Luís Rodrigues -
Verdade
Nos
últimos dois anos, pelo menos 20.880 (9%) pessoas infectadas pelo VIH/SIDA na
província de Nampula, de um total de 232 mil registadas para a terapia,
abandonaram o Tratamento Anti-retroviral (TARV) em diferentes unidades
sanitárias, o que, segundo o governo local, pode contribuir para a contaminação
de mais gente.
Nampula,
uma parcela do país com maisde cinco milhões de habitantes (mais populosa de
Moçambique a par da Zambézia e que juntos agregam 39% de habitantes), tem uma
taxa de seroprevalência estimada em 4.6%, de acordo com o Inquérito Nacional de
Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o VIH/SIDA em Moçambique
(INSIDA 2009).
As
razões do abandono ao tratamento ainda estão por esclarecer, de acordo com as
autoridades. Contudo, o Núcleo Provincial de Combate à SIDA indica que tal
situação se deve ao baixo nível de escolaridade por parte de certos pacientes,
ao estigma e à discriminação.
Para
Sara Samuel Jane, coordenadora daquele organismo, depois de alguns meses de
terapia, um número considerável de doentes tem a ilusão de que está curado. Um
outro grupo pura e simplesmente opta por não voltar ao hospital.
Sara
Jane falava à Imprensa na terça-feira (15), numa cerimónia de atribuição de
meios circulantes aos pontos focais do Núcleo Provincial de Combate ao SIDA
afectos aos municípios de Nacala-Porto e Malema, bem como aos distritos de
Mecuburi (o mais afectado pela “pandemia do século”), Muecate, Moma, Angoche,
Murrupula e Eráti.
Foram
oferecidas nove motorizadas adquiridas pelo governo de Nampula em parceria com
a Cooperação Alemã e co-financiados pela União Europeia. A secretária
provincial de Nampula, Verónica Langa, disse que a acção visa fazer face à
resposta ao VIH/SIDA nos pontos acima referidos.
Em
Nampula, estima-se que cerca de 100 associações estejam envolvidas em acções de
combate à doença.
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