sábado, 8 de agosto de 2015

DETIDO CORRESPONDENTE DA VOZ DA AMÉRICA EM LUANDA




Coque Mukuta, que estava a fazer a cobertura da marcha das mães dos activistas reprimida pelas autoridades, foi solto três horas bem longe do local.

O correspondente da VOA em Luanda Coque Mukuta foi detido esta sábado, 8, pela Polícia Nacional enquanto fazia a cobertura da marcha organização pelas mães dos activistas detidos a 20 de Junho acusados de planearem um golpe de Estado em Angola.

Por volta das 13:40, minutos antes do início da marcha, mas solto meia hora mais tarde.
Pouco tempo depois, ele foi outra vez detido pela polícia, que lhe retirou a câmara fotográfica.

A partir de então, ele foi mantido no carro da polícia durante três horas até ser deixado num local bem distante da manifestação, que, entretanto, foi reprimida pelas autoridades.

A marcha protagonizada por cerca de 40 pessoas começou por volta das 14 horas, mas foi reprimida pela política que "usou de alguma agressividade contra as mães", segundo disseram à VOA  testemunhas oculares.

Recorde-se que as mães e parentes dos 15 jovens detidos organizaram o que chamaram de "marca de repúdio" para pedir a libertação dos jovens que integram o autodenominado Movimento Revolucionário.

O Governo da Província de Luanda emitiu um comunicado na quarta-feira a dizer que a marcha não podia acontecer por por violar a lei que impede que protestos sejam realizados a menos de 100 metros de prédios que albergam órgãos de soberania como a Procuradoria Geral da República.

Entretanto, os organizadores encontraram-se com o comandante geral da Polícia Nacional Ambrósio de Lemos, na quinta-feira, e o vice-procurador geral da República Hélder Pita Grós, na sexta-feira, tendo aqueles responsáveis pedido que a marcha fosse suspensa porque iriam fazer tudopara que houvesse um desfecho do caso dentro de uma semana.

As mães e parentes decidiram manter a marcha, como disse à VOA na sexta-feira, 7, Adália Chivonde, mãe do activista Nito Alves.

Ontem, Hélder Pita Grós disse a jornalistas que o processo  está em fase final de investigação, a concluir dentro de "poucos dias".

"Nós deveremos ter o processo concluso dentro de poucos dias, isso sim posso garantir porque é o nosso trabalho. Agora a fase seguinte, só depois disso é que saberemos, se o processo vai para o tribunal, se há matéria de acusação", concluiu o vice-procurador geral da República.

Voz da América

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