sábado, 30 de maio de 2015

FIM-DE-SEMANA PARA GANHAR CORAGEM… PARA QUÊ? PARA FAZER O QUÊ?


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Fim-de-semana já instalado. Fim-de-semana para ganhar coragem. No areal luso as barrigas estão ao sol, a torrar e a dar horas - com alguma da fominha que abunda por este país à beira fossa atlântica plantado. Nas águas frias desse atlântico-mar os banhistas recorrem ao tanto mar para se lavarem. Higiene. A maioria desconhecia que nem sabão, nem sabonete, nem champô funcionam normalmente em águas salgadas. Levam aqueles produtos de higiene para se lavarem do suor acumulado nos corpos durante a semana em que tiveram de calcorrear as ruas do país à procura de emprego – uma missão quase impossível. Há por ali nas águas atlânticas os que têm por objetivo pouparem na conta da água lá em casa e aqueles que já nem têm água nas torneiras de casa por ter sido “cortada” devido à falta de pagamento. Miséria instalada.

Mas “Portugal está melhor”, dizem os que nem por sombras imaginam o que é a penúria dos portugueses. Governo e presidente da República que têm água, casa e tudo do melhor à borla ou quase. Pago por aqueles que nem têm como pagar as suas despesas mais elementares na garantia das suas sobrevivências. No Cais do Sodré as prostitutas têm um nome para esses: chulos, pelo menos… Chulos que praticam a indiferença dos chulos perante a miséria que causam.

Por praia e mar. O povo não sabe nadar. Iôôô. Tanto assim é que há nadadores salvadores em barda. Quem anuncia é quem sabe. Pode inteirar-se do assunto aqui: Portugal tem o dobro dos nadadores-salvadores necessários. Já que o ministro da Saúde é apelidado de Doutor Morte, com toda a pertinência, o Instituto de Socorros a Náufragos faz tudo para salvar alguns portugueses nas ocidentais praias lusitanas. Bonita ação. Ou será por ordens do governo? É que por este andar qualquer dia não há portugueses para roubarem. Deve ser esse o medo deles. Apesar de que há sempre uma solução para a via do lucro e do roubo: vendem o país físico por lotes de terreno. Nisso a imaginação deles não falta. O esbulho e a traição, assim como o amor aos cifrões fazem parte dos seus ADN’s.

Fazendo um périplo pelas notícias vimos o engulho dos que são governo neste Arco da Desgovernação que some e segue: PSD/CDS Maioria sem solução para as pensões para não perder votos. Com toda a evidência o problema deles é perder ou ganhar votos, não é governar para os portugueses, governar bem e de acordo com a Constituição. a justiça. Decerto que Passos e Portas dizem um para o outro: “mas como vamos dizer aos reformados e pensionistas que os vamos continuar a roubar sem que eles não desistam de manter a estupidez de continuar a votar em nós?” Vai daí tiveram uma ideia: Governo quer "amplo consenso" na Segurança Social. Não querem ser ladrões sozinhos. Querem que o PS alinhe no assalto aos mais velhos, reformados e pensionistas. Neste caso. E, já agora, na onda do marmoto,também ao restante da Segurança Social. Será que o PS sabe que os que em conivência com os ladrões do governo também são ladrões? ADN’s compatíveis, quase semelhantes, sem a mínima possibilidade de rejeição. Não é senhor Costa?

E por Costa, já agora que cai a talhe de foice. Diz ele que "Ser um país pequeno não é necessariamente negativo".  Ah, pois não. É pequeno e jeitozinho. Com o perfil ideal para continuar a enganar, dizendo-se socialista mas insistindo nas práticas de adulador e assimilado do sistema capitalista na sua máxima devastação. Aumentando o fosso da desigualdade entre portugueses, empurrando tantos que eram da classe média para a pobreza e para a sujeição a serem escravos desta tal liberalização que é a capa da escravatura em prática por imensos empresários e empresas sem escrúpulos que se aproveitam da inventada crise para também explorarem à tripa forra. A vida custa, Costa. 

Custa aos portugueses aos milhões, não aos que há décadas se aforram nos partidos políticos da chamada “alternância” - a que com razão chamam máfias. Costa, o “são” e o “nim” que quer ocupar o poleiro com seus apaniguados partidários e outros que  ofereçam vantagens a este putrefacto sistema. Tem sido sempre assim ao longo de quase quatro décadas. Como canta Sérgio Godinho: “Se sempre foi assim, porque é que há-de ser diferente.” Dá jeito, de facto, o país ser pequeno. É mais fácil de manipular, controlar e paralisar. Já para não referir o atavismo e a estupidez natural que o salazarismo semeou e tem dado muitos frutos para uma minoria que ocupa os poderes.

Hoje a senhora Jonet dos famintos abriu a boquinha para dizer que está otimista com recolha do Banco Alimentar”. A felicidade que aquele cargo lhe dá só encontra paralelo no pequeno ministro Mota Soares da caridadezinha social, que por eufemismo chamam Segurança Social. Por aqui se vê o interesse em manter uns quantos portugueses vivos, mais ou menos vivos. Andando tipo zumbis a colaborar nas aparências de que Portugal tem portugueses e que o fosso entre ricos e pobres existe mas os ricos são muito amiguinhos dos pobrezinhos e não os deixam passar fome. É tudo treta, sabemos. O pequenote ministro Mota Soares diverte-se à grande com estas cenas ao estilo do salazarismo. E a Jonet idem. Decerto que até se sente a Supico Pinto da atualidade com a presidência do Movimento Nacional Feminino fascista e bolorento. Para gáudio deles a pobreza está a aumentar. A fome é mais que muita. Mota, Jonet e escumalha que os ladeia vão ter muito para se divertirem enquanto não chegar a mostarda ao nariz dos portugueses que sobreviverem.

Suicídio. Desespero. Muito triste. No Porto, um polícia suicidou-se com a arma que lhe estava distribuída. Cometeu o desesperado ato na porta da esquadra em que servia. Podem ler e chorar pelo país que temos devido aos políticos que têm depauperado e destruído a dignidade dos portugueses retendo-os no desespero: PSP Suicidou-se com arma de serviço em frente à esquadra

Dias após a PSP estar tão na ribalta por acontecimentos que em nada a dignificam acontece isto. A pressão e os problemas causados aos homens e mulheres da PSP por um governo que nasceu para matar, para cortar, para roubar, para governar para cepos e não para pessoas, pode ter contribuído para o tresloucado e irremediável ato daquele agente da PSP. E isso é triste. E também revoltante. Resta desejar que não se repita entre outros agentes, nem em mais portugueses. Aos que já partiram deixemos votos de que descansem em paz.

Ao contrário, imaginem que uns certos e determinados mafiosos da economia, finanças e política decidiam fazer o mesmo com igual arma nas suas cabecinhas. E zás-pum! As festas por todo o país seriam de arromba! Credo. Que maldade.

Fiquem o melhor possível, por aí. Há fim-de-semana para ganhar coragem… Coragem? Para quê? Para fazer o quê? Se ainda fosse para expulsarem das cadeiras dos poderes aqueles  que há décadas nos andam a tramar as vidas. Pois é. Mas a cobardia, a ingenuidade, a ignorância e a estupidez são inimigas das ações que bradam por justiça sem que ela aconteça. O costume dos protagonistas de brandos costumes. Brandos, cobardes ou parvos?

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