Martinho Júnior, Luanda
1
– A “Associação Tchiweca de Documentação” e a “Geração 80” anunciaram
o fim de sua empolgante iniciativa sobre os caboucos da história do Movimento
de Libertação em África, com o fulcro da atenção em Angola.
O
trabalho foi abrangente e reuniu depoimentos de entidades, a nível nacional e a
nível internacional, cujas vidas estiveram ligadas ao MPLA, à FNLA e à UNITA,
algo inédito que merece da parte de todos os angolanos especial relevo.
2
– Para além dos impactos múltiplos desta iniciativa, que merece continuidade
por razões antropológicas, históricas e sociológicas, há um destaque muito
especial para o seguinte facto:
O
trabalho é realizado com a participação de várias gerações, desde os velhos
camponeses-guerrilheiros angolanos, aos antigos e históricos dirigentes, até
aos jovens que compuseram a equipa dirigida pelo camarada general Paulo Lara,
uma representativa terceira geração de entusiastas pela Independência e
Soberania angolana, bem como entusiastas na construção da identidade nacional e
da angolanidade.
É
sobre os jovens que se empenharam neste trabalho que deve recair toda a nossa
especial atenção:
Eles
não foram só exemplares no esforço de compreender aquele passado meio-misterioso,
meio-adormecido, dos caboucos da Luta de Libertação em África, mas sobretudo
exemplares naquilo que se pode oferecer à juventude angolana que cultiva com
patriotismo o amor à causa de África, um continente vilipendiado sobre o qual
recai o desafio de imensos resgates a realizar!
O
respeito pela história do Movimento de Libertação em África, o respeito pelas
nações e estados que surgiram vencedores do colonialismo, do “apartheid” e
de tantas das suas sequelas, o respeito por Angola, suas instituições e suas
amplas iniciativas no sentido da paz e da construção dum estado democrático e
de direito, é-nos dado pela equipa que integrou maioritariamente jovens!
Seu
mérito vai ao ponto de serem os camponeses angolanos, aqueles que tão pouca voz
têm tido, mas foram o manancial humano mais decisivo nas primeiras horas da
Luta, que maioritariamente depuseram no documentário da INDEPENDÊNCIA!
Nesse
aspecto há muitas lições a retirar, pois em Angola tem-se estado a travar uma
longa Luta, com uma cultura de identidade nacional capaz de vencer
etno-nacionalismos (algo que inibiu por exemplo a primeira coluna do Che no
Congo há precisamente 50 anos), num amplo processo que pode e deve ser estendido
a outros povos continente a fora.
3
– Se o Che foi inibido na sua primeira coluna, junto ao Lago Tanganika, há 50
anos, sua segunda coluna, que envolveu notáveis revolucionários cubanos, entre
eles Jorge Risquet, recentemente falecido, foi um aliado incondicional e, em
relação ao MPLA, numa altura em que “VITÓRIA OU MORTE” se decidia
fisicamente, em relação a cada um dos seus membros, no simples passo de
atravessar o Congo fugindo de Kinshasa e dos esbirros do fantoche Mobutu, para
o abrigo vital de Brazzaville, possibilitou o fortalecimento do Movimento de
Libertação na primeira plataforma de onde derivaram as primeiras acções da
guerrilha do MPLA!
A
aliança da revolução Cubana com o Movimento de Libertação em África teve o
fecundo mérito de dar início a uma Luta que estava adormecida, em prol dos
direitos humanos que as potências sempre tinham negado até então em relação a
África, mergulhada nas trevas de colonialismo, de“apartheid” e de tantas
ds sus sequelas.
Tudo
isso flui neste documentário que terá estreia nacional a 8 de Novembro,
comemorando os 40 nos da nossa República!
Esta “solução” encontrada
conjuntamente pela “ATD” e a “Geração 80” demarca-se por
excelência de “soluções” que os mentores das pseudo-“revoluções
coloridas” e pseudo-“primaveras árabes”estão a promover de fora para
dentro de Angola, mobilizando para o efeito uma pequena parte de nossa
juventude, “queimando-a” na venenosa tentativa de abrir espaço à
instalação de seus fantoches e das trevas do neo colonialismo!
Os
mentores dessa pseudo-revolução, estão a esquecer a história de África, estão a
esquecer os caboucos do Movimento de Libertação, estão a esquecer a história de
Angola e das razões profundas das aspirações que conduziram ao surgimento do
estado angolano, independente, soberano, democrático e de direito.
Construir
o futuro, é uma cultura do presente, que em consciência corresponde aos
sacrificados e heróicos trilhos da INDEPENDÊNCIA dando-lhes sequência vital,
algo que interessa a todos os angolanos ávidos de angolanidade e de
africanidade!
Aqueles
que alinharem com as “revoluções coloridas” ou as “primaveras
árabes” à latitude de Angola, estão a ser despojados da riqueza da memória
histórica e como “zombies”, como“autómatos” acondicionados com maquiavelismo
a objectivos que vulnerabilizam e prejudicam ainda mais África, face aos
múltiplos fenómenos duma globalização que desde o fim da Guerra Fria tem sido
tão nociva, como criminosamente desencadeada contra muitos povos e estados da
Europa (lembre-se a Jugoslávia e a Ucrânia), do Médio Oriente (lembre-se a
Geórgia, o Afeganistão, o Iraque e a Síria), de África (lembre-se a Tunísia, o
Egipto, o Sudão, a Somália, a Líbia e o alastramento do “jihadismo” terrorista)
e da América Latina (constate-se o que está a acontecer com o Brasil, com a
Argentina e sobretudo com cada um dos componentes da ALBA, da CELAC e da
UNASUR).
Novo Jornal - Revista Mutamba
"Depois
de 6 anos de trabalho do projecto “Angola - Nos Trilhos da Independência”, a Associação
Tchiweka de Documentação apresentará, a partir de 8 de Novembro, o
documentário “INDEPENDÊNCIA”.
Este
documentário é uma produção da Associação Tchiweka de Documentação
e da Geração 80, cuja apresentação trazemos com possível resumo”.apresentará, a partir de 8 de Novembro, o documentário “INDEPENDÊNCIA”. Este documentário é
uma produção da Associação Tchiweka de
Documentação e da Geração 80, cuja
apesentação trazemos com o possível resumo."o apresentará, a partir de 8 de Novembro, o documentário “INDEPENDÊNCIA”. Este documentário é
uma produção da Associação Tchiweka de
Documentação e da Geração 80, cuja
apresentação trazemos com o possível resumo."
Foto:
Artigo do Novo Jornal sobre a estreia do INDEPENDÊNCIA
A
consultar:
Sem comentários:
Enviar um comentário