Kumuênho
da Rosa – Jornal de Angola
O
general Gerarldo Abreu “Kamorteiro”, um dos signatários do Memorando de Paz de
4 de Abril de 2002, revela pormenores sobre a acção do Presidente José Eduardo
dos Santos, para que o acordo se concretizasse e fosse o êxito hoje
reconhecido internacionalmente.
Actual
vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas, diz com orgulho que a
paz lhe permitiu realizar o sonho de menino, ao voltar à escola em 2003
para concluir a licenciatura em História, na Universidade António Agostinho
Neto.
Jornal de Angola - Há alguma coisa que considere não ter sido explorada ou valorizada no processo de paz?
General Kamorteiro - Talvez a autenticidade do processo. Nós fazemos parte de uma geração que viu surgir o 25 de Abril. A paz que tivemos de 1974 e 1975 foi efémera, porque não tardou e descambouem guerra. Tivemos
depois mais 16 anos de guerra até Bicesse, que também descarrilou. Então viemos
para o Memorando de Entendimento do Luena, cuja paz perdura até à data. Não há
comparação possível. Só gente desmiolada pode duvidar.
JA - A quem se refere quando fala de gente desmiolada?
GK-Refiro-me às pessoas que apresentam argumentos sem qualquer sustentação e acabam por confundir outras pessoas com as coisas que dizem. O facto de termos a paz não significa que tudo esteja feito. Foram dados passos gigantescos desde que estamos em paz e isso é absolutamente inegável. É impossível ficar indiferente ao facto de Angola estar pela segunda vez como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.Todos dias chegam a Angola delegações estrangeiras a querer investir. Angola é hoje uma referência mundial. Vejam a centralidade do Kilamba ou mesmo aquela que está no Dundo. Não havia no tempo colonial.
JA-Depois de assinar o memorando disse que os angolanos começavam uma nova era. O que o deixou tão confiante?
GK-Na sequência da morte do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, dias depois morre também o vice-presidente. O terceiro homem na hierarquia era o general Paulo Lukamba Gato. E esse estava numa determinada área com outros membros da direcção. Tiveram a iniciativa de criar uma comissão de gestão que, através de canais apropriados, conseguiu entrar em contacto com o Governo. Foi uma análise muito rápida que levou a Comissão de Gestão do partido a concluir que havia predisposição do Governo para uma negociação séria. Nessa altura, uma delegação chefiada pelo actual chefe do Estado-Maior, general Nunda, foi ao local aonde se encontrava o general Lukamba Gato, para transmitir aquilo que espelhava o pensamento do Presidente da República e Comandanteem Chefe. Até porque na
altura, a 13 de Março, o Governo já tinha declarado cessar-fogo a partir do dia
14.
JA- Quando foi contactado?
GK- Eu vim para este processo no dia 12 de Março. No dia seguinte o general Nunda foi encontrar-se comigo e transmitiu-me aquilo que eram as ideias do Presidente da República. Achei muito interessante.
JA- Que mensagem foi essa?
GK-Disse-me que o Presidente da República desejava conversações sérias e profundas, numa primeira fase, somente entre angolanos. Fazia questão que não houvesse nenhuma interferência externa. Por isso é que às vezes digo que talvez antes nos tivesse faltado maturação e se calhar também tivesse havido excessiva interferência externa. Hoje digo sem medo de errar que a paz que vivemos é uma obra nossa.
JA- Reforçou a confiança?
GK-Recordo-me de um comentário do general Armando da Cruz Neto, estávamos no Lobito, onde também estavam o actual chefe do Estado-Maior general, o general Nunda, e o general Carlos Hendrick. Ao comentar o nosso processo de paz, ele sublinhou que foi bom ter-se feito finca pé naquela altura e seguirmos em frente com o processo sem interferências e com muita firmeza de ambos os lados.
JA-A UNITA tinha condições para prosseguir a guerra?
GK-Podia não ser uma guerra tão sustentável, mas uma confusão seria real. Imaginem aquela gente toda, sem uma orientação. Alguém que lhes dissesse vão para ali ou para lá. Era normal que pensassem em não arriscar e ir até às últimas consequências. Um homem completamente cercado resiste até às últimas consequências.
JA- O que dizer aos jovens sobre o valor da paz?
GK- Alguém me condene por esta expressão, mas vivemos num mundo que está de cabeça para baixo. É um mundo muito violento em que se fala do terrorismo, que se apropriou de certas religiões que historicamente até são pacíficas, para promover a violência. Daí a necessidade de termos muito cuidado. Mesmo os da minha geração que têm de passar o testemunho, devemos dar uma educação muito profunda à nossa juventude para não se perder.
JA- As Forças Armadas são o espelho da reconciliação?
