Agência Lusa em notícias que o Página Global irá publicar sobre
Timor-Leste.
A
violência regressou a Timor-Leste com toda a carga negativa que lhe conhecemos. Quatro polícias foram feridos. Disso daremos aqui conta em atualizações no PG. Desta vez o ataque não visava o
presidente do Parlamento mas sim o aproveitamento da sua presença e captação favorável
da comunicação social para um golpe publicitário que pretendem que signifique o
testemunho do descontentamento que alastra no país e que vem sendo abafado pelo
atual regime com alguma cumplicidade dos media timorenses e internacionais
que raramente saem de Díli para o interior do país.
Beatriz
Gamboa, Díli – Redação PG (em atualização)
Três
escoltas do presidente do Parlamento Nacional timorense feridos em ataque
Díli,
08 mar (Lusa) - Três efetivos do corpo de segurança pessoal do presidente do
Parlamento Nacional timorense, Vicente da Silva Guterres, foram feridos durante
um ataque à esquadra da polícia de Baguia, nos arredores de Baucau, confirmou
fonte da polícia.
A
fonte disse à agência Lusa que o ataque ocorreu cerca das 02:00 locais (17:00
de sábado em Lisboa) ao quartel localizado a cerca de 100 metros da casa onde
estava a dormir o presidente e a sua família, que estavam na região para um
funeral.
Um
grupo numeroso primeiro cortou a luz na zona e depois atacou o quartel da
polícia com granadas tendo ferido três agentes policiais, um deles em estado
grave.
ASP
// JCS
Presidente
do Parlamento timorense confirma ataque "coordenado"
Díli,
8 mar (Lusa) - O presidente do Parlamento Nacional timorense disse hoje à
agência Lusa que o "ataque coordenado" levado a cabo na localidade de
Baguia, próximo da cidade de Baucau, não o visava diretamente, apesar de ter
ferido três dos seus seguranças.
"Foi
um ataque coordenado. Entre a casa onde eu estava e o quartel da polícia. Houve
tiros durante várias horas e foram lançadas granadas artesanais contra o
quartel", disse à agência Lusa Vicente da Silva Guterres.
"Feriram
dois polícias que me acompanhavam. Está um terceiro agente, da esquadra de
Baguia, ferido com certa gravidade e estamos à espera do helicóptero para o
retirar daqui, porque já perdeu muito sangue e tememos que os seus ferimentos
se agravem se for por estrada", disse.
Segundo
contou à Lusa, cerca das 02:00 locais (17:00 de sábado em Lisboa) um grupo
"com muita gente" atacou a zona da esquadra da polícia e os arredores
da casa onde se encontrava para um funeral de um familiar.
"Eu
estou bem e a minha família também. Espero que não tenha sido um ataque a
mim", disse à Lusa.
"Penso
que é algo que vem na sequência dos problemas que se têm arrastado aqui nesta
zona. Espero que o Estado tome medidas para resolver a situação", afirmou.
Vicente
da Silva Guterres louvou a ação dos agentes da polícia no terreno que
"poderiam ter respondido disparando indiscriminadamente para os muitos
elementos que vinham no grupo de ataque".
Em
vez disso, afirmou, "dispararam para o ar e sofreram baixas".
O
presidente do Parlamento timorense disse que neste momento está na zona uma
unidade do batalhão de ordem pública para a sua proteção e outras equipas no
terreno a controlar a situação e procurar deter os responsáveis do ataque.
"Estamos
à espera do helicóptero para retirar o ferido para Díli. Assim que ele for
retirado, eu seguirei por estrada para a capital", afirmou.
Uma
fonte da Polícia Nacional confirmou à agência Lusa que, além do ataque à
esquadra, foram ainda queimadas, pelo menos, três casas, insistindo que as
informações confirmam que se tratou de uma ação do grupo do ex-comandante da
resistência timorense, Paulino Gama ou Mauk Moruk.
"Posso
dizer que foram elementos desse grupo do Mauk Moruk. Queimaram ainda a casa de
um liurai (chefe tradicional), destruíram a de um agente da Polícia Nacional e
danificaram veículos", explicou.
Primeiro,
um grupo numeroso cortou a luz na zona e depois atacou o quartel da polícia com
granadas tendo ferido três agentes policiais, um deles em estado grave.
