Os
cinco detidos regressam ao tribunal na segunda-feira juntamente com os
políciasm envolvidos na operação.
André
Baptista – Voz da América
Um
tribunal de Chimoio, capital de Manica suspendeu ontem a audiência dos
cinco apoiantes da Renamo detidos durante os confrontos com a Polícia, na
semana passada. O juiz Carlos Mondlane, marcou a audiência para a próxima
segunda-feira, dia 6, na qual deverão estar presentes os policias envolvidos.
Cremildo
Quembo, da defesa Had-oc, referiu que o julgamento está a decorrer nos tramites
legais e assegurou que a suspensão da audiência insere-se nos procedimentos
processuais, para o contraditório da matéria constante nos autos.
"O
juíz decidiu chamar os polícias que estiveram envolvidos na operação para que
possam testemunhar porque não estão no processo", explicou Quembo.
O
adiamento não foi bem recebido por dezenas de familiares dos jovens detidos,
com idades entre 17 e 35 anos, que acusam as autoridades de criarem um expediente
para manterem os acusados na cadeia.
Eles
sustentam que a sua detenção foi um escape da Polícia para justificar uma acção
desnecessária, pois a audiência de ontem provou que nenhum deles estava
envolvido de forma directa ao comício do partido.
O
genro de Luisa Chaimite estava a lavar carros quando começaram os incidentes.
"Ele foi levado, espancado e metido no carro pela polícia, fomos à
esquadra e disseram que seria libertado logo, mas continua lá", diz
Chaimite.
Por
seu lado, o chefe do protocolo da Renamo em Manica, Munongolo Campira, que
acompanha o julgamento, considerou a suspensão da audiência como uma manobra
dilatória da justiça, com interesses políticos e admitiu que os jovens presos
não são membros do partido, nem estavam envolvidos nos confrontos.
O
dirigente da Renamo reitera que os seus homens não dispararam nem tiveram
qualquer atitude agressiva e que foi a polícia que protagonizou os incidentes.
Munongolo
Campira diz não estar satisfeito com a suspensão da audiência.
A
polícia moçambicana e apoiantes da Renamo envolveram-se em confrontos a 25 de
Março quando o Governo municipal proibiu um comício do líder do partido, Afonso
Dhlakama, no Estádio Municipal de Chimoio. Do conflito resultaram cinco feridos
e 17 pessoas intoxicados por gás lacrimogéneo, lançado por um cordão de
segurança dos elementos Polícia, da Força de Intervenção Rápida e do Grupo
Operativo Especial (GOE).
O
julgamento será retomado na segunda-feira, 6 de Abril.
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