GK-Em relação a essa questão, penso que, mais do que as próprias Forças Armadas, o próprio acordo de paz que se celebrou a 4 de Abril constitui hoje, não só para Angola, mas para África, um paradigma. Uma fonte de conhecimento. Porque são poucos casos de conflitos que terminaram como terminou o nosso. E recordo-me que no dia em que assinamos o memorando, o Presidente da República estendeu um abraço aos signatários deste processo, e minutos depois convidou o então chefe da comissão de gestão da UNITA, Paulo Lukamba Gato, eu e o brigadeiro Marcial Dachala, só mesmo para nos encorajar. Ainda depois disso, não faltaram bocas de alguns cépticos, questionando se aquilo estava mesmo a acontecer. Talvez com alguma razão pelo que se passou com Bicesse, que foi uma grande desilusão para os angolanos. Mas nós nas Forças Armadas fizemos finca pé e dizíamos, já naquela altura, que aqueles que não acreditassem ficariam sozinhos, porque nós iriamos para frente. E isso ajudou bastante o país, porque é uma grande referência naquilo que constitui a unidade ou mesmo coesão nacional. As FAA são uma grande referência, pelo que fizeram e o que têm feito para que esse processo se tornasse no êxito que é hoje.
JA- Recorda das palavras do Presidente da República no encontro após a assinatura do acordo?
GK-Recordo-me bem de uma passagem em que inclusive utilizou a expressão irmãos. E disse: Camaradas, chamei-os aqui como irmãos. O país está dilacerado mas com a vontade de todos vai para frente. O processo é irreversível se houver vontade patriótica. É uma das que me lembro e foi muito forte. Ouvir isso do próprio Presidente deixa marcas.
JA- É frequentemente convidado a falar no estrangeiro sobre o processo de paz angolano e a trajectória das forças armadas. Qual tem sido a reacção das pessoas que o ouvem?
GK- Como disse, o processo de paz angolano deve ser um caso de estudo para África e para o Mundo. Assim como as nossas Forças Armadas. Em Outubro estiveem Adis Abeba para falar
sobre a trajectória das Forças Armadas e muita gente ficou de boca
aberta.Porque nem todos conheciam os pormenores do processo de criação das
Forças Armadas Angolanas desde 1991. Foi um processo de avanços e recuos,
progressos e retrocessos, mas que no fim deu certo. São processos políticos que
não têm caminhos delineados, mas a coisa deu certo.
JA-O que a experiência de Angola pode valer ao Mundo?
GK- Angola praticamente tornou-se no mais requisitado conselheiro dos Estados na África Austral, Central, nos Grandes Lagos, Golfo da Guiné, etc. E também no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde tenho acompanhado com muita atenção as nossas intervenções, Angola tem dado boas cartadas. Temos passado a nossa experiência e ninguém põe isso em causa.
JA- A experiência de Angola em resolução de conflitos, do Brasil em políticas de redução da pobreza, e de outros países em vários domínios, serviam melhor ao mundo com uma eventual reforma do Conselho de Segurança?
GK- Não tenho a menor dúvida que sim. Países tão importantes e de referência como Angola, África do Sul e Nigéria, dariam bons representantes de África nas Nações Unidas. O actual formato do Conselho de Segurança já vigora há muitos anos. Os tempos são outros, inclusive os próprios conceitos mudaram. Porque não reformular esse órgão? Estamos a caminhar para um mundo multipolar que obriga a que o Conselho de Segurança tenha um formato diferente da que representa hoje.
JA-Teve algum significado especial para si fazer a licenciatura?
GK- Formar-me em história vem desde o tempo do meu avô. E tão logo chegamos, comecei a comprar livros. Pensei que chegara a hora de fazer aquilo que não pude fazer durante os quase 30 anos de guerra. Tudo porque sempre acreditei. Desde a assinatura do processo de paz, disse-o publicamente que a paz em Angola era irreversível e quem não acreditasse ficaria pelo caminho. Do meu salário, todos os meses comprava dois ou três livros. Em 2003 comecei o curso de licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade António Agostinho Neto, e pouco tempo depois fiz o mestrado.
JA- Qual foi o tema do seu mestrado?
GK- Falei do impacto económico e social da ocupação colonial em Angola, o caso do Bié.
JA-Porque não a história do processo de paz?
GK-Houve quem sugerisse isso. Mas em história aprendemos que existem três tempos para se escrever. O tempo longo, que é de 50 a 10 anos, que é talvez o ideal para se escrever a História, o tempo intermédio, de uns 20 a 30 anos. E há o tempo imediato. E no meu caso, embora tenha vivido essa história, contá-la é muito mais difícil. O historiador francês Fernand Braudel chama a esses casos ‘histórias precipitadas’ ou ‘histórias que ainda sangram’, pois os seus protagonistas estão vivos e o que for contado pode ferir susceptibilidades.
JA-Conte-nos a história da sua alcunha?
