sábado, 29 de agosto de 2015

Moçambique. Comité de Defesa de Jornalistas classifica de "vergonhoso" assassinato de Paulo Machava




Organização de defesa dos jornalistas pede investigação eficiente

Voz da América

O Comité de Protecção de Jornalistas(CPJ) condenou o assassinato esta sexta-feira, 28, do jornalista moçambicano Paulo Machava em pleno coração de Maputo.

"Estamos consternados com o vergonhoso assassinato de Paulo Machava e apelamos às autoridades a investigarem o crime de forma eficiente, identificar o motivo e processar os assassinos", disse Sue Valenine, coordenadora do deoartamento de África da organização de defesa da liberdade de imprensa e dos jornalistas.

Valentine considera que "o assassinato de Machava não pode ter lugar num país que se esforça para construir uma democracia duas décadas depois do fim de um conflito civil"

O CPJ lembra ter documentado, desde 1992,  o assassinato de apenas um jornalista em Moçambique relacionado com a sua actividade profissional.

Em Novembro de 2000, Carlos Cardoso, editor do boletim diário Metical, foi assassinado a tiros em Maputo após ter publicado uma investigação sobre uma suposta corrupção num importante banco moçambicano.

Em 2003, seis homens foram condenados pelo assassinato.

"O filho do ex-presidente Joaquim Chissano foi acusado como autor intelectual, mas morreu antes do julgamento", lembra o Comité de Protecção de Jornalista com sede em Nova Iorque.

Paulo Machava, foi assassinado a tiro, na manhã desta sexta-feira, na cidade de Maputo.

Os  seus familiares confirmaram à imprensa local que Machava foi baleado mortalmente na avenida Agostinho Neto, centro da cidade, quando fazia os seus habituais exercícios físicos.

Testemunhas disseram que os assassinos  faziam-se transportar numa viatura branca, de onde dispararam cinco tiros contra o jornalista, antes de fugir.

A polícia investiga o caso e já anunciou não possuir pistas.

Na foto: Paulo Machava, jornalista moçambicano

Nota PG

Vários são os assassinatos de índole político-social que vitima jornalistas em Moçambique. Curiosamente, ou tristemente, a tónica é quase sempre a mesma: “a polícia anunciou não possuir pistas”. Muito mais haveria a citar de memória mas nem será preciso porque os moçambicanos sabem muito bem que urge acabar de vez com a mortandade de jornalistas e outros que visam no seu trabalho, no seu ativismo, construir um Moçambique melhor mostrando a podridão de um regime que teima em assobiar para o lado perante repressões e assassinatos (porque a “máquina” assim ordena?) de filhos dignos da nação, que se dedicam a contribuir para a democracia, para a transparência, para a liberdade que merecidamente deve ser pertença de todos os povos. Terminamos com uma memória, entre tantas: “Gilles Cistac não resistiu aos ferimentos provocados por vários tiros. “Qualquer um pode ser abatido pelas suas opiniões”, disse o presidente do Conselho dos Direitos Humanos.” – jornal Público 03.03.2015. Já foram descobertos os seus assassinos? É sempre a mesma coisa!

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