quinta-feira, 2 de julho de 2015

GUERRILHA TIMORENSE FERIU MAIS UM MILITAR GOVERNAMENTAL EM CONFRONTO


Bocas do Inferno


Timor-Leste não está a viver um real momento de paz. Na comunicação social existe uma aproximação ao boicote àquilo que corresponde à realidade timorense na contestação ao regime Xanana Gusmão. Contestação que, neste caso especifico, recorre a armamento e surpreende e riposta os militares das Forças de Defesa de Timor-Leste, assim como a polícia. As notícias em português são escassas, quando não são inexistentes. Desta vez, mais em baixo podemos desfrutar da raridade de uma notícia em português que mais em pormenor nos permite tomar conhecimento de um pouco da inquietude e revolta que alguns sentem e a manifestam através de modos que provavelmente não serão os mais convenientes para a defesa dos interesses dos timorenses, da democracia e das amplas liberdades consagradas na Constituição. Facto é que existe um principal responsável por esta situação extremada que leva à organização de grupos guerrilheiros à margem das leis: Xanana Gusmão e o seu séquito de amigos, colegas e colaboradores corruptos. Porém, esse ex-icone timorense usufrui da permanente impunidade e num governo mal-amanhado, não eleito, encontrou o coio do seu sossego depois de ter expulsado juízes portugueses que tomaram por ousadia pretender investigar membros corruptos do seu governo e o próprio Xanana Gusmão. Valeu Mari Alkatiri e a Fretilin para consolar e proteger o ex-icone. Os amigos são para as ocasiões. Esse principio poderá valer para Alkatiri mas não para Xanana. A memória de Mari Alkatiri deve estar a fenecer pois quase que só por milagre escapou aquando do golpe de Estado levado a cabo por Xanana Gusmão e seus torpes apaniguados em 2005/6. A paz, o progresso, a justiça, a democracia deve ser defendida com garra em todos os países, em Timor-Leste também. O seu povo já sofreu demais. Isso não significa que a justiça não seja praticada e que um ex-icone como Xanana Gusmão escape ao reconhecimento das suas ações perniciosas contra o país e contra o povo timorense. A guerrilha Mauk Moruk certamente que se auto-desativa se acaso vir que a justiça chegou a Timor-Leste, ladeada pela democracia, pela distribuição equitativa e justa da riqueza, pela abolição da fome e da miséria em que sobrevivem talvez dois terços dos timorenses. Paz e justiça em Timor-Leste é o que se deseja. Urge construí-la e de a pôr em prática. Até agora tem prevalecido a paz podre e enganosa a acompanhar o roubo, a corrupção, os negócios escabrosos e opacos. Há poucos meses foi empossado um novo governo que manteve Xanana Gusmão como ministro. Não se compreende que assim tivesse acontecido. Xanana deve muitas explicações e apresentação de desculpas aos timorenses. Devia cumprir esse roteiro em vez de ziguezaguear, a ver se escapa.

Já a seguir a notícia acima referida, da Agência Lusa. (AV/PG)

Soldado timorense ferido em tiroteio com elementos de grupo ilegal

Díli, 29 jun (Lusa) - Um soldado timorense foi ferido a tiro, no domingo, quando a patrulha que integrava foi alvejada por elementos de um grupo ilegal que está a ser perseguido pela polícia e forças armadas de Timor-Leste desde março.

O brigadeiro-general Filomeno Paixão, vice chefe de Estado maior general das Forças Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), disse que o incidente ocorreu na manhã de domingo "entre as regiões de Atalari e Sagrada", no município de Baucau.

Este é o quinto elemento das forças de segurança (depois de quatro agentes da polícia) feridos durante a operação de nome código Hanita que envolve efetivos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e as Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL) decorre desde março na ponta leste de Timor-Leste.

Segundo explicou Filomeno Paixão, os suspeitos do ataque são elementos do grupo CRM (Conselho da Revolução Maubere), organização considerada ilegal pelo Estado timorense e que é liderada por Mauk Moruk, considerado traidor da resistência timorense e que está sob mandado de captura.

"Entre as 10 e 11 horas, uma patrulha nossa que estava em perseguição ao grupo foi baleada por elementos da organização de Mauk Moruk. Um soldado foi baleado e a bala atravessou-lhe uma perna e alojou-se na outra", disse.

"As análises preliminares no hospital indicam que foi atingido por uma bala de uma pistola glock. Estamos à espera da análise final dos especialistas", disse, explicando que as forças de defesa responderam "segundo as regras de empenhamento".

Continua a decorrer a operação para tentar encontrar os responsáveis pelos disparos.

Recorde-se que no decurso da operação já se renderam ou foram capturados 468 elementos do grupo de Mauk Moruk.

Questionado sobre o papel de Mauk Moruk, que se diz ex-líder da resistência, Filomeno Paixão disse à Lusa que o homem, que esteve preso preventivamente no ano passado, abandonou a resistência armada contra a ocupação indonésia "em 1985 ou 1986".

"Depois disso participou com militares indonésios na luta contra a guerrilha. Esteve ausente no exterior durante cerca de 30 anos e nas conversações tidas no exterior nunca esteve do nosso lado. Não só não esteve do nosso lado mas esteve contra a resistência", afirmou.

Acusando Mauk Moruk de querer causar destabilização em Timor-Leste, referiu que as suas exigências ignoram a lei, a ordem e as instituições do país.

"Quer abolir a Constituição, acabar com o parlamento e o Governo. Isto é demais", disse.

"Não dialogamos com criminosos. O diálogo dele tem que ser com o tribunal e com o Procurador da República", explicou.

Questionado sobre a demora em apanhar Mauk Moruk, o responsável das FFDTL referiu-se à "falta de tecnologia" e à "falta de cooperação da população", sem adiantar mais pormenores.

Recorde-se que a operação foi desencadeada pelo Governo para "prevenir e reprimir ações criminosas de grupos ilegais" depois de ataques aos elementos da polícia em fevereiro e março, especialmente o de 08 de março em Baguia, a sul de Baucau, em que ficaram feridos quatro agentes durante um ataque ao posto policial da localidade.

ASP // JCS

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