Bom
dia. Saudação que só vale até antes do meio-dia. Já passa mais de meia-hora. Boa
tarde. Consuma agora ou guarde este Expresso Curto para depois do almoço. Sempre
poupa uns trocos. A hora tardia em que lhe servimos este Expresso é de nossa
responsabilidade, não do Bernardo Ferrão, editor do Expresso. Desculpem lá
qualquer coisinha.
O
tema de hoje é bater no ceguinho. No subcomissário de Guimarães que foi um vândalo.
Também nos polícias que em Lisboa, no Marquês de Pombal, mais pareciam dos
grupos que foram para ali desestabilizar. Por aqui não se bate mais nos
ceguinhos, nem em quem já está no chão. Isso é para os polícias que têm prazer em espancar. E vê-se, amiúde,
eles desancarem este e aquele quando já estão no chão e absolutamente
dominados, aterrorizados. Maus polícias. Má polícia? Sim, má polícia. Mal
formada. E isso tem tudo que ver com as chefias, com as direções, até com os
ministros e ministras que abrandam ou não têm o grau de exigência necessário
para vermos na polícia o cívico que é exemplo. Há muitos que o são mas isso é
deles, desses agentes. Há até os que naquela corporação se estragam e passam de
bons cívicos a terroristas, que foi o que neste domingo a PSP nos mostrou que
tem lá nas suas hostes. As direções e chefias é que têm toda a responsabilidade
em admitirem gente deste jaez na corporação que se quer digna e pómio de
efetiva segurança dos cidadãos. Não podemos ensinar aos nossos filhos que a polícia
é amiga e depois não ter como explicar que afinal os “amigos” não são tão
amigos quanto julgávamos por haver por lá os que se “passam” e não se diferenciam
dos arruaceiros, dos bandidos. As chefias, as direções, até os governos, os
ministros. Por aí é que devem começar. Na PSP existem gangues de racistas e
terroristas e esses é que conspurcam a dignidade da instituição. Não podemos
permitir que assim continue. Afinal eles são poucos no universo policial. Expulsem-nos.
Lavem o que está sujo porque a instituição é para os cidadãos, com os cidadãos,
e não de uns quantos arruaceiros e contra os cidadãos. As chefias, as direções,
o governo. Comecem por aí.
Boa
tarde. Desculpem o nosso atraso.
Redação
PG
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Bernardo
Ferrão, editor do Expresso
A
PSP não é isso, não? (do original de Luisão “O Benfica não é isso não”)
"Oh
chefe não fiz nada!" A frase é de um adepto benfiquista no meio da
confusão no Marquês de Pombal na noite do título. As imagens dos
confrontos em Lisboa abrem os telejornais. Na SIC são relatados vários casos do uso abusivo da força
por parte dos agentes.“A ação da polícia foi no mínimo vergonhosa” disse
um jovem que apresentou queixa contra a PSP. “Vi uma rapariga com um
máximo de 12 anos a levar com o cassetete”, acrescenta. No alinhamento
noticioso o caso de Guimarães vem depois. O revoltante caso de Guimarães.
De um lado um pai violentamente agredido por um subcomissário da PSP à frente
dos seus dois filhos menores e do avô das crianças. Do outro, o tal polícia,
rápido com o bastão de aço e que o DN diz ter perfil de “durão”. Um durão que justificou as agressões
devido a uma cuspidela do pai das crianças que é desmentida pelo próprio e
por quem lá estava. Em qual das versões acredita?Veja as imagens e leia aqui as justificações do polícia. A PSP já abriu um processo disciplinar ao subcomissário de Guimarães e
no Expresso Diário contámos que o polícia violou o manual
da PSP (não podia ter agredido o adepto) e que pode ser expulso. O Correio da Manhã revela que a polícia mantém o
agressor ao serviço e armado. E conta também que foram as imagens de Guimarães,
que estavam a ser vistas num ecrã gigante no Marquês, que incendiaram os ânimos
na praça lisboeta. O ex-ministro Morais Sarmento, que estava num hotel no
Marquês, revelou na Renascença que os problemas começaram com “um
grupo de selvagens ou índios” e que, por causa deles, a polícia tratou
todas as pessoas “como criminosas”. O Ministério Público já abriu uma investigação. Tal como
a IGAI (Inspeção Geral da Administração Interna) que tem agora
30 dias para chegar a conclusões. O prazo foi decretado pela ministra
Anabela Rodrigues que, ainda assim, não achou relevante aparecer em
público para falar sobre o assunto. Entretanto o presidente do Benfica convidou as duas crianças para irem ao estádio para
participar na cerimónia de consagração do Benfica. Em Guimarães ainda se fazem
contas aos estragos. E foram muitos. A passagem dos benfiquistas deixou o estádio arrasado. E o JN revela imagens impressionantes do autêntico
saque ao armazém do clube. Na SIC, Miguel Sousa Tavares dizia: “Infelizmente grande
parte do futebol foi capturada por um bando de energúmenos”. Nos vários
programas de futebol da noite, não faltaram comentários aos acontecimentos. No Dia Seguinte, na SIC Notícias, Fernando Medina,
presidente da Câmara de Lisboa reconhecia: “É preciso aperfeiçoar, é
sempre possível melhorar, mas não nos podemos render perante a marginalidade.”
“Os espaços públicos da cidade estão ao dispor das várias entidades desde que
cumpram as regras.”Mas, uma coisa é certa, se houver prejuízos significativos,
a autarquia pedirá compensação ao Benfica. O caso ainda vai dar
muito que falar.
