Lourenço
Bule, Menongue – Jornal de Angola
A
ministra do Ambiente, Fátima Jardim, pediu ontem aos membros da Associação de
Procuradores de África (APA) reunidos em Menongue, Cuando Cubango, a adopção de
medidas que viabilizem os governos de cada país a encontrarem soluções para
estancar o fenómeno da caça furtiva e fazer uma gestão racional e sustentável
da biodiversidade.
Fátima Jardim, que falou na abertura da “Conferência internacional sobre a caça furtiva e os seus efeitos nefastos para o continente africano - medidas eficazes para a responsabilização dos infractores”, salientou que se assiste no mundo inteiro à proliferação de casos de caça ilegal, particularmente em Angola, onde as zonas transfronteiriças e de conservação animal têm sido sistematicamente atingidas por este mal.
Fátima Jardim, que falou na abertura da “Conferência internacional sobre a caça furtiva e os seus efeitos nefastos para o continente africano - medidas eficazes para a responsabilização dos infractores”, salientou que se assiste no mundo inteiro à proliferação de casos de caça ilegal, particularmente em Angola, onde as zonas transfronteiriças e de conservação animal têm sido sistematicamente atingidas por este mal.
Fátima Jardim realçou que o encontro “é de capital importância”, tendo em
atenção o momento actual que se vive ao longo dos 87 mil metros quadrados do
território do Cuando Cubango, integrados num dos maiores projectos de
conservação ambiental do mundo, de onde chegam todos os dias relatos da
destruição da fauna e da flora, um negócio que tem causado enormes prejuízos
nos diferentes Estados da região.
A ministra do Ambiente chamou a atenção dos governos atingidos por este
fenómeno para realizarem estudos aprofundados com a sociedade civil, envolvendo
as comunidades rurais, para que se possa pôr cobro aos problemas da caça
furtiva, que está entre as cinco actividades ilegais mais lucrativas do mundo,
com o registo de prejuízos acima dos 23 mil milhões de dólares por ano.
Segundo estudos, a China, Tailândia, os países europeus e os Estados Unidos são
as partes do mundo que mais impulsionam o tráfico de animais, sobretudo a
partir do continente africano, onde em cada 15 minutos um elefante é abatido.
Na Ásia um troféu de marfim chega a custar 18 mil dólares. A realização da
conferência internacional sobre a caça furtiva e os seus efeitos nefastos para
o continente africano, frisou Fátima Jardim, representa um marco importante
para a região na busca de uma visão e acção comuns para a participação, com
valiosos contributos, na estratégia comum africana contra a caça furtiva, que
deve ser aprovada pelos Chefes de Estado e de Governo da União Africana. Fátima
Jardim realçou que o país, há 40 anos, herdou 6,5 por cento do território
nacional como áreas de conservação e actualmente o Governo alargou mais 2,5 por
cento para atingir as metas globais. A perspectiva é que até 2020 pelo menos 20
por cento do país possa ser transformada em zona de conservação.
A ministra informou que 30 mil espécies da fauna e flora selvagem no mundo
estão em vias de extinção e através do regulamento da convenção foi restringido
o comércio das espécies que estão em risco. Apelou a todos os países a adoptarem
medidas para o cuidado das espécies em risco de extinção.
Abate de animais
O governador do Cuando Cubango, Higino Carneiro, disse que a província vive diariamente o drama da caça furtiva, com o abate indiscriminado de animais selvagens, com destaque para elefantes, hipopótamos, rinocerontes e búfalos.
O governador do Cuando Cubango, Higino Carneiro, disse que a província vive diariamente o drama da caça furtiva, com o abate indiscriminado de animais selvagens, com destaque para elefantes, hipopótamos, rinocerontes e búfalos.
Para Higino Carneiro, pela importância que o Governo confere à conservação da
natureza e protecção da biodiversidade, urge a necessidade de se buscarem
sinergias que permitam o maior controlo dos recursos faunísticos, com a
implantação de destacamentos de fiscais e a sua formação contínua.
O governador frisou que a construção de uma escola de formação de fiscais
ambientais, de interesse regional, representa uma das acções que concorrem para
a prevenção e protecção da fauna do país.
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