As
medidas de apoio à banca na zona euro ascenderam 800 mil milhões de euros (8%
do PIB) entre 2008 e 2014 e, deste montante, apenas 3,3% foram recuperados,
segundo o Banco Central Europeu (BCE).
No
estudo intitulado "O impacto orçamental do apoio ao setor financeiro
durante a crise", hoje conhecido, o BCE refere que as taxas de recuperação
"estão a melhorar, mas, em termos relativos, estão em níveis
historicamente baixos".
Estas
taxas de recuperação são medidas pela diferença entre os ativos financeiros
adquiridos em termos brutos e o valor desses ativos em termos líquidos e,
segundo o BCE, "até agora, oito anos depois do início da crise, apenas uma
pequena fração dos custos orçamentais para a zona euro foi recuperada".
As
medidas de assistência financeira à banca entre 2008 e 2014 ascenderam a 8% do
Produto Interno Bruto (PIB) das economias do euro, ou seja, 800 mil milhões de
euros, e, destes, apenas o equivalente a "3,3% do PIB foi recuperado através
da venda de ativos e outras receitas derivadas de ativos adquiridos e das
garantias concedidas".
Isto
corresponde a uma taxa de recuperação "ligeiramente acima de 40% dos
custos orçamentais brutos" do apoio dado ao setor financeiro, "o que
é relativamente baixo numa comparação internacional", aponta a instituição
liderada por Mario Draghi, dando o exemplo da Suécia que, cinco anos depois da
crise de 1991, conseguiu recuperar quase 95% dos custos orçamentais gerados.
O
BCE indica que, até à data, as taxas de recuperação "são particularmente
baixas na Irlanda, em Chipre e em Portugal", sendo "relativamente
elevadas na Holanda", mas salvaguarda que é preciso analisar estas taxas
de recuperação com cautela.
Isto
porque uma baixa taxa de recuperação pode indicar que as intervenções
realizadas conduziram a perdas irreversíveis maiores, "como no caso de
Chipre, que teve perdas em instrumentos de capital detidos pelo Estado
equivalentes a 10,5% do PIB, devido à reestruturação de um dos seus maiores
bancos", mas também pode significar que o Estado se mantém dono de um
banco com um bom desempenho, gerando ganhos substanciais numa eventual
privatização, lê-se no documento.
No
período de 2008 a 2014, "em média, as perdas acumuladas da zona euro
representaram 1,8% do PIB, o que indica que quase 25% das necessidades brutas
de financiamento são atualmente consideradas como perdas que não podem ser
recuperadas".
Para
o BCE, importa ainda ter em conta os riscos orçamentais relacionados com o
apoio dado à banca, destacando Frankfurt as garantias estatais concedidas (que
ascendiam a 2,7% do PIB da zona euro no final de 2014), bem como as perdas
potenciais dos veículos de gestão de ativos.
Lusa,
em RTP
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