OUTRAS NOTÍCIAS
OUTRAS NOTÍCIAS
Já lhe chamaram “Never Ending Story”. Há 4 meses em negociações, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirmou que "prefere um incumprimento da Grécia com o FMI do que com os salários", mas antecipou que está para breve um acordo com os credores. A imprensa grega noticiou que Juncker teria proposto uma espécie de acordo para desbloquear fundos para o país, mas a Comissão Europeia demarcou-se da proposta.
Pires de Lima diz que não está nas suas prioridades ler relatórios do FMI. O ministro da Economia reagia assim a mais uma série de avisos do Fundo que pede mais reformas estruturais e cortes nas pensões e salários. O líder do PS defende que só uma maioria clara do seu partido pode contrariar "a obsessão" pela austeridade e as recomendações do FMI. No Expresso Diário explicamos os pormenores do documento.
Hoje é dia de greve no Metropolitano de Lisboa. A paralisação de 24horas foi agendada em protesto contra a subconcessão da empresa. A circulação está suspensa até às 06:30 de quarta-feira. A Carris reforça algumas das carreiras que coincidem com os eixos servidos pelo Metro.
O Conselho de Finanças Públicas diz que não tem nem “mandato”nem “ferramentas” para analisar o programa económico do PS. No entanto, conta o DN, Teodora Cardoso, a presidente, não deixa de criticar as contas socialistas: “Simples políticas de estímulo à procura” já “demonstraram a sua ineficácia.”
A União Europeia aprovou a missão militar contra as máfias na Líbia. A operação pretende desmantelar as redes de tráfico de migrantes através do Mediterrâneo. O assunto está no online do Expresso. O El País mostra aqui um gráfico sobre as rotas migratórias para a Europa.
Nos Estados Unidos, o Presidente Obama decidiu limitar o uso de equipamento militar pela polícia norte-americana. O New York Times explica que a ideia é aliviar a tensão junto das comunidades e melhorar a relação entre as forças policiais e a população, após os incidentes em Baltimore e Ferguson.
Um estudo da London School of Economics conclui que os alunos são melhores quando o uso de telemóvel é banido nas escolas. Foram analisadas 91 escolas inglesas e comparados os resultados dos exames nacionais. A notícia está na CNN. E por cá como é? Neste artigo do DN, Portugal é o segundo de sete países europeus em que mais estudantes acedem à internet no seu telemóvel usando a rede da escola. Uma psicóloga, citada no artigo, conclui: "O sistema educativo português ainda não oferece as respostas adequadas aos desafios colocados pela presença das tecnologias móveis e da internet na vida dos jovens".
"Olá Twitter! É Barack. Mesmo! Ao fim de seis anos, eles finalmente deram-me a minha própria conta". Este foi o primeiro tweet do Presidente dos EUA. Barack Obama lançava assim a conta oficial do Chefe de Estado norte-americano (@POTUS: President Obama’s Twitter Account) . No site da Casa Branca, que deu a notícia, é explicado que se trata de uma nova forma do Presidente falar diretamente com os americanos, com tweets escritos exclusivamente por ele. Já que falamos no Twitter saiba como correu a passagem de Nicolas Sarkozy pela rede na última sexta-feira…
Quem está profundamente arrependido é Woody Allen. E porque? Por ter aceitado fazer uma série original para a Amazon: “Eu nem sei o que um serviço de streaming”. “Arrependo-me a cada segundo por ter dito OK”. A revelação do realizador é feita nesta entrevista à Deadline. A série encomendada (a Amazon pede-lhe seis episódios de meia-hora) tem de ficar pronta até ao final do próximo ano.
FRASES
“Se um deles [Passos Coelho e António Costa] admite, mesmo como cenário, que ganha mal as eleições e que precisa do outro para um bloco central, tem um péssimo arranque de campanha”, Marcelo Rebelo de Sousa na TVI.
“Os meus amigos benfiquistas estavam loucos”, Tiago Caeiro do Belenenses, em entrevista à Mariana Cabral (podem segui-la no twitter em @aminhabola ), no Expresso Diário.
O QUE ESTOU A LER
Na capa da TIME há um rato branco (daqueles de laboratório) a fumar um charro. Com as patas agarra um isqueiro. A nuvem de fumo ocupa uma parte da página. “The Great Pot Experiment”.A revista norte-americana lança o tema: “Ciência da Canábis – um mundo de muita discórdia, curiosamente subfinanciado e estranhamente promissor.” O assunto chega-nos numa altura em que 19 estados norte-americanos já aprovaram leis de despenalização. Mas mais do que despenalizar, o uso de marijuana está a ser legalizado, em concreto, para fins medicinais (veja este artigo do El Mundo sobre uma criança espanhola tratada com canábis). O problema é que depois de anos de bloqueios do Governo federal em matéria de investigação, não se sabe o suficiente sobre os perigos da canábis, ou os benefícios. O artigo da Time conta-nos que estão a ser feitos vários estudos inovadores sobre os poderes de cura da droga para encontrar tratamentos para doenças como epilepsia, stress pós-traumático, doença de Alzheimer, doença de Parkinson e esclerose múltipla. Mas há também novas descobertas sobre o impacto da droga no uso recreativo. Os efeitos são geralmente menos graves do que os de tabaco e álcool, que, nos EUA, provocam mais de560 mil mortes. A droga ilícita mais comum no planeta é uma das indústrias com maior crescimento na América. Aliás, na edição do Expresso de 1 de maio já fazíamos as contas a este novo negócio que está avaliado, no mínimo, em 40 mil milhões de euros. E não param de nascer novas aplicações, serviços e produtores inovadores. É um mundo novo que promete. E muito.
Por hoje fico por aqui. Amanhã o Expresso curto é do Ricardo Costa. Às 18h00 não perca o seu Expresso Diário. E já sabe estamos sempre em expresso.sapo.pt
Até à próxima. Tenha um ótimo dia.
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