Pressão
sobre a dívida pode afectar sectores sociais como educação e saúde
Amancio
Miguel – Voz da América
A
divida moçambicana ultrapassa os 6 mil milhões de dólares americanos, o que já
levanta criticas de vários sectores sobre a sua sustentabilidade.O Grupo
Moçambicano da Divida manifestou, por exemplo, a sua preocupação na semana
passada por julgar que o volume está à escala do registado na década de 1980 e
exigiu clareza no tocante à gestão do encargo.
Em
entrevista à VOA, o economista moçambicano Ragendra de Sousa disse que o número
por si só não diz muito, mas “o que importa é uma análise detalhada sobre as
condições da dívida, em particular a que foi contraída nas condições
comerciais, como é o caso do controverso projecto Ematum”.
Ragendra
recordou que, com a subida do seu rating, Moçambique tem uma certa margem para
a dívida comercial, “mas de forma muito cautelosa, porque estamos no limite”.
O
economista não aconselha o tipo de dívida, em particular na área de
infra-estruturas de obrigação do Estado.
“Se
nós tivermos crédito concessionado podemos aplicar em investimentos de retorno
mais retardado, como construir uma ponte, porque o retorno destas
infra-estruturas, dado o nosso nível de utilização, é baixo”, considerou aquele
analista.
Caso
não haja cautela, diz Sousa, os sectores sociais serão afectados.
“O
risco de uma divida excessiva é a pressão que ela tem sobre o orçamento”,
segundo o economista que acrescenta que "poderá reduzir a capacidade
de se investir em sectores que são de facto necessários, como agricultura,
educação e saúde.
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