Desde
há um ano membro da CPLP e um dos maiores produtores africanos de petróleo, o
país poderá ver Bata sem luz durante mais dois meses.
Os
800.000 habitantes de Bata, a capital económica da Guiné Equatorial, estão há
duas semanas sem energia eléctrica devido à seca e ao aumento da procura de
electricidade, segundo os habitantes e as autoridades.
Situada
no continente, Bata recebe electricidade da barragem hidroelétrica de Djibloho,
construída pelos chineses e com uma capacidade teórica de 120 megawatt (MW),
situada no rio Wolé, cujo fluxo caiu drasticamente.
"É
uma desolação e não sabemos o que fazer. Os alimentos apodreceram nos
frigoríficos, o que levou a uma despesa dupla para nos alimentarmos",
disse um dos habitantes de Bata, Ernesto Obama, contactado telefonicamente pela
agência France Presse.
O
ministro das Minas, Indústria e Energia, Gabriel Mbega Obiang Lima, um dos
filhos do presidente Teodoro Obiang Nguema, apelou hoje à população de Bata
para ter "paciência".
"Tivemos
uma situação especial este ano, há muita seca. Bata cresceu muito nos últimos
tempos, a procura de electricidade aumentou: tínhamos uma procura regular de 34
MW e passámos para os 60MW", um nível que é impossível satisfazer
actualmente, explicou o governante na televisão nacional.
Adiantou
que a Sociedade Nacional de Electricidade SEGESA fornece antes de mais os
locais "estratégicos", como os hospitais e os campos militares.
A
direcção da SEGESA indicou num comunicado que para os cidadãos em geral o fornecimento
de electricidade poderá ser retomado dentro de "um ou dois meses".
Uma situação que a AFP classifica de "paradoxal", tendo em conta que o ‘boom' petrolífero dos últimos anos enriqueceu significativamente a Guiné Equatorial, que se tornou o terceiro produtor de petróleo da África subsaariana.
Tal
não parece beneficiar os seus habitantes, mais de metade dos quais vive abaixo
do limiar de pobreza (1,8 euros/dia).
Lusa,
em Económico
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