A
Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, anunciou hoje ter
instalado um quartel em Morrumbala, província da Zambézia, para treinar o
exército e a polícia e garantir a proteção da população no centro e norte do
país.
"Ontem
[quarta-feira], dia 02 de setembro, foi concretizada a montagem do quartel de
Morrumbala, cumprindo assim a decisão daqueles que lutaram pela democracia e
pelo bem-estar do povo moçambicano", afirmou em Maputo, durante uma conferência
de imprensa, o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), António
Muchanga.
O
porta-voz da Renamo adiantou que o quartel vai formar o exército e a polícia
das seis províncias do centro e norte do país onde a Renamo ameaça governar à
força por reivindicar vitória nas eleições gerais de 15 de outubro passado.
"A
decisão de montagem do quartel de Morrumbala não é do presidente do partido
[Afonso Dhlakama], mas dos próprios veteranos da luta pela democracia e o
presidente Dhlakama aderiu a esta decisão como forma de evitar que houvesse
cisão no seio do partido, o que seria perigoso para a democracia",
declarou António Muchanga.
O
porta-voz da Renamo escusou-se a entrar em pormenores sobre o quartel, não
explicando se o movimento tem homens e material de guerra no local.
Moçambique
vive momentos de incerteza, devido às ameaças de Afonso Dhlakama de governar à
força nas seis províncias em que reivindica vitória nas eleições gerais de 15
de outubro do ano passado, depois de ver o seu projeto de criação de autarquias
provinciais rejeitado pela maioria da Frelimo (Frente de Libertação de
Moçambique), partido no poder, na Assembleia da República.
Na
semana passada, Afonso Dhlakama rejeitou uma proposta de um encontro feita pelo
chefe de Estado para uma discussão sobre a paz, acusando o Governo de violar o
Acordo Geral de Paz de 1992 e o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares
assinado entre a Renamo e o executivo moçambicano no ano passado.
Em
agosto, o líder da Renamo ordenou à delegação do seu partido para suspender a participação
nas negociações de longo-prazo com o Governo, argumentando com falta de
seriedade por parte do executivo.
As
Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço militar da Renamo estiveram
envolvidos em confrontos no centro do país, entre 2013 e 2014, no culminar da
tensão política inicialmente provocada pelo diferendo em torno do pacote
eleitoral.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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