Chuvas
fazem transbordar barragens de Faveta e de Canto de Cagarra
A
Barragem de Faveta, em São Salvador do Mundo (Santiago), já está a transbordar.
Depois das chuvas intensas que caíram por estes dias no interior de Santiago, a
infraestrutura ultrapassou a sua capacidade máxima de 700 mil metros cúbicos de
água, suficiente para irrigar mais de 65 hectares de terreno. Com boas
perspectivas de encher, estão ainda as barragens de Poilão(Órgãos), de Figueira
Gorda (Santa Cruz), de Saquinho (Santa Catarina) e de Salineiro (Ribeira Grande
de Santiago). Também na ilha de Santo Antão a Barragem de Canto Cagarra, no
Vale de Garça. A infraestrutura armazena no total 1 milhão e 118 mil m3 de
água, dos quais 418.000 m3 na parte superfície e 700.000m3 na parte
subterrânea. Vai beneficiar 200 agricultores numa área de 50 hectares de terrenos.
Reza
o adágio popular que depois da tempestade vem a bonança. É que apesar do receio
de males maiores suscitado, a passagem do furacão Fred afinal causou apenas
pequenos estragos e trouxe muita esperança aos cabo-verdianos, sobretudo os que
vivem nas zonas agrícolas. Na ilha de Santiago, foi leve a passagem do
"Fred", mas com este fenómeno veio a chuva que molhou os campos e
encheu ribeiras e represas. Na maior parte das infraestruturas hidráulicas da
ilha – Poilão, Figueira Gorda, Saquinho e Salineiro – já é visível uma boa
reserva de água. Mas a primeira a transbordar foi a Barragem de Faveta.
"É
a única barragem que já transbordou neste momento. Está comprovado que, de
facto, a barragem foi um projecto muito bem acertado pelo Governo, sendo a
maior infraestrutura construída nos Picos. Em dois anos consecutivos, a
barragem transbordou. No ano passado foi em Setembro e hoje a mesma coisa, o
que mostra que temos grande caudal de água na ribeira de Faveta. Estamos,
todos, contentes”, regozija-se o presidente da Câmara Municipal de São salvador
do Mundo, João Baptista Pereira.
Entretanto,
o autarca salvadorenho mostra-se preocupado com o atraso na implementação do
projecto orçado em 70 mil contos, prometida pelo Governo para desenvolver o
sector agrícola no concelho. “O meu desejo é que, finalmente, o projecto
agrícola seja implementado para permitir não só levar água às parcelas de
terras como também às zonas mais altas, como a Achada Igreja e outras
propriedades”. Aliás, lembra o Edil Pereira, se o projecto tivesse sido já
implementado o ano passado hoje o concelho teria um grande “pulmão verde nos
Picos, apesar do período de seca”.
Na
ilha de Santo Antão a Barragem de Canto Cagarra, no Vale de Garça, está
praticamente cheia: contam-se escassos três metros para a água chegar ao
máximo. E se as previsões que apontam para mais chuva durante esses dias se
confirmarem, os agricultores do Vale da Garça terão dias felizes.
A
infraestrutura hidráulica tem capacidade para armazenar 1 milhão e 118 mil m3
de água - 418.000 m3 na superfície e 700.000m3 na parte subterrânea. Essa água
retida vai beneficiar duas centenas de agricultores em cerca de 50 hectares de
terreno. São chuvas que trouxeram novos sonhos, energia e esperanças para o
povo das ilhas.
A
Semana (cv)
Primeiro-Ministro
garante " medidas imediatas" para famílias desalojadas
O
Primeiro-Ministro, José Maria Neves, garante “que os membros do Governo vão nos
próximos dias deslocar-se às ilhas mais afectadas, para avaliar os estragos
causados pelo furacão “Fred”. Reparar o Pontão em Santa Maria, desobstruir vias
públicas, assegurar o realojamento das famílias deslocadas em situações mais
críticas, verificar nas estruturas danificadas, nomeadamente aeroportos
internacionais, são algumas medidas anunciadas “como imediatas” pelo Chefe do
executivo.
José
Maria Neves, que falava esta terça-feira, após uma reunião interministerial
para fazer o balanço dos danos provocados pela passagem do furacão “Fred”,
disse que os danos materiais ainda não foram contabilizados. Mas, assegura,
esta quarta-feira vai percorrer todos os Municípios do interior de Santiago
para apurar a situação. Já as ministras das Infraestruturas, Sara Lopes, e do
Turismo, Leonesa Fortes, deslocam-se às ilhas da Boa Vista e do Sal, enquanto o
titular da pasta do Ambiente, Antero Veiga, viaja para Santo Antão para avaliar
os danos causados e as medidas a serem tomadas.
"Vamos
verificar os estragos e tomar no terreno as medidas que devem ser necessárias.
O Instituto Nacional de Estradas (INE) já está avaliar os danos para fazer as
intervenções necessárias em Santiago e em todas as ilhas do país. O Ministério
das infraestruturas verificará todas as estruturas portuárias e as pontes para
ver as intervenções que terão que ser feitas. Vamos reparar imediatamente o Pontão
de Santa Maria", assegurou Neves.
Quanto
às famílias desalojadas, José Maria Neves revelou que o Ministério de Habitação
e Ordenamento do Território vai tomar medidas para acudir as pessoas que
estiverem em situações mais críticas. “Algumas dessas famílias vão regressar às
suas casas que não foram danificadas. As situações mais críticas terão
respostas imediatas do Governo, que vai apoiá-las no arrendamento de uma casa
até à reconstrução".
O
Primeiro-Ministro garantiu que “a navegação aérea já está normalizada e estão
em curso medidas para repor as ligações marítimas e resolver as ligações
telefónicas”.
Apesar
dos estragos materiais, José Maria Neves lembrou que há pontos positivos na
passagem do “Fred” pelas ilhas. “As obras hidráulicas comportaram-se bem. As
barragens estão a encher-se. Os diques de captação, tanto no Maio como na Boa
Vista já estão todos cheios. Há recarga dos lençóis freáticos e, portanto, há
também estes benefícios”.
A
Semana (cv)
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