Bissau,
08 jun (Lusa) - O secretário de Estado das Comunidades guineense, Idelfrides
Fernandes, detido na sexta-feira, foi posto em liberdade mediante a medida de
apresentação periódica no tribunal e o pagamento de uma caução monetária, disse
hoje à Lusa fonte ligada ao processo.
Fernandes,
que é acusado de venda de passaportes do país a cidadãos chineses, foi posto em
liberdade no sábado, mas a partir de agora terá que se apresentar
quinzenalmente ao tribunal e ainda depositar 10 milhões de francos CFA na justiça.
Segundo
a fonte ligada ao processo, Idelfrides Fernandes tem 10 dias para entregar ao
tribunal essa quantia sob pena de lhe ser aplicada "outra medida
agravada".
O
Ministério Público "considera não haver risco de fuga ou de perturbação às
investigações", pelo que decidiu-se pela libertação de Fernandes, que
esteve detido durante cerca de 18 horas, nas instalações da Policia Judiciaria
em Bissau, observou ainda a fonte.
Confrontado
com as informações que dão conta de que o governante teria sido restituído a
liberdade na sequência de "pressões políticas", a fonte garantiu à
Lusa que "todo processo de audição e inquéritos decorre sem pressão
alguma".
Idelfrides
Fernandes esteve hoje na vara-crime do Ministério Público para tomar
conhecimento formal das medidas de coação que lhe foram impostas pelo
magistrado titular do processo.
Contactado
pela Lusa, o advogado do secretário de Estado das Comunidades guineenses disse
que prefere não tecer nenhum comentário nesta fase do processo.
Idelfrides
Fernandes é indiciado como autor de um esquema de venda de passaportes
guineenses a cidadãos chineses, factos que remontam ao período em que a
Guiné-Bissau foi dirigida por um governo de transição (2012 a 2014).
Tal
como agora, Fernandes era secretário de Estado das Comunidades, afeto ao
Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A
polícia guineense intercetou, no aeroporto de Bissau, vários cidadãos chineses
na posse de passaportes de serviço ou diplomáticos, alegadamente emitidos por
Idelfrides Fernandes.
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// VM
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