GK- Essa história remonta o tempo em que pertencia ao Batalhão Fandango, comandado pelo general Kufuna-Yembe. Primeiro pertenci à sua unidade e depois agregou-me à sua segurança, como atirador de morteiro. Num episódio qualquer em Dezembro de 1975 achou que devia chamar-me Kamorteiro, que quer dizer ‘morteiro pequeno’. Decidiu baptizar-me assim porque tinha muita mestria. O nome ficou até 1979, altura em que fui para os meus treinos no exterior. Mas em 1998 ele foi informar a direcção do partido que o meu nome era Kamorteiro. E assim ficou até hoje.
Jornal de Angola - Há alguma coisa que considere não ter sido explorada ou valorizada no processo de paz?
General Kamorteiro - Talvez a autenticidade do processo. Nós fazemos parte de uma geração que viu surgir o 25 de Abril. A paz que tivemos de 1974 e 1975 foi efémera, porque não tardou e descambou
JA - A quem se refere quando fala de gente desmiolada?
GK-Refiro-me às pessoas que apresentam argumentos sem qualquer sustentação e acabam por confundir outras pessoas com as coisas que dizem. O facto de termos a paz não significa que tudo esteja feito. Foram dados passos gigantescos desde que estamos em paz e isso é absolutamente inegável. É impossível ficar indiferente ao facto de Angola estar pela segunda vez como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.Todos dias chegam a Angola delegações estrangeiras a querer investir. Angola é hoje uma referência mundial. Vejam a centralidade do Kilamba ou mesmo aquela que está no Dundo. Não havia no tempo colonial.
JA-Depois de assinar o memorando disse que os angolanos começavam uma nova era. O que o deixou tão confiante?
GK-Na sequência da morte do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, dias depois morre também o vice-presidente. O terceiro homem na hierarquia era o general Paulo Lukamba Gato. E esse estava numa determinada área com outros membros da direcção. Tiveram a iniciativa de criar uma comissão de gestão que, através de canais apropriados, conseguiu entrar em contacto com o Governo. Foi uma análise muito rápida que levou a Comissão de Gestão do partido a concluir que havia predisposição do Governo para uma negociação séria. Nessa altura, uma delegação chefiada pelo actual chefe do Estado-Maior, general Nunda, foi ao local aonde se encontrava o general Lukamba Gato, para transmitir aquilo que espelhava o pensamento do Presidente da República e Comandante
JA- Quando foi contactado?
GK- Eu vim para este processo no dia 12 de Março. No dia seguinte o general Nunda foi encontrar-se comigo e transmitiu-me aquilo que eram as ideias do Presidente da República. Achei muito interessante.
JA- Que mensagem foi essa?
GK-Disse-me que o Presidente da República desejava conversações sérias e profundas, numa primeira fase, somente entre angolanos. Fazia questão que não houvesse nenhuma interferência externa. Por isso é que às vezes digo que talvez antes nos tivesse faltado maturação e se calhar também tivesse havido excessiva interferência externa. Hoje digo sem medo de errar que a paz que vivemos é uma obra nossa.
JA- Reforçou a confiança?
GK-Recordo-me de um comentário do general Armando da Cruz Neto, estávamos no Lobito, onde também estavam o actual chefe do Estado-Maior general, o general Nunda, e o general Carlos Hendrick. Ao comentar o nosso processo de paz, ele sublinhou que foi bom ter-se feito finca pé naquela altura e seguirmos em frente com o processo sem interferências e com muita firmeza de ambos os lados.
JA-A UNITA tinha condições para prosseguir a guerra?
GK-Podia não ser uma guerra tão sustentável, mas uma confusão seria real. Imaginem aquela gente toda, sem uma orientação. Alguém que lhes dissesse vão para ali ou para lá. Era normal que pensassem em não arriscar e ir até às últimas consequências. Um homem completamente cercado resiste até às últimas consequências.
JA- O que dizer aos jovens sobre o valor da paz?
GK- Alguém me condene por esta expressão, mas vivemos num mundo que está de cabeça para baixo. É um mundo muito violento em que se fala do terrorismo, que se apropriou de certas religiões que historicamente até são pacíficas, para promover a violência. Daí a necessidade de termos muito cuidado. Mesmo os da minha geração que têm de passar o testemunho, devemos dar uma educação muito profunda à nossa juventude para não se perder.
JA- As Forças Armadas são o espelho da reconciliação?
