William
Tonet – Folha 8 digital 03 outubro 2015
LUVUALU
DE CARVALHO NOMEADO EMBAIXADOR
O
jovem aparecia de repente, invadia as nossas casas, através da emissão da TPA
(Tudo Pode Acontecer), comentando tudo e todos, da propriedade da mandioca ao
sexo do cão, bem como a política de “deusificada” do camarada arquitecto da
paz, figura única, na miopia de alguns, sem o qual o Estado teria sucumbido.
Era secundado pelo meu amigo, ainda que com alguma descrição, Norberto Garcia,
também, ele “pau para toda obra”, politicamente incorrecta.
E
assim, como o vento leva para longe, a leveza dos objectos, António Manuel
Luvualu de Carvalho foi bajuladoramente esvoaçando, mesmo boçalidades,
acolhidas pelo séquito do Titular do Poder Executivo que endossavam para este,
como tendo mais uma opção, disposto a estender elogios de forma cega e
ilimitada, até mesmo transformar os monturos de lixo, espalhados pela cidade
de Luanda, em frondosos jardins verdes.
E,
como Dos Santos, ao longo do seu consulado; 36 anos de poder ininterrupto, sem
nunca ter sido nominalmente eleito, seguir a fórmula de Norman Vicent de
“preferir ser arruinado pelo elogio a ser salvo pela crítica”, acolheu no seu
numeroso exército mais uns recrutas/bajuladores, nomeando, um, ilegalmente,
como embaixador itinerante, violando uma disposição sua, anteriormente tomada
e, mais grave, banalizando a carreira diplomática.
Como
pode um menino, que nunca trabalhou na diplomacia, não faz parte dos quadros de
carreira do MIREX, sem provas dadas, que justifiquem para lá da bajulação, ter
uma ascenção meteórica, quando estão centenas de quadros; como ministros
conselheiros, primeiros secretários, consules, etc, esperando promoções, sem
horizonte e um estranho de repente, supera tudo e todos, por bajular?
QUE
TIPO DE GESTÃO É ESSA? RUINOSA!
Só
pode ter esse nome, por outro não se encaixar, ainda que queiramos ser
benevolentes, face a intempestiva nomeação de Dom “Luvualu Bajulador de
Carvalho”, pelo bajulado Eduardo dos Santos por demonstrar não ser, este
último, “escravo das suas próprias decisões e palavras”. Na qualidade de
Titular do Poder Executivo, em Janeiro de 2015, disse ter “cancelado todos os
concursos de admissão e promoção na Função Pública, devido ao défice fiscal no
Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, provocado pela queda do preço do
petróleo” e que por via disso, não haveria, “admissões nem promoções na Função
Pública em 2015, nem para contratos temporários”, tudo, posteriormente, reforçado
pelo seu auxiliar, o secretário das Finanças, Alcides Safeca.
Num
país sério de Direito Democrático estas nomeações partidocratas de “jobs for
boys” e outros, na estrutura do Estado, em momento de crise e restrições,
seriam, imediatamente, impugnadas tendo como substrato, a violação do
princípio de igualdade, constitucionalmente consagrado no art.º 23.º, por
onerarem financeiramente o Estado.Como acreditar ter, o Presidente de Angola,
José Eduardo dos Santos ganho, de forma transparente, lícita e honesta, um
prémio de boa governação, quando trata o Estado como colchão de acomodação
partidocrata dos que o bajulam, onerando as contas públicas, com o acumular de
mordomias; com residências, viaturas de luxo, guarda-costas, motoristas,
pessoal doméstico, despesas de representação, etc, etc.
A
nomeação aos 30.09 de António Manuel Luvualu de Carvalho, como embaixador
itinerante, uma espécie de “pombo correio” do Chefe de Estado em missões
especificas, não só banaliza e viola o princípio da carreira diplomática,
como demonstra um poder quase monárquico de Eduardo dos Santos que trata o
Estado, como se fosse sua propriedade, pondo e dispondo-o discricionariamente,
sob o silêncio cúmplice e cobarde dos membros do MPLA, da oposição e demais
actores do Estado.
E
nessa cultura arrogante, monárquica de privatização do Estado, o despesismo é
o regabofe, sucedendo-se as violações passíveis de procedimento criminal, por
quebra de lealdade, para com os eleitores, em nomeações, contrárias ao
inicialmente prometido, tais como a de Gomes Sambo (quem diria), um ex
director regional da OMS-África, para secretátrio de Estado da Saúde ou ainda
a de Faustino Muteka, que deveria ser apoiado a tratar-se clinicamente, ao
invés de ser nomeado conselheiro do Conselho da República, quando tem património
bastante, na Huíla, Huambo, entre outros locais, para prescindir das benesses
inerentes ao cargo. Mas nessa onda de banalização da meritocracia, foram
ainda nomeados, os dirigentes do MPLA do secretariado provincial de Luanda,
Ernesto Manuel Norberto Garcia e Luís Domingos José, para os cargos de
director e de director adjunto da Unidade Técnica para o Investimento
Privado, respectivamente, com o objectivo de apoiar o Titular do Poder
Executivo na preparação, condução, avaliação e negociação dos projectos desta
natureza.
E
assim vai a promoção da bajulação que, afinal, compensa, sempre que o bajulado
tiver nome…
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