Jornal
de Angola, editorial
O
combate à criminalidade é uma das mais importantes tarefas do Estado, que tem
criado mecanismos adequados para se combater com eficiência os
delinquentes que cometem ilícitos criminais de diversa natureza.
Trata-se
de uma tarefa permanente, pois não se podem dar tréguas aos criminosos que
perturbam a paz social. O índice de criminalidade tem suscitado a preocupação
das autoridades, que vão criando estruturas adequadas à dimensão dos
problemas que é preciso resolver, havendo perspectivas de melhoria do
trabalho da investigação criminal, um sector importante que tem de atacar
ilícitos como os crimes violentos, branqueamento de capitais, tráfico de
seres e órgãos humanos e imigração ilegal .
Espera-se naturalmente que as alterações estruturais que foram feitas ao nível investigação criminal venham a resultar numa redução efectiva dos índices de criminalidade no país, devendo-se prestar atenção à formação das pessoas que têm de se encarregar de tarefas complexas relacionadas com o combate ao crime.
O ideal é que haja muita competência ao nível da investigação criminal para se não violarem liberdades, direitos e garantias plasmados na Constituição e nas leis ordinárias. Os órgãos de investigação criminal devem também, no cumprimento das suas missões, lutar pela defesa dessas liberdades, direitos e garantias.
O ministro do Interior, Ângelo Tavares, disse recentemente, no Conselho Consultivo Alargado do Serviço de Investigação Criminal (SIC) que se deve respeitar o princípio de investigar para prender e não o inverso.
O ministro pretendeu certamente, com estas palavras, pedir para que se trabalhe no sentido de se evitarem atropelos à lei e de os processos serem instruídos de forma correcta para haver julgamentos justos.
As autoridades têm a consciência que a criminalidade é um fenómeno complexo, pelo que trataram de dotar os órgãos de investigação criminal de condições que os tornem mais eficientes em termos de operacionalidade para os crimes serem descobertos e os delinquentes detidos e entregues à justiça nos termos da lei . Já se percebeu que é necessário apostar na formação para que haja bons investigadores e uma boa instrução dos processos. Os que se encarregam da investigação criminal devem observar rigorosamente o que a lei estabelece, cumprindo sempre os procedimentos legais. Angola é um Estado democrático de direito que promove e defende os direitos e liberdades fundamentais do homem.
O Serviço de Investigação Criminal tem grandes responsabilidades na luta
contra a delinquência e há grande expectativa que este novo organismo venha a
realizar um bom trabalho para garantir maior tranquilidade e segurança à nossa
população. Eugénio Alexandre, director do Serviço de Investigação Criminal, que
disse estar consciente das novas responsabilidades, garante que tudo vai ser
feito para as missões que lhes forem incumbidas serem
cumpridas.
Que se tome entretanto boa nota do apelo do ministro Ângelo Tavares para que haja qualidade na instrução processual. A justiça é dos grandes valores prosseguidos pelo Estado e o SIC deve contribuir para se evitarem injustiças . O Serviço de Investigação Criminal deve estar também na primeira linha do combate a injustiças, assegurando que os processos criminais, no âmbito das suas competências, em termos de instrução, decorram sem lesões de direitos e garantias. Não é por acaso que o ministro do Interior insiste na formação de quadros, tendo orientado o SIC a elaborar programas de superação, na perspectiva de se melhorar constantemente a instrução processual, o que, na opinião de Ângelo Tavares, pode facilitar o trabalho dos demais operadores da Justiça.
Entende-se que um bom trabalho do SIC, ao nível da instrução processual, pode conduzir a resultados justos. Deve pois ser uma prioridade a formação dos quadros do SIC , em particular os que estão ligados à instrução processual. A Justiça é um dos grandes pilares do nosso Estado democrático de direito. Prosseguir a justiça é tarefa incontornável do Estado. Na sua actuação para a descoberta de crimes e detenção de criminosos devem-se assumir condutas que se limitem a resolver os problemas dentro do que a lei permite.
As autoridades de investigação criminal devem ser exemplares no cumprimento das leis da República . A investigação criminal deve cumprir as suas missões e consequentemente defender a população nos termos da Constituição e da lei. O respeito pela legalidade é fundamental para haver harmonia na sociedade e confiança nos nossos órgãos de justiça.
Que haja um amplo programa de formação e superação de quadros do SIC para que a nossa Justiça melhore. Queremos todos que haja processos bem instruídos. O princípio de investigar primeiro e prender depois a ser cumprido vai evitar erros na instrução dos processos, salvaguardando-se a justiça.
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