O
Movimento Ação Cidadão (MAC), organização da sociedade civil da Guiné-Bissau,
apelou hoje ao Presidente da República para ser "árbitro" em vez de
"oposição" ao Governo.
Numa
carta aberta sobre a situação política na Guiné-Bissau, o movimento
"convida o Presidente da República a desempenhar o seu papel de árbitro e
não de oposição, pois é fundamental que se criem condições favoráveis à
preservação e valorização da Democracia e do Estado de Direito".
A
carta surge depois de o presidente do Parlamento ter denunciado a intenção do
chefe de Estado derrubar o Governo e de o primeiro-ministro ter anunciado que
vai lutar contra essa ameaça, considerando não haver justificações plausíveis
para uma crise.
Na
última noite, o parlamento guineense aprovou por unanimidade uma moção de
confiança no Governo, ao mesmo tempo que uma vigília juntou algumas dezenas de
pessoas em frente ao Palácio da Presidência pedindo estabilidade.
Diplomatas
e outros representantes da comunidade internacional em Bissau desdobram-se em
contactos para evitar uma crise política, um ano depois das eleições gerais
financiadas pelo exterior e após o golpe de Estado de 2012.
O
MAC "condena de forma severa qualquer tentativa manhosa de
institucionalizar um regime que não seja aquele que é democraticamente e
constitucionalmente aceite para se chegar ao poder e governar".
Ao
mesmo tempo, desafia "todos os cidadãos guineenses a não ficarem
indiferentes", lançando um apelo para que "participem em massa neste
novo 'caminho que se escreve'", refere o documento.
A
carta aberta conclui referindo que, "felizmente", não há "uma
agressão efetiva ou iminente" ou uma "calamidade política", pelo
que "é fundamental o diálogo para que os órgãos de soberania coabitem numa
perspetiva construtiva, condição sine qua non para o bem-estar comum e desenvolvimento
harmonioso da sociedade".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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