GK-Em relação a essa questão, penso que, mais do que as próprias Forças Armadas, o próprio acordo de paz que se celebrou a 4 de Abril constitui hoje, não só para Angola, mas para África, um paradigma. Uma fonte de conhecimento. Porque são poucos casos de conflitos que terminaram como terminou o nosso. E recordo-me que no dia em que assinamos o memorando, o Presidente da República estendeu um abraço aos signatários deste processo, e minutos depois convidou o então chefe da comissão de gestão da UNITA, Paulo Lukamba Gato, eu e o brigadeiro Marcial Dachala, só mesmo para nos encorajar. Ainda depois disso, não faltaram bocas de alguns cépticos, questionando se aquilo estava mesmo a acontecer. Talvez com alguma razão pelo que se passou com Bicesse, que foi uma grande desilusão para os angolanos. Mas nós nas Forças Armadas fizemos finca pé e dizíamos, já naquela altura, que aqueles que não acreditassem ficariam sozinhos, porque nós iriamos para frente. E isso ajudou bastante o país, porque é uma grande referência naquilo que constitui a unidade ou mesmo coesão nacional. As FAA são uma grande referência, pelo que fizeram e o que têm feito para que esse processo se tornasse no êxito que é hoje.
JA- Recorda das palavras do Presidente da República no encontro após a assinatura do acordo?
GK-Recordo-me bem de uma passagem em que inclusive utilizou a expressão irmãos. E disse: Camaradas, chamei-os aqui como irmãos. O país está dilacerado mas com a vontade de todos vai para frente. O processo é irreversível se houver vontade patriótica. É uma das que me lembro e foi muito forte. Ouvir isso do próprio Presidente deixa marcas.
JA- É frequentemente convidado a falar no estrangeiro sobre o processo de paz angolano e a trajectória das forças armadas. Qual tem sido a reacção das pessoas que o ouvem?
GK- Como disse, o processo de paz angolano deve ser um caso de estudo para África e para o Mundo. Assim como as nossas Forças Armadas. Em Outubro estive
JA-O que a experiência de Angola pode valer ao Mundo?
GK- Angola praticamente tornou-se no mais requisitado conselheiro dos Estados na África Austral, Central, nos Grandes Lagos, Golfo da Guiné, etc. E também no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde tenho acompanhado com muita atenção as nossas intervenções, Angola tem dado boas cartadas. Temos passado a nossa experiência e ninguém põe isso em causa.
JA- A experiência de Angola em resolução de conflitos, do Brasil em políticas de redução da pobreza, e de outros países em vários domínios, serviam melhor ao mundo com uma eventual reforma do Conselho de Segurança?
GK- Não tenho a menor dúvida que sim. Países tão importantes e de referência como Angola, África do Sul e Nigéria, dariam bons representantes de África nas Nações Unidas. O actual formato do Conselho de Segurança já vigora há muitos anos. Os tempos são outros, inclusive os próprios conceitos mudaram. Porque não reformular esse órgão? Estamos a caminhar para um mundo multipolar que obriga a que o Conselho de Segurança tenha um formato diferente da que representa hoje.
JA-Teve algum significado especial para si fazer a licenciatura?
GK- Formar-me em história vem desde o tempo do meu avô. E tão logo chegamos, comecei a comprar livros. Pensei que chegara a hora de fazer aquilo que não pude fazer durante os quase 30 anos de guerra. Tudo porque sempre acreditei. Desde a assinatura do processo de paz, disse-o publicamente que a paz em Angola era irreversível e quem não acreditasse ficaria pelo caminho. Do meu salário, todos os meses comprava dois ou três livros. Em 2003 comecei o curso de licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade António Agostinho Neto, e pouco tempo depois fiz o mestrado.
JA- Qual foi o tema do seu mestrado?
GK- Falei do impacto económico e social da ocupação colonial em Angola, o caso do Bié.
JA-Porque não a história do processo de paz?
GK-Houve quem sugerisse isso. Mas em história aprendemos que existem três tempos para se escrever. O tempo longo, que é de 50 a 10 anos, que é talvez o ideal para se escrever a História, o tempo intermédio, de uns 20 a 30 anos. E há o tempo imediato. E no meu caso, embora tenha vivido essa história, contá-la é muito mais difícil. O historiador francês Fernand Braudel chama a esses casos ‘histórias precipitadas’ ou ‘histórias que ainda sangram’, pois os seus protagonistas estão vivos e o que for contado pode ferir susceptibilidades.
JA-Conte-nos a história da sua alcunha?
GK- Essa história remonta o tempo em que pertencia ao Batalhão Fandango, comandado pelo general Kufuna-Yembe. Primeiro pertenci à sua unidade e depois agregou-me à sua segurança, como atirador de morteiro. Num episódio qualquer em Dezembro de 1975 achou que devia chamar-me Kamorteiro, que quer dizer ‘morteiro pequeno’. Decidiu baptizar-me assim porque tinha muita mestria. O nome ficou até 1979, altura em que fui para os meus treinos no exterior. Mas em 1998 ele foi informar a direcção do partido que o meu nome era Kamorteiro. E assim ficou até hoje.
Foto:
Eduardo Pedro
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