quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Angola. A POPULAÇÃO E A SAÚDE PÚBLICA



Jornal de Angola, editorial

Os grandes problemas do país devem ser permanentemente abordados pelos diversos sectores da sociedade, que devem dar as suas contribuições para que haja soluções para as situações que sejam prejudiciais às comunidades em geral.

A sociedade não deve estar alheia aos problemas que acontecem no seu seio, devendo as comunidades ser interventivas no que concerne à busca de vias que possam ajudar a resolvê-los. É sabido que a malária é um dos grandes problemas que temos no país. Conhecemos todos as causas daquela doença que mata muita gente. É hora agora de os poderes públicos e a sociedade actuarem em parceria para lutarmos contra uma doença que ceifa muitas vidas humanas.

Há notícias tristes sobre a morte de muitas pessoas por malária nos nossos hospitais, mas há também boas notícias em relação ao esforço que tem sido feito para se reduzir o número de mortes. Ficámos a saber que o número de mortes por malária em Angola reduziu para seis mil em 2014, contra os 20 mil no ano de 2000.

Filomeno Fortes, coordenador do Programa Nacional de Combate à Malária disse à imprensa que a perspectiva é que a malária deixe de ser um problema de saúde pública até 2030. Aquele especialista afirmou que o combate à malária deve ser encarado em três vertentes fundamentais, como a melhoria do diagnóstico e tratamento precoce dos casos que se manifestam, a melhoria do meio ambiente e das condições sociais da população e maior colaboração das comunidades e das famílias.

Filomeno Fortes foi mais claro e disse que "temos de assumir que o combate à malária começa na família e exige a mudança de comportamentos em relação à sustentabilidade do ambiente. 

A notícia da redução substancial de mortes em Angola por malária deve incentivar-nos a continuar a lutar pela erradicação de uma doença que pode ser definitivamente eliminada se todos os esforços forem empreendidos no sentido de se melhorar por exemplo o saneamento básico. 

É confortante saber que as nossas autoridades estão a trabalhar intensamente para que a malária deixe de ser dentro de poucos anos um problema de saúde pública. As nossas autoridades estão apostadas em criar as condições necessárias para se erradicar a doença. 

Mas as nossas autoridades não devem trabalhar sem o apoio da sociedade. Elas precisam da colaboração permanente das comunidades. O combate à malária é um assunto que diz respeito ao Estado e também às populações. É verdade que o Estado tem de realizar os necessários investimentos para que as causas da doença sejam eliminadas, mas é também certo que as populações têm de adoptar condutas que contribuam para diminuir os focos causadores da malária, como o lixo. 

Ainda bem que já há estratégias para o combate à malária em todo o nosso país e as nossas autoridades sanitárias sabem o que devem fazer para que seja estancada a propagação da doença. O nível de repercussão da malária pelas comunidades justifica uma intervenção de grande dimensão, sendo pois de louvar as acções que têm sido levadas a cabo no quadro do programa de combate à doença. 

São visíveis os esforços das nossas autoridades que vão no sentido de se resolverem os grandes problemas de saúde pública. As autoridades têm consciência de que a saúde das populações é uma prioridade, pelo que tudo têm feito para que em todo o país se reduza ao mínimo as mortes por malária. Que as administrações municipais desempenhem um papel mais activo na sensibilização das populações para aderirem ao combate à malária. Fala-se hoje muito da importância dos municípios e, de facto, estes podem contribuir decisivamente para dar soluções a muitos problemas da sociedade, inclusive os que têm a ver com a saúde pública. O coordenador do Programa Nacional de Combate à Malária apelou a um esforço adicional para se erradicar a doença, pois acredita-se que é possível acabar com a malária no nosso país. 

Referindo-se à redução de mortes por malária no país, Filomeno Fortes disse que "constatamos que o país fez efectivamente progressos se pensarmos que no ano 2000 a nossa população era estimada em 12 milhões de habitantes e actualmente estamos com 24,4 milhões".

Estamos no bom caminho no combate à malária, sendo entretanto necessário que a luta contra a doença continue a ser feita com intensidade e muita organização e coordenação, na medida em que se trata de um processo que requer esforços multidisciplinares.

O combate à malária é mais um desafio que temos todos nós, angolanos, de enfrentar, e não temos outra alternativa senão trabalharmos para que o país se liberte de uma doença que ceifa vidas de muitas crianças e de muitos adultos. O combate à malária é uma das questões centrais das políticas públicas orientadas para a criação de boa qualidade de vida das nossas populações. A missão para a erradicação da malária pode ser difícil, mas não impossível.

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