segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Angola. INDEPENDÊNCIA



 Martinho Júnior, Luanda

1 – A “Associação Tchiweca de Documentação” e a “Geração 80” anunciaram o fim de sua empolgante iniciativa sobre os caboucos da história do Movimento de Libertação em África, com o fulcro da atenção em Angola.

O trabalho foi abrangente e reuniu depoimentos de entidades, a nível nacional e a nível internacional, cujas vidas estiveram ligadas ao MPLA, à FNLA e à UNITA, algo inédito que merece da parte de todos os angolanos especial relevo.

2 – Para além dos impactos múltiplos desta iniciativa, que merece continuidade por razões antropológicas, históricas e sociológicas, há um destaque muito especial para o seguinte facto:

O trabalho é realizado com a participação de várias gerações, desde os velhos camponeses-guerrilheiros angolanos, aos antigos e históricos dirigentes, até aos jovens que compuseram a equipa dirigida pelo camarada general Paulo Lara, uma representativa terceira geração de entusiastas pela Independência e Soberania angolana, bem como entusiastas na construção da identidade nacional e da angolanidade.

É sobre os jovens que se empenharam neste trabalho que deve recair toda a nossa especial atenção:

Eles não foram só exemplares no esforço de compreender aquele passado meio-misterioso, meio-adormecido, dos caboucos da Luta de Libertação em África, mas sobretudo exemplares naquilo que se pode oferecer à juventude angolana que cultiva com patriotismo o amor à causa de África, um continente vilipendiado sobre o qual recai o desafio de imensos resgates a realizar!

O respeito pela história do Movimento de Libertação em África, o respeito pelas nações e estados que surgiram vencedores do colonialismo, do “apartheid” e de tantas das suas sequelas, o respeito por Angola, suas instituições e suas amplas iniciativas no sentido da paz e da construção dum estado democrático e de direito, é-nos dado pela equipa que integrou maioritariamente jovens!

Seu mérito vai ao ponto de serem os camponeses angolanos, aqueles que tão pouca voz têm tido, mas foram o manancial humano mais decisivo nas primeiras horas da Luta, que maioritariamente depuseram no documentário da INDEPENDÊNCIA!

Nesse aspecto há muitas lições a retirar, pois em Angola tem-se estado a travar uma longa Luta, com uma cultura de identidade nacional capaz de vencer etno-nacionalismos (algo que inibiu por exemplo a primeira coluna do Che no Congo há precisamente 50 anos), num amplo processo que pode e deve ser estendido a outros povos continente a fora.

3 – Se o Che foi inibido na sua primeira coluna, junto ao Lago Tanganika, há 50 anos, sua segunda coluna, que envolveu notáveis revolucionários cubanos, entre eles Jorge Risquet, recentemente falecido, foi um aliado incondicional e, em relação ao MPLA, numa altura em que “VITÓRIA OU MORTE” se decidia fisicamente, em relação a cada um dos seus membros, no simples passo de atravessar o Congo fugindo de Kinshasa e dos esbirros do fantoche Mobutu, para o abrigo vital de Brazzaville, possibilitou o fortalecimento do Movimento de Libertação na primeira plataforma de onde derivaram as primeiras acções da guerrilha do MPLA!

A aliança da revolução Cubana com o Movimento de Libertação em África teve o fecundo mérito de dar início a uma Luta que estava adormecida, em prol dos direitos humanos que as potências sempre tinham negado até então em relação a África, mergulhada nas trevas de colonialismo, de“apartheid” e de tantas ds sus sequelas.

Tudo isso flui neste documentário que terá estreia nacional a 8 de Novembro, comemorando os 40 nos da nossa República!

Esta “solução” encontrada conjuntamente pela “ATD” e a “Geração 80” demarca-se por excelência de “soluções” que os mentores das pseudo-“revoluções coloridas” e pseudo-“primaveras árabes”estão a promover de fora para dentro de Angola, mobilizando para o efeito uma pequena parte de nossa juventude, “queimando-a” na venenosa tentativa de abrir espaço à instalação de seus fantoches e das trevas do neo colonialismo!

Os mentores dessa pseudo-revolução, estão a esquecer a história de África, estão a esquecer os caboucos do Movimento de Libertação, estão a esquecer a história de Angola e das razões profundas das aspirações que conduziram ao surgimento do estado angolano, independente, soberano, democrático e de direito.
  
Construir o futuro, é uma cultura do presente, que em consciência corresponde aos sacrificados e heróicos trilhos da INDEPENDÊNCIA dando-lhes sequência vital, algo que interessa a todos os angolanos ávidos de angolanidade e de africanidade!
  
Aqueles que alinharem com as “revoluções coloridas” ou as “primaveras árabes” à latitude de Angola, estão a ser despojados da riqueza da memória histórica e como “zombies”, como“autómatos” acondicionados com maquiavelismo a objectivos que vulnerabilizam e prejudicam ainda mais África, face aos múltiplos fenómenos duma globalização que desde o fim da Guerra Fria tem sido tão nociva, como criminosamente desencadeada contra muitos povos e estados da Europa (lembre-se a Jugoslávia e a Ucrânia), do Médio Oriente (lembre-se a Geórgia, o Afeganistão, o Iraque e a Síria), de África (lembre-se a Tunísia, o Egipto, o Sudão, a Somália, a Líbia e o alastramento do “jihadismo” terrorista) e da América Latina (constate-se o que está a acontecer com o Brasil, com a Argentina e sobretudo com cada um dos componentes da ALBA, da CELAC e da UNASUR).
  
Novo Jornal - Revista Mutamba

"Depois de 6 anos de trabalho do projecto “Angola - Nos Trilhos da Independência”, a Associação Tchiweka de Documentação apresentará, a partir de 8 de Novembro, o documentário “INDEPENDÊNCIA”.

Este documentário é uma produção da Associação Tchiweka de Documentação e da Geração 80, cuja apresentação trazemos com possível resumo”.apresentará, a partir de 8 de Novembro, o documentário “INDEPENDÊNCIA”. Este documentário é uma produção da Associação Tchiweka de Documentação e da Geração 80, cuja apesentação trazemos com o possível resumo."o apresentará, a partir de 8 de Novembro, o documentário “INDEPENDÊNCIA”. Este documentário é uma produção da Associação Tchiweka de Documentação e da Geração 80, cuja apresentação trazemos com o possível resumo."

Foto: Artigo do Novo Jornal sobre a estreia do INDEPENDÊNCIA

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