O
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, assegurou em Nova Iorque que o país
mantém estabilidade política apesar de reconhecer a existência de focos de
ameaças que atingem o desenvolvimento económico.
"Politicamente
o país está estável, apesar de focos de ameaças e isso é que desestabiliza e
violenta um pouco o desenvolvimento económico", afirmou Filipe Nyusi,
citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), durante um encontro
no sábado à noite com a comunidade moçambicana nos Estados Unidos e Canadá.
O
chefe de Estado moçambicano referia-se aos incidentes de violência política nas
últimas duas semanas na província de Manica, centro de Moçambique, envolvendo a
comitiva do líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal
partido de oposição.
Segundo
a AIM, o Presidente moçambicano estabeleceu uma relação entre a instabilidade e
o não reconhecimento das últimas eleições gerais pela Renamo, insistindo que o
processo de 15 de outubro de 2015 foi transparente e que continua disponível
para dialogar.
"A
grande arma é o diálogo. Estamos engajados no diálogo, temos de criar mais
confiança entre nós", declarou Filipe Nyusi, esperando que se possa
"a qualquer momento ultrapassar este episódio".
O
Presidente moçambicano encontra-se desde sexta-feira em Nova Iorque, onde
participa até dia 29 de setembro na 70.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações
Unidas.
O
último incidente de violência política em Moçambique aconteceu ao fim da manhã
de sexta-feira, na Estrada Nacional 6 (EN6) em Zimpinga, distrito de Gondola,
quando a comitiva do líder do maior partido de oposição seguia para Nampula,
norte de Moçambique.
O
líder da Renamo disse à Lusa que foi alvo de uma emboscada das forças de defesa
segurança, mas a polícia rebateu esta versão, sustentando que foi a comitiva de
Dhlakama que provocou o incidente ao assassinar o motorista de um `chapa´
(carrinha de transporte semipúblico) que passava no local.
A
Renamo disse que resultaram desde incidente sete mortos entre a comitiva de
Dhlakama e dezenas entre os alegados atacantes e a polícia refere 20 vítimas
mortais, 19 do partido de oposição e um civil.
Na
reação ao incidente, a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no
poder, acusou Dhlakama de ser um fora de lei e terrorista, instando-o a
abandonar as armas, enquanto a Renamo acusa o governo de tentar assassinar o
seu presidente, embora assegure que não vai retaliar.
Segundo
a polícia de Manica, Afonso Dhlakama encontra-se desde sexta-feira em parte
incerta, mas a Renamo diz que o seu líder encontra-se bem algures na província
de Manica.
Este
é o segundo incidente em menos de duas semanas que envolve o líder da Renamo,
depois de no passado dia 12 de setembro, a comitiva de Dhlakama ter sido
atacada perto do Chimoio, também na província de Manica.
Na
altura, a Frelimo acusou a Renamo de simular a emboscada, enquanto a polícia
negou o seu envolvimento, acrescentando que estava a investigar.
Em
entrevista ao semanário Savana, o ministro da Defesa, Salvador Mtumuke, também
negou o envolvimento do exército.
Moçambique
vive sob o espetro de uma nova guerra, devido às ameaças da Renamo de governar
pela força nas seis províncias do centro e norte do país onde o movimento
reivindica vitória nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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