Bocas
do Inferno
Mário Motta, Lisboa
Fim-de-semana
já instalado. Fim-de-semana para ganhar coragem. No areal luso as barrigas
estão ao sol, a torrar e a dar horas - com alguma da fominha que abunda por
este país à beira fossa atlântica plantado. Nas águas frias desse atlântico-mar
os banhistas recorrem ao tanto mar para se lavarem. Higiene. A maioria
desconhecia que nem sabão, nem sabonete, nem champô funcionam normalmente em
águas salgadas. Levam aqueles produtos de higiene para se lavarem do suor
acumulado nos corpos durante a semana em que tiveram de calcorrear as ruas do
país à procura de emprego – uma missão quase impossível. Há por ali nas águas
atlânticas os que têm por objetivo pouparem na conta da água lá em casa e
aqueles que já nem têm água nas torneiras de casa por ter sido “cortada” devido
à falta de pagamento. Miséria instalada.
Mas
“Portugal está melhor”, dizem os que nem por sombras imaginam o que é a penúria
dos portugueses. Governo e presidente da República que têm água, casa e tudo do
melhor à borla ou quase. Pago por aqueles que nem têm como pagar as suas
despesas mais elementares na garantia das suas sobrevivências. No Cais do Sodré
as prostitutas têm um nome para esses: chulos, pelo menos… Chulos que praticam
a indiferença dos chulos perante a miséria que causam.
Por
praia e mar. O povo não sabe nadar. Iôôô. Tanto assim é que há nadadores
salvadores em barda. Quem
anuncia é quem sabe. Pode inteirar-se do assunto aqui: Portugal
tem o dobro dos nadadores-salvadores necessários.
Já que o ministro da Saúde é apelidado de Doutor Morte, com toda a pertinência,
o Instituto de Socorros a Náufragos faz tudo para salvar alguns portugueses nas
ocidentais praias lusitanas. Bonita ação. Ou será por ordens do governo? É que
por este andar qualquer dia não há portugueses para roubarem. Deve ser esse o
medo deles. Apesar de que há sempre uma solução para a via do lucro e do roubo:
vendem o país físico por lotes de terreno. Nisso a imaginação deles não falta.
O esbulho e a traição, assim como o amor aos cifrões fazem parte dos seus ADN’s.
Fazendo
um périplo pelas notícias vimos o engulho dos que são governo neste Arco da
Desgovernação que some e segue: PSD/CDS Maioria
sem solução para as pensões para não perder votos.
Com toda a evidência o problema deles é perder ou ganhar votos, não é governar
para os portugueses, governar bem e de acordo com a Constituição. a justiça. Decerto que
Passos e Portas dizem um para o outro: “mas como vamos dizer aos reformados e
pensionistas que os vamos continuar a roubar sem que eles não desistam de
manter a estupidez de continuar a votar em nós?” Vai daí tiveram uma ideia: Governo
quer "amplo consenso" na Segurança Social.
Não querem ser ladrões sozinhos. Querem que o PS alinhe no assalto aos mais
velhos, reformados e pensionistas. Neste caso. E, já agora, na onda do marmoto,também
ao restante da Segurança Social. Será que o PS sabe que os que em conivência
com os ladrões do governo também são ladrões? ADN’s compatíveis, quase semelhantes,
sem a mínima possibilidade de rejeição. Não é senhor Costa?
E
por Costa, já agora que cai a talhe de foice. Diz ele que "Ser um país pequeno não é necessariamente negativo". Ah, pois não. É pequeno e jeitozinho. Com o
perfil ideal para continuar a enganar, dizendo-se socialista mas insistindo nas
práticas de adulador e assimilado do sistema capitalista na sua máxima devastação.
Aumentando o fosso da desigualdade entre portugueses, empurrando tantos que
eram da classe média para a pobreza e para a sujeição a serem escravos desta
tal liberalização que é a capa da escravatura em prática por imensos empresários
e empresas sem escrúpulos que se aproveitam da inventada crise para também explorarem à tripa
forra. A vida custa, Costa.
Custa aos portugueses aos milhões, não aos que há décadas
se aforram nos partidos políticos da chamada “alternância” - a que com razão
chamam máfias. Costa, o “são” e o “nim” que quer ocupar o poleiro com seus
apaniguados partidários e outros que ofereçam vantagens a este putrefacto sistema. Tem sido sempre
assim ao longo de quase quatro décadas. Como canta Sérgio Godinho: “Se sempre
foi assim, porque é que há-de ser diferente.” Dá jeito, de facto, o país ser
pequeno. É mais fácil de manipular, controlar e paralisar. Já para não referir
o atavismo e a estupidez natural que o salazarismo semeou e tem dado muitos
frutos para uma minoria que ocupa os poderes.
Hoje
a senhora Jonet dos famintos abriu a boquinha para dizer que está “otimista com recolha do Banco Alimentar”. A felicidade que aquele cargo lhe dá só
encontra paralelo no pequeno ministro Mota Soares da caridadezinha social, que
por eufemismo chamam Segurança Social. Por aqui se vê o interesse em manter uns
quantos portugueses vivos, mais ou menos vivos. Andando tipo zumbis a colaborar
nas aparências de que Portugal tem portugueses e que o fosso entre ricos e
pobres existe mas os ricos são muito amiguinhos dos pobrezinhos e não os deixam
passar fome. É tudo treta, sabemos. O pequenote ministro Mota Soares diverte-se
à grande com estas cenas ao estilo do salazarismo. E a Jonet idem. Decerto que
até se sente a Supico Pinto da atualidade com a presidência do Movimento
Nacional Feminino fascista e bolorento. Para gáudio deles a pobreza está a aumentar. A fome é mais
que muita. Mota, Jonet e escumalha que os ladeia vão ter muito para se divertirem enquanto não chegar a mostarda ao nariz dos portugueses que sobreviverem.
Suicídio. Desespero. Muito
triste. No Porto, um polícia suicidou-se com a arma que lhe estava distribuída.
Cometeu o desesperado ato na porta da esquadra em que servia. Podem ler e chorar pelo país que temos devido aos políticos que têm depauperado e destruído a dignidade dos portugueses retendo-os no desespero: PSP Suicidou-se
com arma de serviço em frente à esquadra
Dias
após a PSP estar tão na ribalta por acontecimentos que em nada a dignificam
acontece isto. A pressão e os problemas causados aos homens e mulheres da PSP
por um governo que nasceu para matar, para cortar, para roubar, para governar
para cepos e não para pessoas, pode ter contribuído para o tresloucado e
irremediável ato daquele agente da PSP. E isso é triste. E também revoltante. Resta desejar que não
se repita entre outros agentes, nem em mais portugueses. Aos que já partiram deixemos votos
de que descansem em paz.
Ao
contrário, imaginem que uns certos e determinados mafiosos da economia, finanças e política decidiam fazer o
mesmo com igual arma nas suas cabecinhas. E zás-pum! As festas por todo o país seriam de
arromba! Credo. Que maldade.
Fiquem
o melhor possível, por aí. Há fim-de-semana para ganhar coragem… Coragem? Para
quê? Para fazer o quê? Se ainda fosse para expulsarem das cadeiras dos poderes
aqueles que há décadas nos andam a
tramar as vidas. Pois é. Mas a cobardia, a ingenuidade, a ignorância e a
estupidez são inimigas das ações que bradam por justiça sem que ela aconteça. O
costume dos protagonistas de brandos costumes. Brandos, cobardes ou parvos?
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