quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Guiné Equatorial. CAPITAL ECONÓMICA SEM ELETRICIDADE HÁ DUAS SEMANAS




Desde há um ano membro da CPLP e um dos maiores produtores africanos de petróleo, o país poderá ver Bata sem luz durante mais dois meses.

Os 800.000 habitantes de Bata, a capital económica da Guiné Equatorial, estão há duas semanas sem energia eléctrica devido à seca e ao aumento da procura de electricidade, segundo os habitantes e as autoridades.

Situada no continente, Bata recebe electricidade da barragem hidroelétrica de Djibloho, construída pelos chineses e com uma capacidade teórica de 120 megawatt (MW), situada no rio Wolé, cujo fluxo caiu drasticamente.

"É uma desolação e não sabemos o que fazer. Os alimentos apodreceram nos frigoríficos, o que levou a uma despesa dupla para nos alimentarmos", disse um dos habitantes de Bata, Ernesto Obama, contactado telefonicamente pela agência France Presse.

O ministro das Minas, Indústria e Energia, Gabriel Mbega Obiang Lima, um dos filhos do presidente Teodoro Obiang Nguema, apelou hoje à população de Bata para ter "paciência".

"Tivemos uma situação especial este ano, há muita seca. Bata cresceu muito nos últimos tempos, a procura de electricidade aumentou: tínhamos uma procura regular de 34 MW e passámos para os 60MW", um nível que é impossível satisfazer actualmente, explicou o governante na televisão nacional.

Adiantou que a Sociedade Nacional de Electricidade SEGESA fornece antes de mais os locais "estratégicos", como os hospitais e os campos militares.

A direcção da SEGESA indicou num comunicado que para os cidadãos em geral o fornecimento de electricidade poderá ser retomado dentro de "um ou dois meses".

Uma situação que a AFP classifica de "paradoxal", tendo em conta que o ‘boom' petrolífero dos últimos anos enriqueceu significativamente a Guiné Equatorial, que se tornou o terceiro produtor de petróleo da África subsaariana.

Tal não parece beneficiar os seus habitantes, mais de metade dos quais vive abaixo do limiar de pobreza (1,8 euros/dia).

Lusa, em Económico

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