Coque
Mukuta, que estava a fazer a cobertura da marcha das mães dos activistas
reprimida pelas autoridades, foi solto três horas bem longe do local.
O
correspondente da VOA em
Luanda Coque Mukuta foi detido esta sábado, 8, pela Polícia
Nacional enquanto fazia a cobertura da marcha organização pelas mães dos
activistas detidos a 20 de Junho acusados de planearem um golpe de Estado em
Angola.
Por
volta das 13:40, minutos antes do início da marcha, mas solto meia hora mais
tarde.
Pouco
tempo depois, ele foi outra vez detido pela polícia, que lhe retirou a câmara
fotográfica.
A
partir de então, ele foi mantido no carro da polícia durante três horas até ser
deixado num local bem distante da manifestação, que, entretanto, foi reprimida
pelas autoridades.
A
marcha protagonizada por cerca de 40 pessoas começou por volta das 14 horas,
mas foi reprimida pela política que "usou de alguma agressividade contra
as mães", segundo disseram à VOA testemunhas oculares.
Recorde-se
que as mães e parentes dos 15 jovens detidos organizaram o que chamaram de
"marca de repúdio" para pedir a libertação dos jovens que integram o
autodenominado Movimento Revolucionário.
O
Governo da Província de Luanda emitiu um comunicado na quarta-feira a dizer que
a marcha não podia acontecer por por violar a lei que impede que protestos
sejam realizados a menos de 100 metros de prédios que albergam órgãos de
soberania como a Procuradoria Geral da República.
Entretanto,
os organizadores encontraram-se com o comandante geral da Polícia Nacional
Ambrósio de Lemos, na quinta-feira, e o vice-procurador geral da República
Hélder Pita Grós, na sexta-feira, tendo aqueles responsáveis pedido que a
marcha fosse suspensa porque iriam fazer tudopara que houvesse um desfecho do
caso dentro de uma semana.
As
mães e parentes decidiram manter a marcha, como disse à VOA na sexta-feira, 7,
Adália Chivonde, mãe do activista Nito Alves.
Ontem,
Hélder Pita Grós disse a jornalistas que o processo está em fase final de
investigação, a concluir dentro de "poucos dias".
"Nós
deveremos ter o processo concluso dentro de poucos dias, isso sim posso
garantir porque é o nosso trabalho. Agora a fase seguinte, só depois disso é
que saberemos, se o processo vai para o tribunal, se há matéria de
acusação", concluiu o vice-procurador geral da República.
Voz
da América
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