Recorde-se
que em janeiro dois agentes da Polícia Nacional foram feitos reféns depois de
confrontos no subdistrito de Laga, próximo a este local, durante o qual foram
feridos dois outros agentes.
Em
dezembro o Tribunal de Díli tinha ordenado a libertação de Mauk Moruk e a de
outro antigo comandante timorense, José Santos Lemos (Labarik), detidos
preventivamente em março, por alegada tentativa de instabilidade.
Os
homens foram detidos pela polícia timorense em cumprimento de uma resolução do
parlamento aprovada também em março que condenava o que classificou como
tentativas de instabilidade e ameaças ao Estado protagonizadas pelo Conselho de
Revolução Maubere e pelo Conselho Popular da Defesa da República de Timor-Leste
(CPD-RDTL).
Todos
os envolvidos naquele processo, cerca de 20 pessoas, continuam sob termo de
identidade e residência até ser concluída a investigação do Ministério Público.
ASP
// JCS
Governo
timorense a tomar medidas para controlar situação em Baguia
Díli,
8 mar (Lusa) - O Governo timorense está a tomar todas as medidas para controlar
a situação na região de Baguia, em Baucau, e dar segurança à população, depois
do ataque que feriu três polícias disse à Lusa o porta-voz do executivo.
"O
Governo está a envidar todos os esforços para controlar a situação, dar
segurança à população e investigar a fundo a responsabilidade pelos atos
criminais cometidos", disse à agência Lusa Agio Pereira, ministro de
Estado e da Presidência do Conselho de Ministros.
Agio
Pereira falava à agência Lusa depois de um grupo numeroso ter atacado a
esquadra da polícia do subdistrito de Baguia, a 40 quilómetros sudeste de
Baucau, a segunda cidade timorense, com granadas artesanais e tiros, ferindo
três agentes policiais.
O
ataque ocorreu quando o presidente do Parlamento Nacional timorense estava no
local, numa casa próxima, e os feridos são dois agentes do seu corpo de
segurança pessoal e um agente da esquadra de Baguia - o mais grave e que foi
retirado para Díli em helicóptero.
Vicente
da Silva Guterres disse à agência Lusa que o "ataque coordenado"
levado a cabo na localidade de Baguia, próximo da cidade de Baucau, não o
visava diretamente, apesar de ter ferido três dos seus seguranças.
"Foi
um ataque coordenado. Entre a casa onde eu estava e o quartel da polícia. Houve
tiros durante várias horas e foram lançadas granadas artesanais contra o
quartel", disse.
Segundo
contou à Lusa, cerca das 02:00 locais (17:00 de sábado em Lisboa) um grupo
"com muita gente" atacou a zona da esquadra da polícia e os arredores
da casa onde se encontrava para um funeral de um familiar.
"Eu
estou bem e a minha família também. Espero que não tenha sido um ataque a
mim", disse à Lusa.
"Penso
que é algo que vem na sequência dos problemas que se têm arrastado aqui nesta
zona. Espero que o Estado tome medidas para resolver a situação", afirmou.
Uma
fonte da Polícia Nacional confirmou à agência Lusa que, além do ataque à
esquadra, foram ainda queimadas, pelo menos, três casas, insistindo que as informações
confirmam que se tratou de uma ação do grupo do ex-comandante da resistência
timorense, Paulino Gama ou Mauk Moruk.
"Posso
dizer que foram elementos desse grupo do Mauk Moruk. Queimaram ainda a casa de
um liurai (chefe tradicional), destruíram a de um agente da Polícia Nacional e
danificaram veículos", explicou.
Questionado
sobre os autores do ataque, Agio Pereira disse que esse aspeto "ainda está
a ser investigado a fundo", confirmando que tudo indica que o facto de
Vicente da Silva Guterres estar na zona foi "coincidência".
"Os
agentes da sua escolta pessoal ficaram feridos porque estavam a dormir na
esquadra. O alvo principal parece ter sido a esquadra", afirmou.
Longuinhos
Monteiro, ministro do Interior, confirmou à Lusa que está a decorrer uma
reunião do comando das forças de segurança timorenses, em Díli, para
"analisar a situação".
ASP
// JCS
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