Quase
dois anos após o desabamento do complexo têxtil Rana Plaza, condições de
trabalho no setor de vestuário permanecem precárias e degradantes no país,
mostra relatório da Human Rights Watch.
O
desabamento do complexo têxtil Rana Plaza, em 24 de abril de 2013, chamou
atenção internacional para as condições de trabalho precárias e degradantes na
indústria de vestuário em
Bangladesh. Quase dois anos após a tragédia, a situação pouco
mudou, segundo mostra um relatório da Human Rights Watch apresentado nesta
quarta-feira (22/04), em Daca.
De
acordo com a organização de defesa dos direitos humanos, os trabalhadores do
setor sofrem abusos como agressões verbais, intimidações, assédio sexual e
horas extras forçadas. Além disso, têm direitos como licença maternidade
negados e convivem com salários atrasados ou pagos parcialmente. A maioria dos
empregados dessas fábricas são mulheres, enquanto os gerentes são homens.
O
documento de 78 páginas foi baseado em entrevistas com mais de 160
trabalhadores em 44 fábricas no país do sul da Ásia. Muitas são fornecedoras de
vestuário para marcas famosas na América do Norte, Europa e Austrália.
Bangladesh
sob pressão
Phil
Robertson, vice-diretor da seção da Human Rights Watch na Ásia, pediu ao
governo de Bangladesh e a varejistas estrangeiros que assegurem que
proprietários e administradores das fábricas respeitem os direitos
trabalhistas.
O
governo de Bangladesh está sob pressão para melhorar as condições trabalhistas
de sua indústria de vestuário desde que o setor viveu seu pior desastre, no
desabamento do complexo têxtil Rana Plaza. O prédio havia sido construído
ilegalmente nos arredores de Daca, capital de Bangladesh, e abrigava cinco
fábricas de vestuário. O desastre matou 1.127 pessoas e deixou aproximadamente
2.500 feridos.
Bangladesh
tem 5 mil fábricas de vestuário que empregam 4 milhões de pessoas e cujo
faturamento com exportação, principalmente para EUA e Europa, ultrapassa os 20
bilhões de dólares por ano.
MD/ap/dpa - Deutsche Welle
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