terça-feira, 7 de julho de 2015

Angola. DEPUTADOS DA UNITA VISITAM PRESOS POLÍTICOS EM LUANDA




Parlamentares querem confirmar as condições em que se encontram os 15 jovens detidos em Junho.

Deputados da UNITA visitam hoje os 15 jovens activistas detidos desde 20 de Junho por suspeita de rebelião contra o Estado, para tentar confirmar as condições em que se encontram.

A informação foi transmitida ontem à Lusa pelo presidente do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Raúl Danda, dando conta que a visita “está autorizada” pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela direcção dos Serviços Prisionais.

“Vamos visitar os 15 jovens nos três locais em que estão em detenção. Pretendemos saber, sobretudo, que estão bem, que estão a ser tratados em conformidade com a Constituição e com a lei, que não estão a ser torturados – porque temos ouvido alguns relatos – e que não estão a ver os seus direitos violados”, afirmou Raúl Danda.

O grupo de 15 jovens activistas foi detido porque estaria a preparar, segundo a PGR, em Luanda, um atentado contra o presidente e outros membros dos órgãos de soberania.

Estão detidos em regime de isolamento – dois deles iniciaram entretanto uma greve de fome – distribuídos por estabelecimentos prisionais em Viana, Calomboloca e Caquila, na região de Luanda, tendo os advogados apontado dificuldades em aceder aos mesmos e na apresentação de um recurso para pedir a libertação provisória.

O Ministério Público validou as detenções por a conduta dos suspeitos configurar actos preparatórios para o cometimento do crime de rebelião, tendo sido decretada a prisão preventiva “por inconveniência da liberdade provisória”.

“Queremos falar com eles para sabermos que estão bem e já recebemos a garantia do senhor procura-geral da República de que a lei será estritamente cumprida. Queremos assegurar que as palavras do senhor procurador, de quem não temos motivo nenhum para duvidar, estão de facto a corresponder com a situação real”, sublinhou o deputado Raúl Danda.

Numa abordagem a este caso, o presidente e líder do MPLA afirmou na quinta-feira que “não se deve permitir” que o povo “seja submetido a mais uma situação dramática como a que viveu em 27 de Maio de 1977″, aludindo à morte de milhares de pessoas numa tentativa de golpe de estado.

“Quem quer alcançar o cargo de Presidente da República e formar governo, que crie, se não tiver, o seu partido político, nos termos da Constituição e da Lei, e se candidate às eleições. Quem escolhe a via da força para tomar o poder ou usa meios para tal anticonstitucionais não é democrata. É tirano ou ditador”, acusou José Eduardo dos Santos.

“Acusaram o MPLA e os seus militantes de intolerantes, mas a mentira tem pernas curtas. Hoje sabe-se onde estão os intolerantes e nem é preciso dizer os seus nomes. Eles escondem-se atrás dos outros”, criticou.

Segundo a PGR, os detidos em prisão preventiva são Henrique Luati Beirão (conhecido como “Brigadeiro Mata Frakuzx”), Manuel Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza-Hamza”, José Gomes Hata, Hitler Jessy Chivonde, Inocêncio António de Brito, Sedrick Domingos de Carvalho, Albano Evaristo Bingocabingo, Fernando António Tomás “Nicola”, Nélson Dibango Mendes dos Santos, Arante Kivuvu Lopes, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Domingos José da Cruz e Osvaldo Caholo (tenente das Forças Armadas Angolanas).

Na versão dos jovens activistas, associados ao designado Movimento Revolucionário, estes encontravam-se regularmente para discutir intervenção política e cívica, inclusive com acções de formação.

Foram detidos a 20 de Junho numa dessas reuniões.

Lusa, em Rede Angola – Na foto: Raúl Danda / Ampe Rogério/RA

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