domingo, 27 de setembro de 2015

NYUSI DIZ QUE MOÇAMBIQUE ESTÁ ESTÁVEL APESAR DAS AMEAÇAS



O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, assegurou em Nova Iorque que o país mantém estabilidade política apesar de reconhecer a existência de focos de ameaças que atingem o desenvolvimento económico.

"Politicamente o país está estável, apesar de focos de ameaças e isso é que desestabiliza e violenta um pouco o desenvolvimento económico", afirmou Filipe Nyusi, citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), durante um encontro no sábado à noite com a comunidade moçambicana nos Estados Unidos e Canadá.

O chefe de Estado moçambicano referia-se aos incidentes de violência política nas últimas duas semanas na província de Manica, centro de Moçambique, envolvendo a comitiva do líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição.

Segundo a AIM, o Presidente moçambicano estabeleceu uma relação entre a instabilidade e o não reconhecimento das últimas eleições gerais pela Renamo, insistindo que o processo de 15 de outubro de 2015 foi transparente e que continua disponível para dialogar.

"A grande arma é o diálogo. Estamos engajados no diálogo, temos de criar mais confiança entre nós", declarou Filipe Nyusi, esperando que se possa "a qualquer momento ultrapassar este episódio".

O Presidente moçambicano encontra-se desde sexta-feira em Nova Iorque, onde participa até dia 29 de setembro na 70.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O último incidente de violência política em Moçambique aconteceu ao fim da manhã de sexta-feira, na Estrada Nacional 6 (EN6) em Zimpinga, distrito de Gondola, quando a comitiva do líder do maior partido de oposição seguia para Nampula, norte de Moçambique.

O líder da Renamo disse à Lusa que foi alvo de uma emboscada das forças de defesa segurança, mas a polícia rebateu esta versão, sustentando que foi a comitiva de Dhlakama que provocou o incidente ao assassinar o motorista de um `chapa´ (carrinha de transporte semipúblico) que passava no local.

A Renamo disse que resultaram desde incidente sete mortos entre a comitiva de Dhlakama e dezenas entre os alegados atacantes e a polícia refere 20 vítimas mortais, 19 do partido de oposição e um civil.

Na reação ao incidente, a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, acusou Dhlakama de ser um fora de lei e terrorista, instando-o a abandonar as armas, enquanto a Renamo acusa o governo de tentar assassinar o seu presidente, embora assegure que não vai retaliar.

Segundo a polícia de Manica, Afonso Dhlakama encontra-se desde sexta-feira em parte incerta, mas a Renamo diz que o seu líder encontra-se bem algures na província de Manica.

Este é o segundo incidente em menos de duas semanas que envolve o líder da Renamo, depois de no passado dia 12 de setembro, a comitiva de Dhlakama ter sido atacada perto do Chimoio, também na província de Manica.

Na altura, a Frelimo acusou a Renamo de simular a emboscada, enquanto a polícia negou o seu envolvimento, acrescentando que estava a investigar.

Em entrevista ao semanário Savana, o ministro da Defesa, Salvador Mtumuke, também negou o envolvimento do exército.

Moçambique vive sob o espetro de uma nova guerra, devido às ameaças da Renamo de governar pela força nas seis províncias do centro e norte do país onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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